136. Submissão Marital

Gênesis 21.8-12

SUBMISSÃO MARITAL

Introdução

  1. Reconheço ser muito estranho alguém falar sobre submissão do marido à esposa, pois quase sempre a abordagem que se faz é da submissão da esposa ao marido.

1.1. Além da submissão da esposa estar registrada nas páginas da Bíblia, ela também fez parte da cultura brasileira, herdeira da cultura latino-americana. Tanto a Bíblia, quanto a cultura brasileira e latino-americana têm visto o marido como o “chefe da família”.

1.2. Todavia, essas culturas tem sido alteradas nos últimos tempos em nossa legislação, que passou a dar às esposas os mesmos direitos do marido. Desde 1988 com a promulgação da Constituição Federal temos, como cláusula pétrea, a disposição de que “todos são iguais perante a lei”, sendo os homens e mulheres iguais em direitos e obrigações.

1.3. Em outras palavras, isto significa que tanto a esposa pode ser submissa ao marido, quanto também o marido pode ser submisso à esposa. O problema é que muitos maridos ainda não conseguiram absorver essas mudanças e continuam reagindo como Abraão, quando Deus lhe disse para ser submisso à sua esposa Sara.

Desenvolvimento

  1. Se a Bíblia reflete a cultura oriental, além de transmitir os ensinos de Deus aos homens, sabemos que essa cultura oriental, ainda existente em vários países nos dias atuais, era basicamente patriarcal, isto é, o pai era o líder da família, exercendo poder sobre a esposa e os filhos, que lhe deviam até mesmo obediência. Assim eram as famílias de Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Salomão e todos os seus herdeiros ao longo dos tempos.
  2. Imagine, então, como Abraão se sentiu ao receber de Deus a ordem para fazer o que Sara, sua esposa, lhe dizia para fazer.

2.1. Em meio ao conflito que foi estabelecido no relacionamento em que também entrava a escrava Agar e seu filho, chegando às raias do ciúme, da competição, das ofensas, a esposa disse ao marido: “Deita fora esta serva e seu filho, porque o filho dessa serva não herdará com meu filho, com Isaque” (Gênesis 21.10).

2.2. A reação de Abraão, tanto em termos psicológicos, quanto cultural e sentimental, não se fez por esperar: “Pareceu esta palavra muito má aos olhos de Abraão, por causa do seu filho” (Gênesis 21.11). Tanto não gostou de perder a companhia de Agar e do filho, como certamente não gostou de receber uma ordem de sua esposa Sara. Eu tenho certeza que, na verdade, o seu maior problema era não fazer o que queria e ter que fazer o que a esposa determinava. Eu diria, em nossa linguagem atual, que viveu uma crise de submissão marital.

2.3. Nessa hora de crise, ao imaginar que teria a vida direcionada pela esposa, Deus interviu a lhe disse claramente para fazer o que a esposa dizia: “Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência” (Gênesis 21.12). Se a cultura oriental lhe dizia uma coisa, Deus lhe dizia o oposto. Deus lhe dizia para ser submisso à esposa.

  1. O que eu acho curioso nessa história toda, é que Abraão não teve nenhuma dúvida em ouvir a esposa quando esta lhe trouxe a escrava. Ele aceitou prazerosamente, à semelhança de muitos maridos nos dias de hoje, que também aceitam seguir as sugestões, recomendações e até determinações de suas esposas quando lhes convém, isto é, lhe trazem benefícios. Nestes casos não tem nenhuma crise de submissão marital.

Conclusão

Antes da legislação brasileira dar direitos iguais às esposas em relação aos maridos, os ensinos cristãos o fizeram de um modo muito claro, para que os crentes em Jesus Cristo não tivessem dúvidas. Nesse sentido, a Bíblia também diz: “Sujeita-vos uns aos outros”. Mais ainda: “O homem não é sem a mulher e a mulher não é sem o homem” (I Coríntios 11.11; Efésios 5.21).

Na hora das decisões, nossa vida, nossa família, nosso negócio, nosso investimento e nosso projeto podem ser protegidos, bem sucedidos e abençoados também através da esposa. Afinal de contas, a esposa não é uma qualquer... Ela é amiga, quer o nosso bem, quer nosso êxito. É alguém que Deus colocou em nossa família para participar e ajudar.