94. Pessoas Que Maltratam

II Timóteo 4.14

PESSOAS QUE MALTRATAM

Introdução

  1. Sobre a natureza humana, vários estudos já concluíram que algumas pessoas são más e outras são boas. Também que às vezes pessoas boas fazem coisas más e pessoas más fazem coisas boas. Enfim, de acordo com fatores genéticos, socioculturais e circunstanciais, os seres humanos podem ser bons ou maus de maneira contínua ou alternada.
  2. Além de ter reconhecido a influência bondosa de muitas pessoas em seus relacionamentos, conforme outras cartas escritas, neste texto endereçado a Timóteo, Paulo aposto menciona especificamente uma pessoa que lhe fez “muitos males”. Não nos fornece muitas informações sobre o que havia ocorrido, mas apenas seu nome e sua atividade profissional: Alexandre, um ferreiro, isto é, um artífice em metais.

Desenvolvimento

  1. Se não fôssemos crentes em Jesus Cristo, nossa experiência humana neste mundo seria naturalmente inserida nessa realidade sobre as pessoas fazerem mau umas as outras e até estaríamos a isto acostumados. Aliás, teríamos histórias a contar sobre pessoas que nos maltrataram e também teríamos constantes lembranças de maldades que fizemos a outras pessoas. Seria um estilo de vida, com o qual já estaríamos acostumados e até competindo e fazendo retaliações reiteradas. Essa maldade estaria presente com frequência nos ambientes familiares, profissionais, estudantis, comerciais, vizinhança e outros relacionamentos sociais.
  2. Ocorre, todavia, que a experiência cristã de conversão e seus respectivos ensinos, além de fatores genéticos e socioculturais, recomendam a prática da bondade para com os outros e a expectativa de também sermos tratados pelos outros com bondade. Essas recomendações e expectativas, quando não são atendidas, nos causam frustrações, desencantos, tristezas, infelicidade, afetando nossa alegria de viver, nossa fé em Jesus Cristo e nosso louvor a Deus.

2.1. Uma vez experimentando esses sentimentos negativos, porque ainda somos humanos mesmo sendo cristãos, estamos sujeitos a reagir de várias maneiras. Por exemplo: nós mesmos revidar o mal com o mal, isto é, praticar a vingança; desejar e esperar que a pessoa também sofra o mal por parte de outros, para sentir na pele o que nós sentimos; orar para que a pessoa seja punida e castigada por Deus como sistema de compensação e justiça carnal.

2.2. Diante do que experimentou sobre o mal que Alexandre lhe havia feito, Paulo apóstolo compartilhou sua reação. Ele deixou escrita a seguinte expressão: “O Senhor lhe pague segundo as suas obras”. Outras traduções podem nos ajudar a entender o que estava dizendo: “O Senhor lhe dará a retribuição pelo que fez” (NVI), “O Senhor lhe dará a recompensa de acordo com o que ele fez” (NTLH), “O Senhor com certeza lhe retribuirá conforme as suas atitudes” (VKJ).

2.3. Analisando sua reação, concluímos que Paulo apóstolo não fez um pedido a Deus para que houvesse vingança, pois seria contrário aos ensinos cristãos. Também não ficou na expectativa de que alguém faria o mesmo com Alexandre. Ele deixou os desdobramentos do que iria acontecer a Alexandre nas mãos de Deus, descansando no que a Bíblia já ensinava desde os tempos antigos sobre essa situação. Em Salmo 62.12 está escrito: “O Senhor retribuirá a cada um segundo a sua obra”. Em Provérbios 24.12: “Deus pagará de acordo com que cada um fizer”. Em Romanos 2.6: “Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento”.

Conclusão

Quando alguém lhe fizer o mal que você não esperava e com o qual você foi surpreendido, a Bíblia lhe ensina duas reações cristãs: perdoe a pessoa o que ela fez e, se não conseguir, deixe a pessoa nas mãos de Deus. Consequentemente, agindo assim, não permita que essa pessoa e o ocorrido lhe estraguem a vida, tirando sua alegria e esperança sobre a mudança dos efeitos em sua história pessoal e familiar. Mais ainda: procure nunca fazer o mal às pessoas, esforçando-se para ter a prática da bondade como um estilo de vida.