Salmo 42.5
Introdução
- Compartilhando seus sentimentos negativos diante das perseguições, decepções, abandonos, maus tratos, prisões e ameaças de morte, Paulo apóstolo escreveu sobre si mesmo: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Coríntios 4.8,90).
- Estou citando essa experiência de Paulo para que vocês percebam que mesmo um crente robusto na fé, gigante em convicções, exemplar em testemunhos, sentiu-se também atribulado, perplexo, perseguido, abatido e compartilhou esse estado de alma, mesmo que não tivesse sido derrotado.
- Hoje, dentre todos esses sentimentos, quero chamar sua atenção para o abatimento, destacando a expressão: “abatidos, mas não destruídos”.
Desenvolvimento
- Ao examinar vários salmos escritos por Davi, vai notar que esse estado de alma foi registrado em diferentes épocas de sua vida. Foi registrado nesse momento do Salmo 42.5... Depois, voltou a ocorrer na ocasião do Salmo 43.5. Na ocasião do salmo 142.6, revela que não estava não somente abatido... Estava “muito abatido”.
- O abatimento pode ser explicado como um estado emocional que afeta o corpo e o espírito. A pessoa perde as forças, o vigor, o tônus, a disposição para agir. O efeito no espírito é de tamanha influência que a pessoa deixa de fazer o que mais gosta: louvar a Deus através de hinos e cânticos, seja no ato do culto na igreja, seja em sua vida particular em casa ou no trabalho.
- É verdade que um crente pode ser perseguido, decepcionado, abandonado, maltratado, ameaçado de morte e mesmo assim louvar a Deus. É verdade, desde que esse crente não experimente abatimento. Paulo e Silas cantavam hinos na prisão à meia-noite porque não estavam abatidos. Tinham sido perseguidos e presos, mas não estavam abatidos. Elias enfrentou os 400 profetas de Baal no monte Carmelo com louvor porque não estava abatido, como ficou depois ao se esconder na caverna. Jesus diz a Pedro apóstolo que orava por ele para que não desfalecesse em sua fé (Lucas 22.32).
- O abatimento, portanto, é uma experiência tão forte que a pessoa precisa saber como lidar com ele, para que volte a ter uma vida normal e até volte a dizer: “Somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou”. Davi nos ensina como lidar com o abatimento de modo adequado.
4.1. Em pleno abatimento, ele perguntou a si próprio: “Por que está abatida, minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?” Ao formular esse tipo de pergunta a si mesmo, as razões do seu abatimento começaram a vir à tona. Ao perguntar a si mesma, a pessoa começa a encarar a realidade das razões, constatando que realmente os motivos foram mais do que suficientes para produzir abatimento. Em vez de dar desculpas, apresentar explicações superficiais, racionalizar, ter interpretações apressadas, minimizar os acontecimentos, você admite que os motivos foram mais do que suficientes para produzir abatimento. Você ficou abatido porque a pancada foi forte demais!
4.2. Em seguida, por outro lado, imediatamente ele passou a aconselhar a si mesmo a esperar em Deus. O conselho de outras pessoas é importante, todavia nas ocasiões de abatimento o conselho que vai produzir resultado é o que você dá a si mesmo, principalmente quanto a atitude de esperar em Deus. Se somente Deus vai lhe dar a salvação, então você precisa convencer-se a esperar em Deus. Quanto mais você disser a si mesmo para esperar em Deus, mais e mais a sua fé tornará possível o agir de Deus em seu favor.
Conclusão
Se você está bem e louva a Deus, amém! Se você está mal e consegue louvar a Deus, amém duas vezes. Todavia, se você está abatido e não consegue louvar, aceite que você foi atingido, embora não tenha sido destruído. Aceite que o golpe foi violento a ponto de abater, ainda que não o suficiente para destruir!
Converse com você mesmo e diga várias vezes em voz alta: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei”. Repita para se convencer que Deus virá ao seu encontro e restabelecerá seu poder e sua alegria de louvar.
