79. Jesus e as Armas

Lucas 22.36-38

Introdução

  1. Considerando que o uso de armas de modo pessoal é um assunto controverso, em 2005 foi realizado um Referendo sobre a comercialização ou não das mesmas, que até então estava proibida pelo Estatuto do Desarmamento. O resultado em vigor até hoje foi a liberação do comércio de armas, por quase 64% das pessoas que se manifestaram.
  2. Se o revolver não tivesse sido inventado na Inglaterra em l818, o que as pessoas ainda estariam usando como arma seria a espada, seja para atacar, seja para se defender. Neste caso, o debate nos dias atuais seria sobre o uso ou não de uma espada.
  3. Independentemente do Estatuto do Desarmamento e do resultado do Referendo, os crentes em Jesus Cristo precisam ter um posicionamento claro sobre o uso de armas, seja espada, revólver, rifle ou metralhadora... No caso, uso pessoal, pois é legal e necessário o uso de armamento pela Polícia e pelas Forças Armadas.

Desenvolvimento

  1. Sendo cristãos e buscando uma orientação bíblica, somos de imediato surpreendidos com este episódio na vida de Jesus e seus discípulos quando o uso pessoal da espada não só foi autorizado como também foi estimulado. Jesus Cristo disse claramente diante do que estava por acontecer: “Comprem espada”. Como resultado, no confronto que veio a seguir, Pedro usou de sua espada e cortou a orelha direita do servo do sumo sacerdote.
  2. O evangelista Mateus que também acompanhou a cena, acrescentou um detalhe que passou a ser o divisor de águas no tratamento deste assunto. Ele registra que após o uso da espada, Jesus ordenou que as mesmas fossem recolhidas, pois os resultados finais poderiam ser mais catastróficos ainda. Ele disse: “Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus 26.52).

2.1. Se no primeiro momento o uso de uma espada havia sido permitido e até autorizado, no segundo momento, os discípulos de Jesus aprenderam que não deveriam mais usar armas para resolver seus conflitos.

2.2. Ao revelar que poderia lançar mão da participação de anjos que viriam dar fim ao conflito, Jesus confirmou que os assuntos e a vida cristã em seus conflitos devem ser resolvidos através dos recursos espirituais da oração: “Pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? (Mateus 26.53).

Conclusão

  1. Se a sociedade em que nós vivemos não é cristã, não podemos aplicar a ela a interpretação que tenhamos a respeito da maneira como os cristãos são orientados a viver. A sociedade é secular e tem suas próprias leis para regulamentar atitudes e comportamentos.
  2. Se nós temos na ética cristã a recomendação para não lançar mão de armas para resolver conflitos, a sociedade tem suas leis próprias que regulamentam o comércio, o porte e o uso de armas, seja no interior da residência, seja no local de trabalho, principalmente no caso dos cidadãos comuns.
  3. Pensando exclusivamente na vida cristã, em nossa ética aprendemos com Jesus e seus apóstolos a não resistência e a não violência, adotando como estilo a pacificação: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5:9).