56. Fraqueza Virtuosa

II Coríntios 12.9,10

FRAQUEZA VIRTUOSA

Introdução

  1. É impressionante como o mundo está cada vez mais cheio de pessoas que se dizem poderosas. Pessoas que mostram poder político, poder econômico, poder cultural, poder militar, poder empresarial, poder até mesmo religioso.
  2. Todavia, no meio de tantas pessoas poderosas, Deus está buscando aquelas que sejam fracas. Pessoas que reconheçam sua limitação, sua finitude, sua incapacidade. Pessoas que, agindo assim, possam permitir que nelas atue o poder de Deus, em vez do próprio poder, sendo possuidoras, portanto, de uma fraqueza virtuosa.

Desenvolvimento

  1. Se o mundo está cheio de pessoas que se acham poderosas e Deus atua através de pessoas que reconheçam suas fraquezas, a solução encontrada para esse problema é a permissão para que as pessoas experimentem situações humilhantes, acontecimentos que quebrem o orgulho, fatos que derrubem a vaidade, circunstâncias que anulem a arrogância.

1.1. Pensando especificamente na experiência do apóstolo Paulo, que confessa abertamente sua fraqueza pessoal, isto só aconteceu depois de Deus ter permitido um sofrimento em sua vida. Sobre essa situação, ele disse: “Para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar” (II Coríntios 12.7). O quer que fosse esse “espinho na carne”, esse “esbofetear de Satanás”, o motivo era sua exaltação pessoal, seu orgulho social e sua arrogância religiosa. O efeito foi o seu quebrantamento daí por diante.

1.2. Lembrando também de Nabucodonosor que se deixou levar pela vaidade como rei, achando-se o tal, o maioral, o fenomenal, da noite para o dia viu sua situação mudar. Tonou-se como um animal, rastejando pelo chão, comendo grama e dormindo ao relento. Passando por essa humilhação, ele reconheceu sua fragilidade e glorificou a Deus (Daniel 4.29-37).

  1. Não podemos, por outro lado, sair de um extremo e cair no outro. Não podemos nos deixar levar pela fraqueza, fazendo dela um estilo de vida. Quando isso acontece, que é o oposto do empoderamento, a pessoa usa a fraqueza como justificativa para não fazer nada. Torna-se inoperante, inativa, improdutiva.

2.1. Convidado a ensinar, diz: “Não sei fazer isto”. Chamado para evangelizar, responde: “Ah! Quem sou eu?”. Concitado a cantar, escusa-se: “Não tenho essa capacidade”. Todas as oportunidades são descartadas em nome da fraqueza.

2.2. Paulo apóstolo, depois de reconhecer sua fraqueza, disse: “Porque quando estou fraco, sou forte”. Através de sua fraqueza, ele permitiu que o poder de Deus se manifestasse através dele e tornou sua vida uma soma de realizações. Não fez da fraqueza um modo de viver, mas um caminho para o poder de Deus em seu existir.

2.3. Joel viu pessoas enfraquecidas no meio do povo de Deus e por isso pregou: “Diga o fraco: Eu sou forte” (Joel 3.10). O momento era desafiante na história do povo de Israel e o povo precisava reagir. Então pregava aos fracos para que assumissem o poder de Deus.

Conclusão

Se a pessoa continuar presunçosa, cheia de si, arrogante, poderosa, não será usada por Deus, que procura aqueles que se coloquem humildemente diante dele para serem cheios do poder do alto.

Se a pessoa fizer da fraqueza uma maneira de agir, escolhendo ser inútil, não será usada por Deus, que procura aqueles que tirem força da fraqueza, movidas pelo poder do alto.

Por isso, faça como Paulo apóstolo, que abriu mão do seu poder pessoal e, achado em fraqueza, foi capaz de permitir a manifestação do poder de Deus em sua vida e realizar um grande ministério. Tinha uma fraqueza virtuosa que se torna instrumento para o poder de Deus.