147. O Senhorio de Jesus

Lucas 6.46

O SENHORIO DE JESUS

Introdução

  1. É natural que as pessoas ao ouvirem o evangelho iniciem seu relacionamento com Jesus Cristo como Salvador. Afinal, se estão perdidas em seus pecados, desorientadas em seus caminhos, tateando nas trevas, dominadas por seus vícios, acorrentadas pelos demônios – se estão nessa e em outras situações semelhantes, elas precisam de um Salvador,
  2. Também é natural que após a salvação e iniciado o discipulado ou aprendizado dos ensinos cristãos, inteirando-se das palavras que Jesus deixou para serem seguidas, as pessoas olhem para Jesus e o vejam como Mestre.
  3. Chegará, todavia, o momento quando cada crente salvo e discipulado perceba que Jesus também é Senhor de sua vida. Nesse caso, o que vai prevalecer é a decisão entre fazer a própria vontade e a vontade de Jesus Cristo. Chegará o momento quando será aplicada a prática do negar-se a si mesmo, abrindo mão de seus próprios ditames. Foi exatamente essa a indagação que Jesus fez a seus seguidores: “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”.

Desenvolvimento

  1. Conclui-se, portanto, de imediato, que esta expressão não é um pronome de tratamento para ser usado quando nos dirigimos a Jesus Cristo em orações, súplicas, intercessões. Aliás, no seu sermão escatológico sobre sua volta a este mundo, Ele dirá a várias pessoas que se digam crentes e a Ele façam orações: “Nem todo no que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7.21).

1.1. Se hoje em dia o relacionamento social determina que nos relacionamentos com pessoas de mais idade ou que ocupam certas posições hierárquicas, seja usado o pronome de tratamento “Senhor”, este não era o significado do uso da expressão aplicada a Jesus Cristo.

1.2. Escrevendo aos filipenses sobre o que irá acontecer no futuro, o apóstolo Paulo nos ajuda a entender o alcance dessa expressão. Paulo escreveu: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-11). O termo significa, portanto, reconhecimento de realeza, majestade, divindade. Significa submissão.

1.3. Considerar Jesus Cristo como Senhor é decidir que sua vontade é que será por nós colocada em prática. No exercício do livre arbítrio em que cada um decide o que vai fazer, a pessoa decide abrir mão de sua vontade pessoal. É o conhecido “negar a si mesmo”.

  1. Na parábola dos dois filhos a quem o pai deu uma ordem, essa situação foi claramente ilustrada. Enquanto um filho disse que ia fazer o que o pai solicitou e não fez, o outro, que dissera não fazer, mudou de pensamento e fez o que o pai pedira. Jesus então perguntou qual realmente havia feito a vontade do pai (Mateus 21.28-31). Se num determinado momento de nossa história de vida também falhamos em fazer a vontade de Jesus, seja motivado pelo nosso próprio ego, seja iludido por Satanás, temos a oportunidade de sempre cair em si e decidir que o mais importante é obedecer.

Conclusão

Além de ser nosso Salvador e Mestre, Jesus Cristo também quer ser nosso Senhor. Assim sendo, espera de nós obediência às suas palavras, ensinos e mandamentos. Se por razões humanas ou influência maligna percebemos qualquer tipo de resistência, para nosso bem, podemos reconsiderar a decisão e praticar a obediência a Ele. Podemos potencializar ainda mais essa disposição nos dirigindo a Ele em oração e dizer como o salmista: “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana.” (Salmos 143:10).