67. A Profissão do Crente

II Tessalonicenses 3.11,12

Introdução

  1. Se começar pela Bíblia, você vai perceber uma variedade de atividades profissionais desde os tempos mais antigos, além daquelas que surgiram em tempos mais recentes. Por exemplo: Caim era lavrador; Abel era pecuarista; a construção da Torre de Babel mostra os oleiros; as trocas de bens e mercadorias produziram o comerciante; as guerras e conflitos geraram os militares; a sede pelo poder trouxe os políticos à existência; os doentes exigiram o surgimento dos médicos e assim por diante. Hoje são centenas as atividades profissionais, razão porque o valor do trabalho não está no tipo, mas em si mesmo (Isaías 41.6,7). Todos os trabalhos são dignos (Mateus 13.44-48: os três ilustram o Reino de Deus).
  2. Ao comentar o assunto sobre atividades profissionais, psicólogo Gary Collins apresenta várias razões para dizer porque ele é um dos mais relevantes da vida contemporânea. Ele diz que: “a ocupação que venhamos a ter vai determinar o tipo de vida socioeconômica que vamos desfrutar”.
  3. No Brasil, ainda no censo de 1980 ficamos sabendo que de toda a população: 46% não tinha rendimentos, 36% ganhava até 2 salários-mínimos, 12% ganhava cerca de 3 a 5 salários, 0,5% ganhava de 6 a 20 salários-mínimos e 0,1% ganhava mais de 20 salários. Esses números mostram que o tipo de trabalho que a pessoa venha a ter vai determinar o valor do seu salário.
  4. A ocupação que venhamos a ter vai também a maneira como vamos empregar quase a metade do tempo que usamos para trabalhar. Quer em termos diários, quer em termos de tempo total da existência. Se o trabalho da pessoa afeta tanto a sua vida, é preciso que ela considere esses fatos de modo sábio para escolher a melhor atividade profissional.

Desenvolvimento

  1. Abrindo nossa Bíblia em Marcos 6.3 vocês encontram a informação sobre a atividade profissional de Jesus antes dele começar seu ministério religioso. Essa informação está na pergunta que fizeram: “Não é este o carpinteiro?”. Olhando especificamente a sua atividade de carpinteiro ou construtor, percebemos que ele estava engajado e comprometido, mesmo que existisse outras profissões na época considerada mais nobres.
  2. Uma das razões por que pessoas hoje se sentem desajustadas com o que fazem é explicar que não tem vocação para tal atividade.

2.1. Pensando especificamente nessa explicação, antigamente se definia vocação como tendência ou inclinação para um determinado trabalho. Hoje sabe-se que essa tendência ou vocação é resultado de fatores hereditários e ambientais.

2.2. A realização de vários testes vocacionais tem o objetivo de associar uma atividade profissional com a vocação da pessoa, para que o ajustamento seja alcançado, sem que a pessoa justifique sua frustração com essa argumentação.

2.3. Todavia, a descoberta de uma vocação não será diferente da influência hereditária e ambiental. Por exemplo: uma pessoa de família de vários cozinheiros e foi criada entre o fogão e as panelas terá naturalmente a vocação para cozinhar. Se é de família de advogados e foi criança num ambiente de questões jurídicas, também será naturalmente advogada.

  1. Se esses fatores são tão influentes, por que pessoas exercem outras atividades e acabam se sentindo frustradas depois? Uma das explicações é atitude de se rebelar contra o que seria natural, insistindo em exercer outra atividade. Outra explicação seria a busca de melhor posição social e financeira para atender suas expectativas pessoais. Essas e outras experiência tem dado certo em alguns casos, considerando os objetivos propostos pela pessoa. Todavia, em outras experiências fazem a pessoa se sentir infelizes e desajustadas, oprimidas e exploradas.
  2. Como conciliar os extremos em que uma pessoa vocacionalmente feliz é infeliz com seu salário e outra pessoa feliz com seu salário é frustrada com sua profissão? Se ambas as situações muitas vezes não são harmonizadas, uma opção espiritual é considerar orientações bíblicas, como por exemplo II Timóteo 6.8-10.
  3. E quanto aos que não querem trabalhar? Não estou falando dos que não conseguem emprego ou serviço... Estou perguntando sobre os preguiçosos, os malandros, os que pautam a vida pela vadiagem? Não podemos ignorar que esta é das mazelas sociais presentes em todas as épocas e culturas. Por isso mesmo, faz-se necessário ler Provérbios 13.4,21,25: II Tessalonicenses 3.11,12. O quarto mandamento da Lei de Deus declara a necessidade de trabalhar a maior parte do tempo.
  4. Sobre a escravidão, isto é, a exploração do ser humano no trabalho, prática que vem dos tempos mais antigos e ainda é encontrada em alguns lugares, Deus já se posicionou contrário. Todo trabalho deve ter um salário justo (Êxodo 3.7,8; Jeremias 22.13; Tiago 5.4; Mateus 20.1-15.

Conclusão

Depois de analisar cada um desses aspectos sobre o crente e sua atividade profissional, a pergunta final seria a respeito da importância da oração na solução de problemas pertinentes. Por exemplo: em época de desemprego as pessoas necessitam ser fortalecidas e confortadas, além persistirem na busca de opções. Na tomada de decisões sobre alternativas de trabalho e de mudanças geográficas, Deus pode orientar sobre a direção a seguir. Os sentimentos de gratidão e satisfação são também decorrentes de revelações espirituais. Os dias de carência precisam dos cuidados de Deus através do socorro de outras pessoas e das igrejas.