143. A Melhor Mãe do Mundo

II Timóteo 1.5

A MELHOR MÃE DO MUNDO

Introdução

  1. Eu sei que a identificação de quem seja a melhor mãe, a melhor mãe de todas, a melhor mãe do mundo, vai depender de cada filhou ou filho, por diferentes razões. Alguns vão dizer que a sua foi a melhor, porque se fez presente continuamente durante toda a sua vida, evitando que se tornassem carentes da presença materna. Outros vão declarar que foi a sua, porque fez de tudo para superar suas limitações e que, se não foi perfeita, conseguiu dar-lhe a melhor formação psicológica. Existem aqueles que vão afirmar que a sua foi a melhor, porque sempre esteve atenta a tudo o que acontecia, incluindo a atitude de disciplinar para que fossem pessoas corretas.
  2. Então, em vez de perguntar a cada filho ou filha, resolvi perguntar a Timóteo, filho de uma mãe chamada Eunice, cuja referência está registrada nas páginas da Bíblia. Certamente que ele também tem o direito de expressar as razões pelas quais a sua teria sido a melhor mãe.

Desenvolvimento

  1. Pra começo de conversa, um dos motivos apresentados por Timóteo seria que sua mãe, Eunice, teve como prioridade o propósito de que ele se tornasse um crente em Jesus Cristo. Pelo testemunho dado através do apóstolo Paulo, essa atitude de sua mãe era resultado de uma herança recebida, quando ela mesmo havia se tornado crente por influência da mãe Lóide, avó de Timóteo. Porque ela mesma havia experimentado o valor da fé cristã, entendeu que o filho também deveria e poderia se tornar um crente. Mais ainda: um verdadeiro e genuíno crente.
  2. Para ter se tornado crente, Timóteo explicaria que a maneira de sua mãe agir tinha sido a de educá-lo desde bebê nos ensinos da Bíblia. Tendo acompanhado o histórico de Eunice e Timóteo, o apóstolo Paulo nos forneceu essa informação, escrevendo sobre o que havia acontecido: “Desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (II Timóteo 3.15). Não podemos duvidar da influência que a Bíblia pode ter na vida das pessoas se lhes é ensinada desde quando são bebês, inclusive ainda no ventre materno. Aliás, esse também é o significado da palavra grega “βρέφος” (bréphos), traduzida por “meninice”: embrião, feto, recém-nascido. Este seria outro motivo para considera-la a melhor mãe.
  3. Mais ainda: ao conhecer Timóteo na sua juventude, por ocasião da segunda viagem missionária de Paulo, o historiador Lucas nos fornece mais um detalhe de sua importância para perceber a influência de sua mãe em sua experiência de fé em Jesus Cristo. Lucas registrou sobre o encontro de Paulo e Timóteo: “E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego” (Atos 16.1). A mãe era judia e o pai era grego. Comentaristas entendem que a ausência de informações a respeito do pai, levam a concluir que ele não era crente e nem se converteu depois. Isto significa, em outras palavras, que mesmo tendo uma possível influência agnóstica ou ateísta ou idólatra por parte do pai, a vida e o testemunho da mãe falaram mais alto. O casamento misto não impediu que a mãe exercesse seu papel de cristã na formação espiritual do filho. Por este motivo Timóteo também diria que a sua tinha sido a melhor mãe.

Conclusão

Certamente que, a esta altura, alguma mãe poderia, com lágrimas nos olhos, dizer que fez tudo o que foi possível, mas seu filho ou filha ainda não se converteu. Neste caso, permitam duas considerações. Uma delas é exatamente a expressão “ainda não se converteu”. A conversão de um filho ou uma filha pode acontecer anos depois e até mesmo depois da partida da mãe. A outra consideração é que os filhos e filhas, mesmo tendo recebido a melhor influência de uma mãe cristã, tem também o direito ao livre arbítrio. Isto é, tem direito de fazer sua própria escolha e por isso Jesus dizia: “Aquele que quiser”. Neste caso, a mãe terá a consciência tranquila de que fez o que tinha de fazer para ser a melhor mãe de todas, a melhor mãe do mundo.