129. Motivos Para Viver

Filipenses 1.21-26

MOTIVOS PARA VIVER

Introdução

  1. Normalmente as pessoas que citam essas palavras do apóstolo Paulo tem o objetivo de acentuar a certeza da salvação após a morte. Para o apóstolo Paulo, essa certeza era tão grande que ele chegou ao ponto de falar em “desejo de partir para estar com Cristo”.
  2. Hoje, todavia, quero recorrer a essas palavras do apóstolo Paulo para salientar não o seu desejo de morrer, mas sua escolha por viver. Mesmo que tivesse a certeza de ser salvo se tivesse de morrer e mesmo que num momento até ficasse em dúvida sobre o que escolher, logo em seguida ele fez a opção por viver. Entre morrer e viver, ele escolheu a vida.

Desenvolvimento

  1. Em nossos dias e em nossa experiência, quando situação semelhante se apresenta em virtude de problemas, dificuldades, adversidades, enfermidades, perdas, decepções, desespero, em vez de nos deixar levar pela possibilidade de morrer, até mesmo porque temos a garantia da salvação, precisamos também escolher a vida.
  2. É evidente que essa escolha deve ter motivos suficientes para prosseguir na caminhada. Em meio a tendências para a morte, as pessoas precisam de razões para viver.

2.1. No caso do apóstolo Paulo, um dos motivos determinantes foi a existência de pessoas que faziam parte do seu círculo de relacionamento. Ele escreveu: “julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.
E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé,
Para que a vossa glória cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós
” (1.24-26). Quando só pensamos em nós mesmos, nos deixando levar pelo egoísmo, fica mais fácil pensar na morte, sem se preocupar com o que vai acontecer com as pessoas que nos cercam. Quando pensamos nas necessidades das pessoas que fazem parte do nosso relacionamento, do que lhes irá acontecer como consequência, dos prejuízos que poderão experimentar, dos perigos a que poderão ficar expostas, enfim, da importância que temos, certamente iremos optar pela continuidade da vida com elas.

2.2. Outro motivo que entrou em sua consideração a respeito da escolha pela vida foi a sua folha de serviço, a sua produtividade pessoal, o valor de sua influência, o peso de suas realizações. Ele escreveu: “se o viver na carne me der fruto da minha obra” (Filipenses 1.22). Esta maneira de pensar é consequência da atitude de viver de modo realizador, construtivo, empreendedor, operacional. Quem vive por viver, sem utilidade, como pária da sociedade, parasita, sanguessuga, inapto, certamente não tem relevância se vive ou se morre. Pelo contrário, se morrer, nem vai fazer falta. Porém se for alguém cuja vida é caracterizada pelas boas obras, ajuda ao próximo, luz que brilha, ponte de liga, farol que guia, não pode e nem deve sequer imaginar em morrer.

Conclusão

Tenho suficiente sensibilidade para compreender os momentos quando pessoas perdem o sentido da vida e sentem vontade de morrer. Aliás, todos nós estamos sujeitos a esses momentos de fragilidade existencial. Ocorre, todavia, que devemos deixar esse assunto da hora da morte nas mãos de Deus, de acordo com o seu calendário estabelecido para nós. O que devemos ter em nossas mãos como resultado de nossa decisão pessoal é o propósito de viver, fazendo tudo para ser frutífero em nossas realizações e para cuidar das pessoas que nos cercam, suprindo suas necessidades espirituais, materiais, financeiras, sociais, relacionais, familiares e pessoais.