I Pedro 5.8-10
CRENTES QUE SOFREM
Introdução
- Alguém já disse que o “ser humano não nasceu para sofrer”. Sua argumentação foi baseada na fragilidade física, emocional, mental e espiritual de nossa estrutura. Isto significa que, além de não esperar que a vida nos traga qualquer tipo de aflição, quando ela chega ficamos inexplicavelmente surpreendidos.
- Esta verdade se aplica muito mais aos crentes que muitas vezes só ouvem promessa de sempre serem vitoriosos nas lutas da vida, terem sucesso nos empreendimentos, serem resistentes nas crises da existência, superarem as dificuldades que surjam.
- Por isso, exatamente para nos prevenir como seres humanos e principalmente como crentes, Jesus se antecipou e avisou que teríamos aflições neste mundo e Pedro esclareceu que o padecimento cristão está incluído no pacote da experiência de conversão. Jesus disse: “No mundo tereis aflições” (João 16.33). Pedro completou escrevendo que antes de termos a “eterna glória, iremos padecer um pouco” e que “essas aflições se cumprem em todos os crentes do mundo”.
Desenvolvimento
- Uma vez que muitos irão passar por aflições neste mundo, mesmo sendo crentes em Jesus Cristo, precisamos saber que a origem desse padecimento não está no pecado cometido por quem quer que seja como castigo e consequência. Ao tratar desse assunto, Pedro apóstolo explicou que a origem está na obra de Satanás que é nosso adversário, que procura a quem possa destruir e que para realizar esse propósito ministra aflições, principalmente aos crentes.
1.1. Se o Diabo não conseguiu nos impedir de ser crentes, sua estratégia seguinte é fazer tudo para que nós desistamos através do sofrimento. Todavia, como já esclareceu o autor aos hebreus, nós não somos daqueles que desistem (Hebreus 10.39).
1.2. O Diabo também tem a tese de que só cremos porque somos abençoados e muito abençoados, conforme promessas de Deus, em várias áreas da vida. Foi a tese que ele apresentou a Deus sobre Jó: “Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra, mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face” (Jó 1.9-11). Por isso, com a permissão de Deus, ele produz padecimento nos crentes para que sua tese se comprove como verdadeira, mostrando crentes que deixem a igreja, abandonem a fé a até blasfemem de Deus.
- Uma vez sabendo que somos limitados em nossa capacidade humana de sofrer, o apóstolo Pedro esclareceu que Deus vem ao nosso encontro para nos mostrar o que faz em nosso favor nessas horas.
2.1. Antes de esclarecer, Pedro apostolo disse que outros crentes também passam por aflições semelhantes às nossas em outras partes de mundo. Há outros crentes experimentando perdas, enfrentando enfermidades, vivendo na pobreza, sendo injuriados injustamente, passando perseguições, derramando lágrimas incontidas. Não sou apenas eu ou você que sofremos; outros crentes também estão na mesma situação e até em situações ainda piores do que a nossa.
2.2. Consequentemente, Deus então vem ao nosso encontro para nos aperfeiçoar, confirmar, fortificar e estabelecer ou firmar. Ao permitir as aflições ministradas por Satanás, Deus tem sistemas de compensação, de recuperação, de transformação e de consolação. Com José, Deus transformou o mal em bem. Com Jó, Deus providenciou compensação com outras dádivas. Com Davi, Deus lhe deu recuperação de perdas. Com Paulo apóstolo, Deus lhe proporcionou onsolação.
Conclusão
Não estamos sozinhos neste mundo, não estamos entregues a nossa própria sorte, não estamos abandonados nas mãos de Satanás. Se além das bênçãos também temos aflições, Deus está presente em nossa vida, principalmente nas horas de padecimento. É como escreveu o salmista: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (Salmo 46.1)