Filipenses 2.19-21
CUIDAR DOS OUTROS
Introdução
- No objetivo de mostrar a relevância desse assunto na história humana, podemos começar sua apreciação lembrando da pergunta que Deus fez a Caim e da resposta que ele deu. Deus lhe perguntou: “Onde está Abel, teu irmão? Caim respondeu: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gênesis 4.9). Para Deus, Caim deveria ter cuidado de seu irmão Abel em vez de matá-lo. Deveria ter sido realmente seu guardador.
- Essa ideia de que devemos cuidar uns dos outros ficou ainda mais clara nas páginas do Novo Testamento, onde aparecem expressões como “Amai-vos uns aos outros”, “Orai uns pelos outros”, “servi uns aos outros”, “não faleis mal uns dos outros”, “sustentem uns aos outros”. São atitudes que claramente caracterizam a vida dos crentes.
Desenvolvimento
- Falando a respeito das atitudes de Timóteo para com outros crentes da igreja de Filipos, Paulo afirmou que aos olhos dele não havia quem o superasse quanto aos cuidados que demonstrava ter para com os irmãos da igreja. Tornou-se, portanto, um modelo a ser seguido em seus dias.
1.1. Para que nós possamos cuidar uns dos outros em vez de ignorar, desprezar e até se opor, uma das exigências básicas é abrir mão do egoísmo, dando lugar ao altruísmo, conforme fez Timóteo, que não pensava apenas nele mesmo. Em outras palavras, significa abrir mão da natureza humana e deixar-se guiar pelo Espírito de Deus, cujo fruto são: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).
1.2. Um outro detalhe mencionado por Paulo a respeito de Timóteo foi sua sinceridade. Em vez de cuidar dos outros apenas para parecer cuidadoso ou para ser filmado pelas câmeras de televisão ou para receber elogios e ganhar prestígio social, a sinceridade era mais uma de suas virtudes. Sendo um traço do caráter cristão, a sinceridade resulta da experiência de conversão, quando o crente decide ser franco e verdadeiro em tudo o que faz, à luz da vontade de Deus.
- Podemos e devemos cuidar uns dos outros em tudo aquilo que estiver ao nosso alcance, respeitadas nossas limitações e o próprio desejo de pessoas em serem ajudadas.
2.1. Paulo informa que Timóteo cuidava do “estado” em que estavam aqueles crentes. Tanto na NVI quanto na NTLH a tradução é “cuidar do bem estar” deles. Considerando que “bem estar” é um conjunto de situações que cobre todos os aspectos de uma vida humana, inclui estado físico, psicológico e social de uma pessoa. Em outras palavras, Timóteo procurava atender as pessoas no que estivessem precisando.
2.2. Escrevendo sua carta sobre questões práticas que resultam da fé, Tiago fez o seguinte comentário: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tiago 2.14-17). Além de alimentos e vestimentas que possamos dar aqueles que necessitam, cuidando do estado em que se encontrem, outras carências podem surgir no dia a dia, como, por exemplo: uma palavra amiga, uma oração de solidariedade, uma doação em dinheiro, a compra de um medicamento, uma bolsa de alimentos, uma visita na doença e outras coisas semelhantes.
Conclusão
Ilustração: Um rato olhou pelo buraco na parede e quando viu o que o fazendeiro e sua esposa tiraram de um pacote, ficou aterrorizado: era uma ratoeira.
Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:
– Tem uma ratoeira na casa! Tem uma ratoeira na casa!!
A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse:– Desculpe-me, Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não volte a me incomodar por isso, por favor. O porco disse a ele:– Desculpe-me, Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar pelo senhor. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. A vaca o questionou:– O que senhor Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Não me amole. Naquela noite ouviu-se o barulho do disparo da ratoeira. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não percebeu que a ratoeira tinha pego na cauda de uma cobra venenosa, tocou na serpente e esta a picou. Ela foi medicada num hospital, mas voltou para casa com febre. O fazendeiro mandou matar a galinha e fazer uma canja para reanimar sua esposa. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher acabou morrendo e o fazendeiro não podendo arcar de imediato com as despesas do funeral, vendeu a vaca para um frigorífico da região.
MORAL DA HISTÓRIA: Nunca diga que um problema não é seu ou que não o afeta, pois quando alguém está com um problema, todos um dia também podem estar.