Formatura 1 - Pedagogia

FORMATURA EM PEDAGOGIA - Instituto Superior de Educação de Afonso Cláudio, ES, 2004.

"A AUTOESTIMA DO PROFESSOR"

1. Nesta ocasião quando tenho a oportunidade de lhes ministrar esta palavra, a propósito da colação de grau em Pedagogia, poderia me reportar à vitória que conseguiram para chegar até aqui. Também poderia falar da importância de prosseguirem seus estudos para que possam se aperfeiçoar na arte de ensinar cada vez melhor. Quero, todavia, me antecipar a uma situação que muitos professores hoje experimentam e que alguns de vocês certamente vão experimentar num futuro próximo. Estou me referindo à autoestima do professor.

  1. Este é um assunto tão relevante que em 2005, além de outros temas, foi objeto de um Fórum promovido pela Faculdade de Educação da Universidade de Campinas, para tratar exatamente dos “efeitos da falta de condições para as práticas docentes nas escolas e a delineação dos instrumentos de prevenção (ou cura) que venham a minimizar ou evitar o surgimento do problema entre os professores”. http://www.unicamp.br/unicamp/canal_aberto/clipping/outubro2005/clipping051026_correiopop.html
  2. É tão relevante que a Editora Loyola publicou um livro exatamente com este título, de autoria de Franco Voli, acreditando que através da leitura do mesmo, os professores saberão lidar melhor com este sentimento, melhorando o que pensam de si mesmos e de seu desempenho em sala de aula. (Auto Estima do Professor. Ano 2002, 252 pg, 2ª edição).
  3. Considerando sua relevância, Anselmo Antunes escreveu: “A autoestima ou o auto respeito positivo, como prefere Rogers, refere-se ao valor que atribuímos a nós mesmos, ao conceito que temos sobre nossas limitações e potencialidades. A baixa autoestima é um dos principais problemas médicos, posto que se insinua como o mais importante fator no desenvolvimento de patologias psicológicas, e é, sem dúvida, um dos maiores problemas educacionais. Professor sem autoestima é como motorista inseguro ou pescador que se acredita mais frágil que o peixe, e aluno com baixa autoestima é aluno que não aprende, estudante que não evolui. Professores e alunos com essa síndrome são pessoas infelizes...”.

         (http://www.educacional.com.br/articulistas/celso_bd.asp?codtexto=180)

  1. Se vocês não tiverem autoestima elevada, não conseguirão superar as dificuldades inerentes ao magistério, dependerão do que os outros pensam do seu trabalho e deixarão de ter motivação para cada vez mais se aperfeiçoar na arte de ensinar, inclusive deixando de lançar mão dos atuais recursos tecnológicos disponíveis, sentindo-se obsoletos, ultrapassados, vencidos pelo computador. Ieda Maria loureiro de Carvalho, no artigo “De professor para professor como motivador, comunicador, artista e autor”, escreveu: "Há também casos, que são numerosos, de professores que se sentem desestimulados justamente porque não tem o devido respeito por sua dignidade profissional, empenho pessoal e vontade de mudar. Em todos esses casos a autoestima os educadores vai lá para baixo e, como consequência disso, suas aulas são muito inferiores ao que realmente poderiam ser

       (http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte03.htm)

Desenvolvimento

  1. A esta altura seria obvio dizer que vocês precisarão também desenvolver a auto-estima para que sejam os professores que gostariam de ser e que os alunos gostariam de ter. Seria óbvio dizer que vocês precisarão cada vez amar a si próprios e amar o que farão em sala de aula, sentindo-se realizados.
  2. A novidade é descobrir como, achar a maneira, encontrar o modo. Uma professora de matemática, Cristiani Hay, escreveu: “É decisivo restabelecer a autoestima do professor, recuperando a coragem de ser exemplo, não apenas de dar aquela aula. É fundamental que ele mostre e se mostre para motivar no aluno a mesma aspiração emancipatória”. (http://www.educacional.com.br/articulistas/celso_bd.asp?codtexto=180). Lendo seu artigo, nós perguntamos: “Como?”.

2.1. Não faltariam pessoas sugerindo melhoria de salário, verbas para capacitação, melhores condições materiais, tecnológicas e didáticas para a escola, estímulos contínuos por parte da direção e reconhecimento por parte dos pais e da sociedade.

2.2. Ocorre, todavia, que “existem admiráveis trabalhos de Roger e Kelly e interessantes estudos na obra de Stanley Cooperfsmith sobre a autoestima. Esses estudos ensinam que o problema da baixa autoestima não está associado ao potencial acadêmico, aos equipamentos neurológicos e ou às características físicas ou culturais de seu portador. Em outras palavras, se encontramos uma pessoa sem autoestima, teremos que necessariamente buscar outra ou outras pessoas responsáveis por esse estado. Stanley Cooperfsmith chegou a essa conclusão com uma expressiva amostra de garotos de dez anos que, pacientemente, acompanhou até que chegassem à vida adulta. Utilizando-se de recursos de múltiplos diagnósticos, concluiu que sua preciosa amostra poderia ser dividida, de maneira consistente e inconteste, em três grupos: os que apresentaram "alta", "média" ou "baixa" "autoestima. Os primeiros seguiram os caminhos da vida com realista opinião positiva a respeito de si mesmos e a respeito de suas inteligências e competências. Congruentes e confiantes, não se deixavam abater com críticas infundadas e gostavam de ousar e criar, com os pés na terra. Ativos e expressivos, revelavam excelente desempenho escolar e perfeita sociabilidade ambiental. Os de média autoestima, ainda que exibindo algumas dessas características, mostravam segurança menor, ansiedade maior e conformismo derrotista. Os de baixa autoestima causavam pena. Tristes, isolados, temerosos, relutantes, dobravam-se às críticas, mesmo que infundadas, e refugiavam-se na apatia conformista de pensar que o mundo não fora feito para seu deleite. Não gostavam de si mesmos, apresentavam baixo rendimento escolar e traçavam um círculo de problemas que os impedia de se libertar. Pessoas com iguais potenciais de inteligências e relativamente idênticos equipamentos neuronais eram diferentes diante dos desafios da vida. Para Cooperfsmith, foi extremamente simples e evidente descobrir por que pessoas biologicamente parecidas eram psicologicamente tão diferentes. Seus estudos mostraram que as causas eram muito claras, mais do que óbvias.  Por tudo quanto anteriormente foi dito, parece não mais restar dúvidas sobre o papel que os pais, mas também os irmãos, amigos e avós, exercem sobre a autoestima..” (            http://www.educacional.com.br/articulistas/celso_bd.asp?codtexto=180)

  1. Diante dessas conclusões e considerando que alguns não têm mais seus pais, tios, avós, irmãos e todos não somos mais crianças para então recebermos os benefícios de uma formação positiva no processo de crescimento que já acabou, muitos de nós, em qualquer atividade profissional, estaríamos fadados ao fracasso, pois nossos pais não poderiam mais desenvolver nossa autoestima. Neste caso, estamos num impasse: ou encerramos aqui a palestra ou lançamos mão de um outro recurso, que tem sido ignorado. Refiro-me ao recurso espiritual para elevar nossa autoestima e exercer prazerosamente nossa profissão, pois é o único que nos resta.
  2. Espiritualmente nossa autoestima pode ser aumentada se nos deixarmos levar por alguns pensamentos e atitudes, também estruturais para a personalidade. Ouçam, pelo menos a título de conhecimento:

4.1. Deus é nosso Pai. Ainda que tenhamos os pais terrenos, ainda que nossos pais não tenham formado positivamente nossa personalidade ou ainda que até mesmo tenham nos denegrido, inferiorizado, depreciado, minimizado, Deus assume a tarefa de nos amar, prestigiar, valorizar, honrar, proteger, guardar, perdoar, aceitar, estimular, capacitar. Deus eleva nossa autoestima!

4.2.  Jesus Cristo torna a paternidade de Deus uma realidade. A transcendência e a invisibilidade de Deus seriam um fosso para qualquer atitude se ter comunhão com Deus. Aliás, por isso mesmo, não faltam pessoas que negam a existência de Deus ou negam sua atuação ou não se sentem em condições de com Deus ter comunhão. Então, essa paternidade de Deus passa a ser experimentada através de Jesus Cristo. Alguém nessa busca de Deus para sua vida pessoal disse a Jesus: “Mostra-nos o Pai, o que nos basta”. Jesus respondeu: “Estou há tanto tempo com vocês e não me tem conhecido?  Quem vê a mim, vê o Pai... O Pai está em mim e eu estou no Pai... Eu e o Pai somos um”!

4.3. Você começa a ter uma experiência com Jesus quando nele acredita e a Ele busca em oração.  Não quero usar o jargão religioso, dizendo que você precisa se tornar “crente em Jesus”. Isto poderia prejudicar sua compreensão espiritual. Então, vou simplificar: você precisa acreditar em Jesus Cristo. Acreditar que Jesus é Filho de Deus. Acreditar que Jesus veio a este mundo por expressão do amor de Deus. Acreditar que Jesus deu a vida dele na cruz do calvário por amor a você. Acreditar que Jesus morreu em seu lugar, para perdão de seus pecados e sua salvação eterna. Acreditar que Jesus ressuscitou dentre os mortos, foi para o céu e hoje está à direita de Deus intercedendo em seu favor. Acreditar que Jesus também pode habitar em seu coração através do Espírito Santo. Acreditar que Jesus pode ouvir sua oração agora, concedendo-lhe perdão dos pecados, vida eterna e autoestima.

Conclusão.

        Com Jesus em sua vida, você poderá dizer: eu me amo e amo meu trabalho. Com Jesus em sua vida você terá a ajuda de Deus para ser professor. Com Jesus em sua vida você poderá ajudar seus alunos a também terem autoestima. Sim, um bom professor é aquele que também ajuda seus alunos a TEREM autoestima!