II Coríntios 9.9; Gálatas 2.10
O PROPÓSTIO DA BENEFICÊNCIA
Introdução
- Uma maneira bem simples de entender qual seja o propósito da beneficência é dizer que se trata da atitude de socorrer os pobres em suas necessidades. Um socorro que foi recomendado desde os dias de Moisés: “Quando entre tu houver algum pobre, de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre;
Antes lhe abrirás de todo a tua mão. Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra”.
(Deuteronômio 15.7,8,11). Um socorro que o apóstolo Paulo fez questão de conservar em seu ministério missionário, inclusive levando igrejas a darem ofertas com esse objetivo: “Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Romanos 15.25,26). - Seguindo essas recomendações dadas por Deus, as igrejas cristãs, ao longo dos tempos, também incluíram entre as suas tarefas a atitude de considerar as necessidades dos pobres. Seja através de sua referência nos Estatutos entre as suas finalidades, seja na criação do Departamento de Beneficência ou do Ministério de Ação Social, os crentes entendem que não podem deixar de atender os pobres, sejam eles membros da igreja ou não. Em outras palavras, este propósito consiste na prática da caridade cristã.
Desenvolvimento
- Embora cada igreja deva atender aos necessitados que estão nela presentes ou estão ao seu redor, sempre é bom lembrar o que as estatísticas tem informado a respeito da situação da pobreza em nosso país e no mundo, para nos sensibilizar.
1.1. No mundo, a Organização das Nações Unidos publicou um relatório feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud): “A pesquisa do Pnud foi feita em 109 países, reunindo um contingente total de seis bilhões de pessoas. Desse total, o que foi apurado é que 1,3 bilhão de seres humanos – ou seja, um quarto da população investigada – vivem em situação de pobreza, o que é um dado muito estarrecedor” (https://jornal.usp.br/radio-usp/relatorio-da-onu-revela-quadro-de-pobreza-no-mundo/).
1.2. No Brasil, “cerca de 62,5 milhões de brasileiros vivem na pobreza, com as seguintes consequências: falta de alimentação adequada; dificuldade de utilização dos serviços de saúde; inadequação de moradias; ausência de saneamento básico; aumento da violência e da vulnerabilidade social; crescimento da população em situação de rua e da informalidade; aparecimento de doenças causadas pela falta de alimentação adequada” (https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-pobreza-no-brasil.htm#:~:text=Linha%20da%20pobreza%20no%20Brasil,como%20pessoas%20em%20extrema%20pobreza.).
1.3. Em nosso bairro, basta prestar atenção à situação em que se encontram crianças e adolescentes que vivem nas praças, famílias que moram em casebres precários, desempregados que não tem como sustentar a casa, pedintes que andam nas ruas suplicando esmolas, moças que são exploradas pelos aliciadores, jovens que são atraídos pelo tráfico das drogas, doentes que não tem tratamento e nem como comprar remédios.
- Os estudiosos que procuram entender e combater a pobreza no mundo e no Brasil apresentam as seguintes razões que tem sido diagnosticas: “acentuada concentração fundiária; acelerado processo de urbanização; êxodo rural das populações do campo; falta de investimento em educação; grande número de trabalhadores informais; grande concentração de renda; insuficiência de políticas de combate à pobreza” (https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-pobreza-no-brasil.htm). O fato, todavia, é que seja através destas causas, seja através de outras, continua prevalecendo a verdade que foi dita por Deus através de Moisés e que foi repetida por Jesus Cristo: “Nunca deixará de haver pobre na terra” (Deuteronômio 15.11; Mateus 26.11). Em outras palavras, além de combater as causas, é necessário ir ao encontro dos pobres para socorrê-los em suas necessidades. Esse socorro deve ser prestado através de várias estratégias a serem adotadas, tendo recursos financeiros suficientes.
Conclusão
Se todos os pobres que estiverem próximos precisam ser ajudados por nós, individualmente ou como igreja, este será também um dos nossos propósitos ou teremos apenas como propósitos a adoração, a evangelização, o ensino e a comunhão? A resposta está na Palavra de Deus que nos diz: “Façamos o bem a todos, principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6.10).