63. Cada Um no Todo

I Coríntios 12.12-27

CADA UM NO TODO

Introdução

  1. Entre as várias comparações usadas pelo apóstolo Paulo para se referir à igreja, sua preferida foi a comparação com o corpo humano. Fez essa comparação na carta aos romanos (Romanos 12.4), aos coríntios (I Coríntios 12.12,27), aos efésios (Efésios 4.16) e aos colossenses (Colossenses 2.19).
  2. Nessas comparações, seu objetivo foi mostrar o valor de cada um dos membros e a união do todo. Embora tenha enfatizado ser a igreja o corpo de Cristo, salientando assim a natureza espiritual da igreja, sua comparação com o corpo humano teve o objetivo de mostrar o valor de cada um e de todos juntos. Assim como todas as partes do corpo estão ligadas e trabalham juntas, os crentes devem trabalhar unidos e sua união é que mostra a integridade do corpo.

Desenvolvimento

  1. Para deixar bem clara a importância de cada crente, ele menciona as várias partes do corpo, exemplificando com os pés, as orelhas, a língua, a mão, os olhos. Depois de imaginar um diálogo entre essas várias partes em que cada uma não deve se sentir melhor do que a outra, ele quis salientar que nas igrejas não devem existir falsa humildade, baixo autoestima, egoísmo, independência, indiferença, vaidade, orgulho, pedantismo.
  2. Quis acentuar que nas igrejas cada pessoa tem seu valor, porque cada um tem sua função, seu lugar, seu papel. Cada um tem seu valor mesmo que não ocupe os cargos mais importantes e nem sejam os líderes mais destacados. Os membros da Diretoria ou do Diaconato não são mais importantes dos que os membros que atuam em outras áreas menos visíveis e mais simples.
  3. Se esta maneira de pensar não prevalecer, corre-se o risco de alguém se sentir diminuído ou até ser mesmo inferiorizado e decidir não mais participar, dizendo: “Eu não sou importante aqui”, “Eu não faço falta nesta igreja”, “Eu não tenho valor para estas pessoas”. Afinal de contas, uma igreja relevante, atuante, participativa não é um aglomerado de expectadores assistindo um espetáculo religioso. Se cada um fizer a sua parte e valorizar o outro, todos vão se sentir úteis, integrados, pertencentes.
  4. Além de enfatizar a importância de cada um, ele também enaltece o valor todo unido. Um corpo não é um corpo se as suas partes estão desligadas, afastadas, separadas, soltas. É a união de todos os membros que forma o corpo. Essa orientação apostólica objetivava fazer frente ao espírito dos gregos, dos romanos e de todos os povos do passado e do presente que escolhem o divisionismo, o partidarismo, o separatismo em vez da união e da unidade. A visão de igreja com base na ilustração do corpo tem o objetivo de mostrar que todos devem estar juntos para alcançar os mesmos propósitos e objetivos. Se é louvar, todos louvam. Se é contribuir, todos contribuem. Se é orar, todos oram. Se é confraternização, todos participam. Enfim, a união se torna a marca da igreja, mostrando que ela não é uma colcha de retalhos.

Conclusão

Um homem comprou uma calça e ao experimentar em casa, viu que estava maior do que devia. Pediu então à sua sogra que cortasse um pouco e fizesse nova bainha. O tempo passou e o serviço não foi feito. Resolveu então pedir a esposa, que logo atendeu. Dias depois, a sogra lembrou do pedido do genro e cortou mais um pedaço. Final da história: a calça acabou ficando menor do que era necessário. Moral da história: cada uma fez sozinha, sem falar com a outra e o prejuízo foi inegável.

Ao usar a metáfora do corpo para falar da importância de cada um e da união do todo aplicada à igreja, o apóstolo Paulo estava certo de que eles iriam entender e de que nós também entenderíamos.