103. Concorrência Espiritual

II Coríntios 11.3, 4; gálatas 1.6-9

Introdução

  1. Numa época como a nossa, quando os mais diferentes tipos de igrejas e pregadores estão procurando conviver como se todos fossem iguais, falando do mesmo Jesus e dizendo que estão procurando fazer a vontade de Deus, torna-se difícil entender a linguagem do apóstolo Paulo quando confrontou os que na ocasião estavam fora de sua sintonia, mostrando que na verdade eram seus concorrentes espirituais.
  2. Por isso, compreendo que alguns de vocês possam ter alguma dificuldade com esses textos da lavra do apóstolo Paulo, nos quais ele estaria denunciando como prejudicial a existência de outros pregadores e igrejas anunciando um outro evangelho como também lançando sobre eles um anátema, tanto na cidade de Corinto como na região da Galácia. Estava portanto condenando os concorrentes espirituais da época.

Desenvolvimento

  1. Então, eu pergunto a vocês: Qual foi a razão pela qual Paulo agiu dessa forma? Por que ele se posicionou claramente contra aqueles pregadores e igrejas? Por que chegou ao ponto de lançar anátema sobre eles? Por que combateu a concorrência espiritual?

1.1. Para responder a essa pergunta, vamos voltar ao texto, em Gálatas 1.6. Eles estavam deixando o evangelho que haviam abraçado e deixando a igreja a que pertenciam.

1.2. No caso deles, depois de terem se tornado crentes em Jesus, foram envolvidos pelos judaizantes que lhes diziam também precisarem praticar a circuncisão e guardar a lei de Moisés. Em outras palavras: estavam dizendo que o evangelho que tinham abraçado era incompleto e que o Jesus deles era insuficiente.

1.3. Vamos ainda, para responder a essa pergunta, voltar ao texto de II Coríntios 11. 3,4. Depois de terem se tornado crentes em Jesus estavam se deixando seduzir por pregadores que lhes oferecia um Jesus que seria mais poderoso, mais amoroso, mais completo. Consequentemente, estavam deixando o que o Jesus em quem haviam acreditado e por isso, mais tarde, seriam prejudicados espiritual e eternamente.

  1. Uma vez compreendendo o apóstolo, vou fazer uma outra pergunta: Por que estavam deixando o Jesus em que haviam crido e por que estavam deixando a igreja cristã onde haviam sido batizados? Pensem!

2.1. Vamos primeiro focar o apóstolo. Estavam deixando Jesus e a igreja por que não gostavam do apóstolo? Não gostavam de sua aparência física? Não admiravam suas pregações?  Não achavam suas orações poderosas?

2.2. Se pensarmos assim, então vamos nos enganar em nosso tempo pensando que hoje as pessoas se afastam de nossa igreja e do evangelho que um dia abraçaram porque não gostam do pastor atual. Se pensarmos assim, vamos esquecer que também no passado de nossa igreja outros membros não gostavam do pastor anterior e queriam que ele fosse embora. Outros membros deixaram de gostar do pastor anterior ao anterior e se cansaram da presença dele. Outros membros passaram ater problemas com o primeiro pastor e exigiram a exoneração dele.

2.3. Se seguirmos essa linha de pensamento, a conclusão que iremos chegar é que não gostar do pastor e justificar no pastor a saída da igreja tornou-se um mau hábito e se não aprendermos hoje a gostar do pastor, então no futuro outros membros não irão gostar do próximo pastor e também vão sair responsabilizando o pastor.

  1. Precisamos então da verdade! Aquelas pessoas estavam se afastando, na verdade, por razões novas doutrinas e de outras práticas de culto que lhes estavam sendo oferecidas. Os crentes de Corinto e da Galácia se deixaram seduzir pelos judaizantes e passaram a crer que deveriam seguir as leis de Moisés, fazer circuncisão e ter um culto igual aos cultos das sinagogas.

3.1. Foi assim no passado, é assim no presente e será assim no futuro.  Falando a verdade: pessoas saem e saíram de nossa igreja porque querem seguir pregadores, pastores e missionários que os seduzem prometendo curas para todos a qualquer preço e se não forem curados é porque não tiveram fé; prometendo tirar deles espíritos malignos mesmo depois de terem se tornado crentes, ensinando que crentes também ficam possessos; prometendo prosperidade e riqueza mesmo que o façam para cada vez mais tirar dinheiro para eles; prometendo amor, atenção e cuidado mesmo que na verdade estejam apenas atraindo-os para verem a igreja crescer rapidamente; prometendo liberdade de culto com espaço para dançar, cair ao chão, gritar, não importando que haja decência e ordem diante de Deus.

Conclusão

  1. Ao verem alguns membros da igreja abandonando a igreja e a Jesus Cristo, o apóstolo Paulo poderia ter ficado calado, entendendo que as pessoas são livres para irem aonde quiserem e que no final todos vão prestar contas a Jesus. Mas ele não agiu assim. Sabendo que deveria cumprir seu ministério e que daria conta a Jesus das pessoas que estavam sob seus cuidados, ele procurou avisar aos que permaneciam fiéis a Jesus e a igreja, combatendo os concorrentes espirituais, denunciando os interesses deles e lançando sobre eles o anátema.
  2. Para aqueles que não sabem, anátema significa expulsão do seio da igreja, excomunhão, exclusão, execração, separar para condenação. Significa exatamente cortar relacionamento com todos os que da igreja estão saindo para seguir uma outra doutrina, principalmente os líderes, pregadores, pastores e missionários que estão agindo assim.
  3. Na verdade, essas pessoas não estão agindo como Jesus havia dito: “Quem não é contra nós é por nós.”. A verdade é que eles são contra nós e todos os que de nós saem acabam também sendo contra nós! É como anos mais tarde o apóstolo João também esclareceu: “Saíram de nós porque não eram nossos” (I João 2.19).ncia que eu mesmo procurei aceitar o surgimento de outros pregadores e de outras igrejas, compreendendo a democratizaçis tardev