167. Promessas Diante da Realidade

Números 13.25-30

PROMESSAS DIANTE DA REALIDADE

Introdução

  1. Longe de mim, negar o valor de enxergar a realidade dos fatos e acontecimentos que fazem parte da vida de cada um de nós. Em uso comum, realidade corresponde a tudo o que existe ao nosso redor, seja ou não percebida. Ela ajuda o ser humano a escapar da ilusão, da fantasia, da imaginação, das crenças enganosas, do romantismo exagerado, das distorções na percepção. Uma pessoa pode olhar para as nuvens e ver figuras, o que não corresponde à realidade, mas uma ilusão de ótica. Uma pessoa pode ouvir vozes e acreditar que Deus está falando com ela quando na realidade trata-se de um sintoma de esquizofrenia. Uma pessoa pode ver um carro andando para frente e parecer que suas rodas estão girando para trás ou paradas, quando a explicação está na distorção da percepção do olhar.
  2. Todavia, a importância da realidade não pode e nem deve ser maior do que a importância de acreditar nas promessas de Deus, mesmo quando elas fazem frente à realidade que esteja diante de nós. Não podemos permitir que qualquer realidade existente resulte na anulação das promessas de Deus, como se elas não pudessem ser cumpridas. Um dos ensinos mais relevantes da Bíblia é de que Deus faz promessas e as cumpre fielmente. Mais ainda: a Bíblia registra inumeráveis promessas de Deus que foram cumpridas exatamente como foram feitas, para provar esse fato.

Desenvolvimento

  1. Esta análise a respeito da maneira como hoje em dia vamos acreditar nas promessas de Deus diante da realidade foi vivenciada na experiência dos 12 espias que foram observar a terra que havia sido prometida por Deus.

1.1. Dez desses espias voltaram da empreitada depois de 40 dias e deram um relatório que descrevia a realidade que verificaram existir. Eles disseram: “Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque. Os amalequitas habitam na terra do sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam junto do mar, e pela margem do Jordão”. Eles reconheceram a realidade de que a terra era rica, como Deus dissera, mas também viram a realidade da quantidade dos inimigos que iriam enfrentar, assim como a fortificação das cidades, o poder militar do povo, a grau de violência que praticavam entre si, principalmente serem gigantes os soldados, diante de quem pareciam gafanhotos.

1.2. Essa visão da realidade como realmente era aos seus olhos deixou esses 10 espias apavorados, amedrontados, assustados a ponto de sugerirem que não deveriam tomar posse da promessa. Para persuadir o povo a não tomar posse da terra, infamaram-na, difamaram, isto é, espalharam notícias falsas para aumentar ainda mais o medo do povo. A consequência, como não poderia deixar de ser, foi a reação de o povo cair em pranto, chorando a noite inteira, murmurando contra Moisés e Arão e desejando terem morrido no Egito ou mesmo morrerem no deserto (14.1,2).

  1. Diferentemente desses 10 espias, ainda que tivessem visto a mesma realidade, Josué e Calebe se mantiveram firmes na promessa que Deus havia feito, declarando que seriam vitoriosos na conquista da terra e no recebimento da benção: “Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela”.

2.1. Anos depois, Josué comentou o motivo de sua confiança junto com Calebe: “Todas as promessas que Yahweh, vosso Deus, fez em vosso favor, nenhuma – sem exceção – deixou de cumprir-se: tudo o que foi prometido se realizou em vosso favor e nenhuma Palavra do Eterno falhou” (Josué 21.45). Estava experimentando o cumprimento da promessa, tendo tomado posse da terra.

2.2. Séculos depois, ao comentar esse episódio, o rei Salomão disse ao povo que estava diante dele: “Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo de Israel, segundo tudo o que prometera; nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo” (I Reis 8.56).

2.3. Paulo apóstolo, também comentando a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas, deixou escrito: “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós” (II Coríntios 1.20).

Conclusão

  1. Além daquelas 365 promessas que Deus fez e que estão na famosa “Caixinha de Promessas”, para serem aplicadas em cada dia do ano em diferentes áreas e situações, ainda existem muitas outras promessas na Bíblia.
  2. O problema, todavia, é saber se Deus está mesmo me fazendo uma promessa para que eu possa descartar a realidade ou se eu estou me enganando. Elas realmente se aplicam a nós? Elas realmente podem ser reivindicadas?
  3. A solução desse problema é descobrir que existem promessas gerais e promessas individuais. Há promessas que foram feitas especificamente a alguns indivíduos e já foram cumpridas, como aconteceu com promessas feitas a Abraão, Moisés, Davi, Salomão, Isaías, Pedro, João e Paulo, apóstolos. Por outro lado, há promessas gerais. Por exemplo: a promessa da salvação eterna através de Jesus Cristo é para todos os que se arrependerem de seus pecados e crerem em Jesus Cristo. Outro exemplo é a promessa de que Deus vai suprir todas as nossas necessidades em Cristo Jesus. Ainda outro exemplo é a promessa de que a oração no lugar na preocupação trará paz ao coração e á mente, inexplicavelmente. Mais um exemplo é a promessa de que entregar o caminho ao Senhor fará com que Deus aja em nosso favor.
  4. Em oração, pergunte a Deus se determinada promessa feita na Bíblia ou diretamente ao seu coração pela voz interior do Espírito Santo é para você também. Se a resposta for positiva, acredita de todo o coração, mesmo que a realidade seja contrária.