40. "Não Sou Digno"

Mateus 8.8

Introdução

    Com certa frequência, vocês podem encontrar ao longo do Novo Testamento várias pessoas que repetiram essa afirmação sobre si mesmas. Crentes, não crentes, pobres e ricos, homens e mulheres em variadas situações diziam: “Eu não sou digno”.

Desenvolvimento

  1. Exemplos de pessoas que fizeram essa afirmação:

1.1. Esse sentimento de indignidade apareceu em João Batista, um dos primeiros personagens. Ele disse: “Não sou digno de abaixando-me, desatar as correias de suas sandálias” (Marcos 1.7).

1.2. O filho pródigo dizia na parábola contada por Jesus: “Não sou digno de ser chamado teu filho” (Lucas 15.21).

1.3. Neste episódio, quando Jesus se prontificou a estar em sua casa, o centurião declarou: “Não sou digno que entres em minha casa”.

1.4. O momento mais visível dessa indignidade humana pode ser claramente percebido na parábola do publicano que batia no peito, na hora da oração, e dizia: “Tem misericórdia de mim, que sou pecador (Lucas 9.13).

  1. Antes que alguém interprete essa declaração dizendo que essas eram pessoas com baixa autoestima, com sentimento de inferioridade e precisando ter pensamentos mais positivos sobre si mesmas, precisamos esclarecer que essas pessoas fizeram essa declaração quando estavam diante de Jesus Cristo ou diante de Deus.
  2. Pode ser que diante de nós mesmos ou de outras pessoas, levados por uma exacerbada elevada autoestima, vejamos a nós mesmos como os tais, os maiorais, os fenomenais. Diante do espelho sejamos como Narciso na mitologia grega que ao olhar seu rosto refletido na água do lago sentiu-se ainda mais apaixonado por si mesmo. Eu acredito que exatamente por isso, o apóstolo Paulo recomendava aos crentes em Jesus Cristo: “Digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação” (Romanos 12.3). Jesus ensinava: “Todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado” (Mateus 23.12). No Livro de Provérbios está escrito: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16.18).
  3. Quando estamos realmente apenas diante de Deus ou de Jesus Cristo, considerando a perfeição, a santidade, a majestade, a realeza, a soberania do Senhor, inevitavelmente somos capazes de enxergar nossa pequenez, nossa limitação, nossa fragilidade, nossa imperfeição, enfim, nossa indignidade. Não é que Deus queira nos humilhar ou Jesus queira nos diminuir. É que nós mesmos reconhecemos quem nós somos, com transparência, autenticidade, sinceridade.

Conclusão

Por mais que sejamos cumpridores de nossos deveres, possuidores de muitas virtudes e tenhamos excelente reputação diante de nós mesmos e diante de outras pessoas, precisamos sempre lembrar que diante de Deus e do seu filho de Jesus Cristo nós sempre seremos pecadores que foram remidos e lavados no sangue do cordeiro, aceitos diante dele por sua graça.