Mateus 8.8
Introdução
Com certa frequência, vocês podem encontrar ao longo do Novo Testamento várias pessoas que repetiram essa afirmação sobre si mesmas. Crentes, não crentes, pobres e ricos, homens e mulheres em variadas situações diziam: “Eu não sou digno”.
Desenvolvimento
- Exemplos de pessoas que fizeram essa afirmação:
1.1. Esse sentimento de indignidade apareceu em João Batista, um dos primeiros personagens. Ele disse: “Não sou digno de abaixando-me, desatar as correias de suas sandálias” (Marcos 1.7).
1.2. O filho pródigo dizia na parábola contada por Jesus: “Não sou digno de ser chamado teu filho” (Lucas 15.21).
1.3. Neste episódio, quando Jesus se prontificou a estar em sua casa, o centurião declarou: “Não sou digno que entres em minha casa”.
1.4. O momento mais visível dessa indignidade humana pode ser claramente percebido na parábola do publicano que batia no peito, na hora da oração, e dizia: “Tem misericórdia de mim, que sou pecador (Lucas 9.13).
- Antes que alguém interprete essa declaração dizendo que essas eram pessoas com baixa autoestima, com sentimento de inferioridade e precisando ter pensamentos mais positivos sobre si mesmas, precisamos esclarecer que essas pessoas fizeram essa declaração quando estavam diante de Jesus Cristo ou diante de Deus.
- Pode ser que diante de nós mesmos ou de outras pessoas, levados por uma exacerbada elevada autoestima, vejamos a nós mesmos como os tais, os maiorais, os fenomenais. Diante do espelho sejamos como Narciso na mitologia grega que ao olhar seu rosto refletido na água do lago sentiu-se ainda mais apaixonado por si mesmo. Eu acredito que exatamente por isso, o apóstolo Paulo recomendava aos crentes em Jesus Cristo: “Digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação” (Romanos 12.3). Jesus ensinava: “Todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado” (Mateus 23.12). No Livro de Provérbios está escrito: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16.18).
- Quando estamos realmente apenas diante de Deus ou de Jesus Cristo, considerando a perfeição, a santidade, a majestade, a realeza, a soberania do Senhor, inevitavelmente somos capazes de enxergar nossa pequenez, nossa limitação, nossa fragilidade, nossa imperfeição, enfim, nossa indignidade. Não é que Deus queira nos humilhar ou Jesus queira nos diminuir. É que nós mesmos reconhecemos quem nós somos, com transparência, autenticidade, sinceridade.
Conclusão
Por mais que sejamos cumpridores de nossos deveres, possuidores de muitas virtudes e tenhamos excelente reputação diante de nós mesmos e diante de outras pessoas, precisamos sempre lembrar que diante de Deus e do seu filho de Jesus Cristo nós sempre seremos pecadores que foram remidos e lavados no sangue do cordeiro, aceitos diante dele por sua graça.