Salmo 13
Introdução
- O ideal seria sempre dizer como o salmista Davi, em sua na sua plena confiança em Deus: “Esperei com paciência pelo Senhor”.
- Ocorre, todavia, que às vezes nós reagimos também como salmista Davi em seus momentos de recaídas, perdendo a paciência e a capacidade de esperar confiantemente. Tomados pela impaciência, perguntamos: “Até quando, Senhor”.
Desenvolvimento
- Ao reagirmos assim, não só nos comportamos como Davi em um dos seus momentos de fragilidade. Também reagimos como Habacuque (Habacuque 1.2), Jeremias (Jeremias 12.4), como cristãos que já foram para o céu (Apocalipse 6.10). Isto significa, em outras palavras, que todos nós estamos sujeitos a chegar nos limites de uma espera.
- No caso do salmista, naquele momento em sua vida, a pergunta foi feita quatro vezes: “Até quando?” Estava literalmente nos limites de sua capacidade de esperar. Em nossa linguagem estressada dizemos: “Eu não agüento mais”.
- Podemos imaginar, à luz do que se passa conosco, do que se passava no coração dele:
3.1. Era como se ele pensasse que Deus não mais se importava, pois o tempo passava e Deus não agia em seu favor. Ao ver Jesus dormindo no barco, em meio a uma tempestade, Pedro indagou-lhe: “Não te importa que pereçamos?
3.2. Era como se sua estrutura emocional começasse a ficar desorganizada. Aliás, esta é uma peculiaridade das emoções: entrar em colapso diante do estressa da espera. Num outro salmo, ele confessava: “O meu coração se azedou e sinto picadas em meus rins” (Salmo 73.21). Por isso, às vezes, precisamos lançar mão de medicamentos que produzam equalização emocional.
3.3. Era como se apenas o inimigo fosse vitorioso, tornando-o uma pessoa fracassada, derrotada, sobrepujada diante dos exércitos adversários. Paulo apóstolo em sua luta contra a carne como sua inimiga deixou escrito: “O bem que quero fazer não faço, mas o mal que não quero, esse faço”. Às vezes o crente experimenta derrota contra a carne, contra o mundo, contra Satanás.
- Ao viver essas recaídas e chegarmos a um limite em nossa capacidade de esperar, de todas as atitudes, mais uma vez o salmista nos ajuda a achar o caminho de volta.
4.1. Em vez de expressar essa frustração para conosco mesmo, em forma de murmuração, ou de expressar aos outros, em forma de lamento, podemos e devemos expressar a frustração diante de Deus, em orações. Dizer para Deus mesmo: “Senhor, eu não aguento mais. Estou no limite”. Foi o que também fizeram Habacuque e Jeremias.
4.2. Acrescentou em sua catarse diante de Deus uma oração com duas súplicas objetivas e claras: não o deixasse morrer sem ver a solução do problema e não o deixasse vacilar, isto é, desanimar, perder a fé, deixar a igreja.
Conclusão
O resultado espiritual, mental e emocional de sua maneira de lidar com a impaciência lhe trouxe três benefícios imediatos: renovou sua confiança na benignidade de Deus, restaurou sua alegria na salvação que Deus lhe daria e voltou a louvar ao Senhor.
Se todos nós estamos sujeitos a ficar impacientes, o segredo de superar essa recaída é lidar com a impaciência da maneira correta, isto é, colocá-la também diante do Pai Celestial em orações.