62. Limites de Uma Espera

Salmo 13

Introdução

  1. O ideal seria sempre dizer como o salmista Davi, em sua na sua plena confiança em Deus: “Esperei com paciência pelo Senhor”.
  2. Ocorre, todavia, que às vezes nós reagimos também como salmista Davi em seus momentos de recaídas, perdendo a paciência e a capacidade de esperar confiantemente. Tomados pela impaciência, perguntamos: “Até quando, Senhor”.

Desenvolvimento

  1. Ao reagirmos assim, não só nos comportamos como Davi em um dos seus momentos de fragilidade. Também reagimos como Habacuque (Habacuque 1.2), Jeremias (Jeremias 12.4), como cristãos que já foram para o céu (Apocalipse 6.10). Isto significa, em outras palavras, que todos nós estamos sujeitos a chegar nos limites de uma espera.
  2. No caso do salmista, naquele momento em sua vida, a pergunta foi feita quatro vezes: “Até quando?” Estava literalmente nos limites de sua capacidade de esperar. Em nossa linguagem estressada dizemos: “Eu não agüento mais”.
  3. Podemos imaginar, à luz do que se passa conosco, do que se passava no coração dele:

3.1. Era como se ele pensasse que Deus não mais se importava, pois o tempo passava e Deus não agia em seu favor. Ao ver Jesus dormindo no barco, em meio a uma tempestade, Pedro indagou-lhe: “Não te importa que pereçamos?

3.2. Era como se sua estrutura emocional começasse a ficar desorganizada. Aliás, esta é uma peculiaridade das emoções: entrar em colapso diante do estressa da espera. Num outro salmo, ele confessava: “O meu coração se azedou e sinto picadas em meus rins” (Salmo 73.21). Por isso, às vezes, precisamos lançar mão de medicamentos que produzam equalização emocional.

3.3. Era como se apenas o inimigo fosse vitorioso, tornando-o uma pessoa fracassada, derrotada, sobrepujada diante dos exércitos adversários. Paulo apóstolo em sua luta contra a carne como sua inimiga deixou escrito: “O bem que quero fazer não faço, mas o mal que não quero, esse faço”. Às vezes o crente experimenta derrota contra a carne, contra o mundo, contra Satanás.

  1. Ao viver essas recaídas e chegarmos a um limite em nossa capacidade de esperar, de todas as atitudes, mais uma vez o salmista nos ajuda a achar o caminho de volta.

4.1. Em vez de expressar essa frustração para conosco mesmo, em forma de murmuração, ou de expressar aos outros, em forma de lamento, podemos e devemos expressar a frustração diante de Deus, em orações. Dizer para Deus mesmo: “Senhor, eu não aguento mais. Estou no limite”. Foi o que também fizeram Habacuque e Jeremias.

4.2. Acrescentou em sua catarse diante de Deus uma oração com duas súplicas objetivas e claras: não o deixasse morrer sem ver a solução do problema e não o deixasse vacilar, isto é, desanimar, perder a fé, deixar a igreja.

Conclusão

O resultado espiritual, mental e emocional de sua maneira de lidar com a impaciência lhe trouxe três benefícios imediatos: renovou sua confiança na benignidade de Deus, restaurou sua alegria na salvação que Deus lhe daria e voltou a louvar ao Senhor.

Se todos nós estamos sujeitos a ficar impacientes, o segredo de superar essa recaída é lidar com a impaciência da maneira correta, isto é, colocá-la também diante do Pai Celestial em orações.