118. Eu Avisei

Lucas 5.8

EU AVISEI

Introdução

Conhecendo a si mesmo, em sua sinceridade, o apóstolo Pedro declarou desde o início que para ele o relacionamento com Jesus Cristo seria um fracasso espiritual, razão porque lhe disse: “Afasta-te de mim, porque sou um pecador”. Pedro não conseguiria ser virtuoso o suficiente, perfeito o necessário, infalível como desejável. Em nossos dias, ele teria dito: Eu avisei que não conseguiria ser crente.

Desenvolvimento

  1. Analisando o seu histórico pessoal, realmente o que Pedro confessou a respeito de si mesmo, acabou se confirmando durante os três anos quando se relacionou com Jesus.

1.1. Por causa de sua impulsividade em ações e palavras, um dia ficou perplexo quando Jesus lhe disse a propósito de uma atitude sua: “Para trás de mim, Satanás” (Mateus 16.23). Nessa hora, Pedro poderia dizer: Bem que eu avisei.

1.2. Mais tarde, tomado por seu temperamento agressivo, declarou estar pronto para lutar e morrer. Chegou ao ponto de brandir sua espada e ferir uma pessoa na cabeça. Jesus lhe disse claramente: “Todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus 26.52; João 18.10). Nessa hora, Pedro poderia dizer novamente: Bem que eu avisei.

1.3. Não demorou muito e Pedro viveu a experiência de negar a Jesus, quebrando sua aliança de fidelidade. Ao negar três vezes mostrou que não fora um “momento” de falha. Ao cair em si, chorou lágrimas de arrependimento (Mateus 26.75). Nessa hora, Pedro poderia dizer outra vez: “Bem que eu avisei”.

  1. Embora tudo isso tenha sido verdade como traços da personalidade dele e como fatos que ocorreram, por outro lado, não podemos encerrar aqui a análise da experiência, sem olhar para Jesus e observar o modo como nosso Senhor reagiu e também irá lidar com nossas falhas, imperfeições e pecados nos dias de hoje.

2.1. No primeiro momento, quando ouviu Pedro fazer sua confissão de fraqueza espiritual, Jesus o dignificou chamando-o para ser evangelista (pescador de homens). Isto significa que mesmo sendo pecador assumido, Jesus o honrou dando-lhe uma tarefa a cumprir na igreja. Mediante o perdão de nossos pecados, Jesus também nos chama para fazer sua obra, nos santificando.

2.2. Posteriormente, quando Pedro demonstrou sua fragilidade pessoal ao se envergonhar e negar, Jesus mudou o seu nome para dar-lhe sentimento de firmeza e solidez, corrigindo assim essa realidade. Em nossos dias, Jesus Cristo também continua atuando em nossa estrutura psicológica para nos dar coragem e robustez na realização da obra de Deus.

2.3. Mais tarde, quando Pedro desanimou e resolveu voltar à sua atividade profissional, pois não conseguira dar conta do desafio, Jesus foi ao seu encontro e lhe perguntou três vezes se ele o amava realmente. Com essa estratégia de acentuar o amor como base para a missão, Jesus lhe deu mais a tarefa de apascentar as ovelhas. Em nossos dias, realmente é a consciência de que amamos a Jesus que nos impulsionará para frente, na continuidade e na ampliação de nossas responsabilidades no Reino de Deus.

Conclusão

Por mais que nós sejamos imperfeitos, falhos e pecadores em razão de nossa natureza humana, nosso olhar precisa ser direcionado para Jesus Cristo e sua maneira de lidar com nossa humanidade, pois é conosco que Ele conta para realização de sua obra espiritual, evangelística, missionária e social aqui na terra.

Por esse mesmo motivo, mais tarde, Paulo também precisou ouvir de Jesus Cristo: “A Minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Pela graça fomos salvos e pela graça é que serviremos a Deus em Cristo Jesus.