244. A Pedra e as Pedras

I Pedro 2.4-5

A PEDRA E AS PEDRAS

Introdução

Pedro apóstolo usa a figura das pedras para falar de Jesus Cristo e dos que acreditam em Jesus, isto é, dos cristãos. Usando esta metáfora, ele ensina que Jesus Cristo é a Pedra Viva – o Fundamento da Igreja. Ensina que nós também somos “pedras vivas”, à semelhança do alicerce e das lajotas de barro em nossos dias, que vão dando forma às paredes das casas e prédios. Jesus é o alicerce e nós somos as paredes do templo de Deus.

Desenvolvimento

  1. Este ensino do apóstolo Pedro não só afirma que Jesus Cristo é o fundamento de nossa crença, mas também corrige uma interpretação posterior que foi dada a palavra que Jesus Cristo disse ao apóstolo Pedro. Depois de ter feito uma pesquisa sobre o que as pessoas pensavam a respeito dele e das várias respostas erradas que as pessoas deram, o apóstolo Pedro deu a resposta certa. Como resultado da resposta de Pedro, Jesus fez uma declaração que até hoje tem sido mal interpretada. Pedro apóstolo disse enfaticamente a Jesus Cristo como resultado da pesquisa e da sua iluminação espiritual: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Após essa resposta, Jesus disse: “Tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16.13-26).

1.1. Ao longo dos séculos, o catolicismo interpretou que Pedro apóstolo era a pedra sobre a qual a igreja teria sido edificada. Considerando Pedro o primeiro Papa da Igreja Católica, a igreja de Jesus Cristo estaria fundada sobre os papas, um após os outros.

1.2. Acontece, todavia, que a pedra sobre a qual a igreja foi edificada era a declaração do apóstolo Pedro quando afirmou a identidade de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Em outras palavras, o fundador do cristianismo não era, portanto, um homem à semelhança dos outros homens, inclusive dos que foram mencionados na pesquisa, por mais importantes que tivessem sido na história: Elias e Jeremias.

1.3. Nessa afirmação teológica a respeito da identidade de Jesus Cristo, o apóstolo Paulo escrevia: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação, pois por meio dele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer poderes, quer autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e por meio dele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude” (Colossenses 1.15-20) .

1.4. Os concílios, que se reuniram para discutir essa  identidade, concordaram com esse ensino: “Em 325, o primeiro concílio ecumênico (Primeiro Concílio de Niceia) determinou que Jesus Cristo era Deus, "consubstancial" ao Pai, e rejeitou a alegação de que Jesus era um ser criado. Isto foi reafirmado no Primeiro Concílio de Constantinopla (381) e no Concílio de Éfeso (431)”  (https://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_de_Calced%C3%B3nia#:~:text=Em%20325%2C%20o%20primeiro%20conc%C3%ADlio,Conc%C3%ADlio%20de%20%C3%89feso%20).

  1. Se houve algum engano de interpretação por parte do catolicismo e de outras igrejas, não foi por falta de esclarecimento por parte do apóstolo Pedro, como se ele tivesse se calado sobre o assunto. Pelo contrário, exatamente ao escrever uma de suas cartas aos cristãos, o apóstolo Pedro corrigiu de uma vez por todas qualquer interpretação errada que surgiu.

2.1. Nessa carta, o apóstolo Pedro volta a afirmar que Jesus Cristo é a Pedra principal e que ele, os demais apóstolos e todos os outros crentes eram as demais pedras que são colocadas sobre o alicerce e formam as paredes das casas e prédios: “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdòcio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”.

2.2. Para que não houvesse dúvida sobre a maneira de interpretar as palavras de Jesus, o apóstolo Paulo também deixou claro quem é o fundamento da igreja. Escrevendo aos coríntios, ele disse: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. 11 Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Coríntios 3.10,11).

Conclusão

Mais do que uma discussão teológica entre católicos e protestantes, o ensino a respeito de quem é a pedra principal da igreja determina o tipo de fundamento sobre o qual nós nos tornamos templo do Deus como pedras vivas constituindo as paredes desse templo. Não somos a casa de Deus, como templo espiritual, tendo um homem como nosso fundamento. Nossa vida cristã está edificada sobre Jesus Cristo, fundamento inabalável, o Senhor dos senhores, o Rei dos Reis, aquele que tem poder para nos sustentar.