Ezequiel 22.30,31
OS EFEITOS DA INTERCESSÃO
Introdução
- Há certos acontecimentos na história humana que já foram definidos por Deus. Não estou usando a expressão “determinados por Deus” para evitar controvérsias teológicas e psicológicas. Refiro-me, portanto, a acontecimentos já definidos como, por exemplo, às quatro estações do ano em termos naturais e, em termos espirituais, à salvação eterna unicamente através da fé em Jesus Cristo, mediante o arrependimento de pecados.
- Outros acontecimentos, todavia, ainda não foram definidos por Deus. Eles podem ocorrer ou não, dependendo de vários fatores. Podem ir para a esquerda ou para a direita, conforme escolhas a serem feitas. Podem acontecer ou não, de acordo com as circunstâncias favoráveis ou contrárias. Um desses acontecimentos foi registrada nesse texto bíblico. A salvação estava prevista, mas a salvação também poderia ocorrer. O rumo dos acontecimentos estava na dependência de um intercessor.
Desenvolvimento
- Comentando esse momento na história do povo de Israel, Russell Shedd escreveu: “Aqui vemos todas as classes sociais reunidas numa tentativa deliberada de eliminar a palavra de Deus da sua nação. Os profetas, covardemente, recusando-se a apontar os males sociais à luz da palavra de Deus, alegando que tudo corria muito bem (28); eram realmente causadores da desgraça nacional; por não terem sido atalaias fiéis (12.18). Despojam o povo de todos os seus bens em troca das suas profecias lisonjeiras (25). Os sacerdotes, vocacionados a praticar todo o cerimonial da lei, para ensinar ao povo o sentido da consagração, da purificação e da dedicação, são os primeiros a profanar as ordenanças divinas (26). Os príncipes, que deviam ser os pastores do rebanho, humildes servos de Deus, tornavam-se em déspotas orientais (27). Não havia nenhum membro do povo livre de culpa (30). Não surgiu ninguém para fazer o papel de um homem justo que, orasse e defendesse os pecadores (Êxodo 32:32; Gênesis 18:26)”. Em consequência de todas essas atitudes pecaminosas, estava definida a vinda do juízo divino, mas se houvesse alguém que clamasse por perdão, o juízo seria anulado ou adiado, como ocorreu em outros momentos da história.
- Isto significa, em nossos dias, que os efeitos da intercessão são ainda mais eficazes, pois estamos na era da graça e o sacrifício de Jesus Cristo torna possível o perdão de pecados e a salvação das pessoas, seja em termos temporais, seja em termos eternos.
2.1. Essa interpretação é suficiente para nos convencer que existe uma expectativa de Deus, para que crentes em Jesus Cristo exerçam esse ministério da intercessão, seja em favor de seus familiares, seja em favor de seus amigos, seja em favor de irmãos da igreja. 2.2. Se o rumo dos acontecimentos com base em determinadores fatores, escolhas e circunstância pode variar, é o surgimento de um intercessor que poderá mudar os rumos ou, melhor dizendo, colocar os rumos dos acontecimentos em harmonia com a vontade de Deus.
- Há uma ênfase muito acentuada entre os dons da mutualidade recomendando que estejamos “orando uns pelos outros”. Tiago chega a ser incisivo declarando que “a oração de um justo pode muito em seus efeitos” quando oramos por aqueles que estão desviados dos caminhos do Senhor. Enquanto Tiago foi morto ao fio da espada sem que ninguém soubesse, assim que Pedro foi ameaçado de morte e a igreja soube, começou a orar por ele e, por causa das intercessões, escapou vivo da prisão. Jesus nos deixou o exemplo maior do valor do intercessor quando orou em favor de Pedro e quando está à direita do Pai Celestial orando por nós.
Conclusão
Um dos momentos mais significativos de minha vida cristã ocorreu quando eu era ainda novo convertido. Um crente se aproximou de mim e, depois de alguma conversa entre nós, disse-me, olhando em meus olhos: “Vou orar por você”. Desde aquele dia, percebi que além de produzir resultados espirituais em nossa vida, é gratificante, em termos psicológicos, ouvir que alguém está orando por nós. Começamos a ter esperança de que alguma coisa pode acontecer ou mudar em nossa vida.