168. Os Testes na Escola de Deus

I Pedro 1.3-7

OS TESTES NA ESCOLA DE DEUS

Introdução

  1. A maioria das pessoas que está aqui neste templo já foi ou é aluno de um colégio e sabe o que é um teste escolar. Geralmente os testes são aplicados periodicamente, para avaliar o aprendizado dos alunos, afim de que sejam ou não aprovados.
  2. Servindo-se dessa prática educativa, o apóstolo Pedro deixou escrito que os crentes participantes da Escola de Deus também têm a sua fé submetida a testes ou provas. Este é exatamente o sentido da palavra original “dokímion”: aquilo pelo qual algo é testado ou provado.

Desenvolvimento

  1. Se a fé se constitui no único meio pelo qual as pessoas se relacionam com Deus, são abençoadas no dia a dia e tem garantida a salvação eterna, ninguém pode viver uma experiência de fé que não seja genuína, autêntica, legítima, verdadeira.

1.1. Escrevendo sua primeira carta a Timóteo, o apóstolo menciona, por isso mesmo, a necessidade de a fé não ser fingida. Ele escreveu: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (I Timóteo 1.5).

1.2. Na sua segunda carta, ele menciona Timóteo como um exemplo de fé não fingida. Ele diz: “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (II Timóteo 1.5).

1.3. Se religiosamente qualquer pessoa pode dizer que tem fé, sendo a mesma uma experiência subjetiva, Pedro apóstolo resolve o problema de sua veracidade quando ela é submetida a algum tipo de teste, de prova.

  1. Na sua atitude didática, Pedro lança mão da figura de linguagem chamada símile para explicar como a fé passa por um teste ou uma prova. Faz uso da técnica do fogo que é usado para garantir que o ouro seja verdadeiro. Assim como o fogo tira a sujeira ou impureza e deixa o metal puro, assim também a nossa fé se mostra verdadeira quando é submetida a provas ou testes.

2.1. Ao falar figuradamente do fogo que purifica o ouro, Pedro usa no versículo anterior uma expressão que tanto pode ser traduzida por provação ou por tentação, dependendo do contexto. Tanto pode ser tentação do pecado ou adversidades permitidas por Deus. É a expressão “peirasmós”.

2.2. Neste texto, o tradutor escolheu “tentações”. É mesma palavra usada em Mateus 6.13, Mateus 26.41

2.3. Em outros textos, o tradutor escolheu “provações”. Foi o caso das situações registradas em Lucas 8.13, Atos 20.19, I Pedro 4.12.

  1. São experiências que uma vez vividas pelos crentes, ele também acrescentou que geram “tristezas”. A expressão original é “lipéo”, que significa tornar triste, afetar com tristeza. Em outras palavras, quando o crente é submetido a provações ou tentações, seu coração se entristece.

3.1. Se o crente passa por provações e se alegra, isto pode ser sinal de masoquismo. Se o crente passa por tentações e ele se alegra, isto pode ser sinal de falta de conversão.

3.2. A atitude de se alegrar citada por Tiago, por outro lado, não é a de se alegrar com a provação ou a tentação em si, mas a de se alegrar porque está sendo submetido a uma prova, a um teste: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações;
Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência
”. Paciência ou perseverança (Tiago 1.2,3).

Conclusão

Assim como os alunos que verdadeiramente aprendem os conteúdos ensinados pelos professores em sala de aula não tem medo das provas e dos testes, assim também os crentes possuidores de uma verdadeira fé não temem as provações ou tentações.

Ilustração: Um ferreiro, depois de viver toda a sua vida entregue à libertinagem, decidiu servir a Deus. Ele passou a viver em função da sua fé, trabalhando com afinco na obra do Senhor, mas sua situação pessoal começou a ir de mal a pior, a ponto de um amigo lhe falar: “É realmente estranho que, justamente depois de você ter-se tornado crente, as dificuldades em sua vida aumentaram. Eu não pretendo enfraquecer sua fé, mas, honestamente falando, nada melhorou para você”. Quando seu amigo voltou a visitá-lo e o observava malhando o ferro, o ferreiro lhe disse: “O ferro chega às minhas mãos ainda não trabalhado e eu preciso transformá-lo na ferramenta desejada. Primeiro, eu o aqueço a uma temperatura muito alta, em seguida, sem qualquer piedade, pego o martelo mais pesado e aplico vários golpes nele, até que comece a adquirir a forma planejada. Depois o mergulho rapidamente em um tanque de água fria. Tenho que repetir este processo até conseguir o formato final, pois apenas uma vez não é suficiente. Quando o ferro não chega ao formato desejado, eu o coloco no monte de ferro velho. Sei que Deus está me provando com fogo. Não é fácil, mas tenho aceitado o fogo e as marteladas de Deus, pois sei que está me moldando. Só Lhe peço que jamais desista de mim, até que eu consiga tomar a forma que Ele espera, pois não quero ser colocado no monte de ferro velho da vida”.