253. Disciplina na Igreja

Mateus 18.15-17

DISCIPLINA NA IGREJA

introdução

  1. Pesquisando a história de várias igrejas, constatamos que a disciplina sempre esteve presente, quer prevenindo, quer excluindo. Embora algumas igrejas não se interessem em ter rol de membros, bastando apenas que as multidões encham seus templos e entreguem suas contribuições, pouco se importando com o estilo de vida cristã que venham a ter, várias igrejas sabem o nome, endereço, idade, estado civil, profissão e até quem são os familiares mais próximos da mesma casa. Estas igrejas acompanham de perto, através da visitação pastoral, diaconal e dos líderes de grupos o que acontece com cada um. Quando os membros necessitam de apoio, são assistidos pessoalmente. Quando praticam pecados, particulares ou públicos, esses membros são objeto de disciplina, seja preventiva, seja corretiva.

1.1. A disciplina que previne está e continua presente através das mensagens do púlpito, das lições da EBD, dos testemunhos nos grupos, das súplicas e intercessões. São predominantemente instrumentos da formação de uma personalidade cristão saudável, explicando as razões porque os membros dessas igrejas experimentam crescimento espiritual e doutrinário, sendo personalidades exemplares na sociedade.

1.2. A disciplina que corrige e até exclui pessoas que cometem pecados continuamente, não conseguindo ter um estilo de vida cristã saudável, acontece através dos desligamentos, cujos registros em livros de atas mostram o que cada uma dessas igrejas faz, zelando por uma identidade comprometida com valores e princípios cristãos. Por exemplo, numa igreja onde fui pastor durante algum tempo, os registros mostraram os seguintes números, por anos e décadas:   1926 = 1 / 1927 = 8 / 1928 = 9 / 1929 = 3 / 1930 = 3  = 24/   1931-1940 = 34 / 1941-1950 = 86 / 1951-1960 = 57 / 1961-1970 = 155/   1971-1980 = 71 / 1981-1990 = 59 / 1991-2000 = 48/  2001 = 7 / 2002 = 5 / 2003 = 10 / 2004 = 9 / 2005 = 5 / 2006 = 21 = 57.  Os maiores números de exclusões foram registrados em 1964 = 31 / 1972 = 24 / 2006 = 21

  1. Estes fatos inegáveis e inequívocos obrigam-nos a entender, de uma vez por todas, que várias igrejas não “acobertam” pecados, nem fazem “vista grossa” e nem “protegem” quem quer que seja. O que realmente ocorre é que essas igrejas procuram seguir critérios bíblicos quando fazem disciplina, inclusive pautando as ações por critérios de justiça, na análise de cada caso.

Desenvolvimento

  1. Ao seguir critérios bíblicos, essas igrejas fazem disciplina porque esta é a orientação: Mateus 18.15-17; I Coríntios 5.9-13; Gálatas 6.1,2; I Tessalonicenses 5.14; II Tessalonicenses 3.6,14,15; Tiago 5.19-20; II João 9-11.
  2. Ao seguir critérios bíblicos essas igrejas adotam procedimentos recomendados: tomar conhecimento, colocar em intercessão, fazer verificação e aconselhar, aguardar resultados positivos e, se for o caso, fazer exclusão.
  3. Ao seguir critérios bíblicos, essas igrejas entendem que existem quatro objetivos a serem alcançados através da disciplina, a saber: evitar quedas, restaurar os que caem, excluir os insistentes pecadores, reconciliar os arrependidos.
  4. Ao seguir critérios bíblicos, essas igrejas tomam todo o cuidado na apuração dos fatos, porque a Bíblia ensina que:

4.1. Infelizmente, “os pecados de algumas pessoas somente são manifestos depois” (I Timóteo 5.24). São negados, escondidos, ocultos. É preciso que se espere que sejam manifestos claramente;

4.2. Por isso, desde os tempos antigos, se ensina que “uma só testemunha contra ninguém se levantará, por qualquer iniquidade ou por qualquer pecado, mas pela boca de duas ou três testemunhas se estabelecerá o juízo”  (Deuteronômio 19.15);

4.3. Então, “não devemos nos apressar no litígio, pois depois ficaremos sem saber o que fazer... com os segredos dos outros... nos tornando infames” , isto é, caluniadores sujeitos às penas das leis (Provérbios 25.8-10).

Conclusão

   Uma igreja como a nossa precisa ser respeitada e valorizada, pois procura agir com amor, prudência e justiça. Precisa ser defendida por quem realmente a ama! Precisa ser vista como uma igreja que age com equidade, justiça e amor para com as pessoas que dela passam a fazer parte, principalmente por comprometimento. Não somos uma igreja que quer apenas ajuntar pessoas e receber o dinheiro delas.