João 20.1,2; 19,28; Atos 2.1-4
AS APARIÇÕES DE JESUS CRISTO
Introdução
- Se, durante três anos de seu ministério, Jesus Cristo estava fisicamente todos os dias com os seus discípulos, após a sua ressurreição sua presença física foi ocasional. Lendo os textos bíblicos, constatamos que foram cinco aparições, de oito em oito dias, num período de 40 dias. Depois dessas experiências, Ele foi elevado aos céus, onde está à direita de Deus Pai e de onde prometeu voltar um dia.
- A relevância dessas aparições ocasionais após sua ressurreição é que elas determinaram o dia quando os cristãos passaram a prestar culto. Em vez de se reunir como os judeus, no sétimo dia da semana, os cristãos passaram a prestar culto aos domingos, por que foi no primeiro dia da semana que Jesus lhes proporcionou suas aparições. Não foi, portanto, por força do decreto do imperador Constantino no quarto século. Começou ainda nos dias do primeiros discípulos e apóstolos.
Desenvolvimento
- Sem nenhuma sombra de dúvida, considerando a experiência e a formação religiosa dos discípulos e apóstolos de Jesus Cristo na lei e na tradição judaica, eles teriam continuado a se reunir no sábado, isto é, no sétimo dia, conforme estava escrito em todo o Velho Testamento: “Portanto, os filhos de Israel guardarão o sábado, através de todas as suas gerações, como uma aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel é um sinal externo de que o Senhor fez os céus e a Terra em seis dias, e que no sétimo dia terminou a obra e descansou” (Êx 31:16-17).
- A bem da verdade, os judeus daquela época, das épocas seguintes e dos dias atuais continuam fazendo do sábado o seu dia de culto, onde quer que exista uma sinagoga que os congregue ou uma casa que os receba. Nesse dia, que significa “descanso”, há um cessar de atividades, de acordo com a palavra original “שבת” (Shabat). Os fiéis se reúnem para também lerem a Torá, cantarem hinos, fazerem orações, acenderem as velas. Assim, os filhos de Israel continuam guardando o preceito de Deus a eles determinado.
- Então, para surpresa de todos, em vez de Jesus ressuscitado aparecer no dia de sábado, isto é, no sétimo dia, Ele passou a aparecer aos seus seguidores no primeiro dia da semana, isto é, no domingo. Os discípulos rapidamente perceberam e concluíram que, se continuassem se reunindo no sábado, não desfrutariam da presença de Jesus. Poderiam acender as velas, recitar a Torá, fazer orações e cantar hinos, mas estariam sozinhos.
- O que o Imperador Constantino fez em 7 de maço de 321 foi oficializar governamentalmente o que já era prática dos primeiros cristãos: “Que no venerável Dia do Sol, os magistrados e os que residem nas cidades descansem, e que todas as oficinas estejam fechadas. Porém, nos campos, os que se ocupam da agricultura poderão livremente continuar seus afazeres, pois pode ocorrer que outro dia não seja tão conveniente para as sementeiras ou a plantação de vinhas” (https://ensina.rtp.pt/artigo/quando-constantino-criou-o-domingo-para-descanso/). O dia que era chamado “Dia do Sol” passou a se chamar “Dia do Senhor”.
- A atitude dos cristãos em se congregar no primeiro dia da semana foi confirmada durante o período de vida do apóstolo Paulo, pois ele se reuniu nesse dia, quando anos depois chegou na antiga região de Trôades, localizada atualmente na Turquia: “No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido a fim de partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles, e prolongou o seu discurso até a meia-noite” (Atos 20.7). Mais ainda: em sua carta à igreja de Corinto, também anos depois, informou que era no primeiro dia que as igrejas se reuniam: “Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar” (I Coríntios 16.1,2). Através da experiência do apóstolo Paulo se confirma que, ainda no primeiro século, os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana para celebrar a ceia, ouvir a pregação e entregar suas contribuições”.
Conclusão
Se as primeiras aparições de Jesus ressuscitado ocorreram nos domingos, podemos ter certeza de que sua promessa de “estar presente onde dois ou três se reunirem”, ao longo dos tempos, também ocorre no primeiro dia da semana, além de “estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Os judeus e quaisquer outros grupos religiosos podem se reunir no dia se sábado ou quando quiserem, mas nós, os crentes em Jesus Cristo, continuaremos a nos reunir aos domingos, desfrutando assim da presença espiritual de dele entre nós.