84. A Vez dos Pobres

Lucas 7.22

Introdução

  1. A pobreza tem sido definida como “falta de acesso a serviços essenciais (saneamento básico, saúde, educação, energia elétrica, entre outros), bens de consumo, sobretudo alimentos, e bens materiais necessários para a manutenção da vida em condições básicas”.
  2. Tem sido explicada por razões estruturais ou conjunturais, de acordo com a época e o país. No Brasil, nos últimos anos, ela tem tido índices variados em relação ao total da população. De 1970 a 2000 esse índice caiu de 68,3% para 24,7%, continuando a cair para 8,8% em 2013 e a subir para 11,6% em 2017 (https://brasilescola.uol.com.br/geografia/pobreza-no-brasil.htm)
  3. Para fazer frente a esse desafio social, vez por outra são divulgadas ações estratégicas cujo objetivo seria erradicar tanto a pobreza como a miséria. Uma dessas iniciativas governamentais foi o programa “Fome Zero” e outra mais recente foi “Brasil Sem Miséria”.
  4. Voltando nossos olhos para o Novo Testamento ao mencionar esse fenômeno social, percebemos que a atitude de Jesus Cristo não foi ignorar os pobres e nem fazer de conta que não existiam. Pelo contrário: sua atitude foi dar aos pobres a primazia como destinatários do evangelho. Ele afirmou que sua identidade messiânica estava associada à pregação do evangelho a eles: “Aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11.5).

Desenvolvimento

  1. Se você lê as recomendações que a Bíblia fazia, não esperaria outra atitude por parte de Jesus Cristo: Êxodo 23.11; Salmo 9.18; 41.1; Isaías 58.5-8.
  2. Se você já leu a história de Jesus vai também perceber sua identidade com os pobres desde o seu nascimento, passando pelo seu estilo de vida e culminando com sua morte na cruz do Calvário. Em seus ensinos a sua crítica aos ricos foi inegável, tanto em relação ao seu egoísmo quanto às suas recompensas na eternidade.
  3. Nas ações das igrejas que surgiram como consequência da pregação dos apóstolos, tanto no livro histórico de Atos quanto nas cartas apostólicas, a prioridade foi cuidar dos pobres, seja através do levantamento de ofertas, seja no cuidado espiritual.
  4. Na atualidade, como cristãos, além de continuar dando aos pobres a primazia da pregação do evangelho, precisamos continuar adotando ações de solidariedade material.

4.1. Em termos espirituais, se as pessoas pobres não tem bens uma vida neste mundo em que suas necessidades básicas sejam atendidas através de trabalho, salário e ações governamentais, pelo menos podem ter a possibilidade de ganhar a salvação na eternidade.

4.2. Em termos materiais, se o desemprego cresce e as ações governamentais ou de entidades são insuficientes, cabe à igreja a missão de continuar destinando socorro através levantamento de doações por parte dos ricos, da assistência social gratuita de profissionais e do recebimento de bolsas de alimentos.

Conclusão

Se “sempre teremos os pobres conosco”, conforme nos revelou Jesus, isto é, se não vamos conseguir erradicar a pobreza no mundo, em nosso país e em nossa cidade,

como cristãos outra não pode ser nossa atitude senão a de dar vez aos pobres em nossas estratégias e ações religiosas.