158. Identificados com Cristo

Gálatas 2.20

IDENTIFICADOS COM CRISTO

Introdução

  1. As pessoas que têm um certo conhecimento sobre a formação da personalidade sabem que nela existe o fenômeno da identificação pessoal. Na medida em que vai crescendo e vivendo experiências, o indivíduo vai se identificando com sua mãe, seu pai, seus familiares, seus professores, seus grupos, seus ídolos esportivos, artísticos, políticos.

1.1. Esse fenômeno de identificação com alguém implica em assimilar comportamentos, atitudes, ideias, sentimentos, trejeitos, aparência, etc. Ser como o outro é.

1.2. Com base nesse fenômeno as agências de publicidade associam determinadas pessoas com determinados produtos, dizendo: “Ao comprar esse produto você será como essa pessoa”.

1.3. Compreendendo esse fenômeno, podemos consequentemente afirmar que não existe realmente uma identidade própria, no sentido absoluto do termo. Somos, então, resultado de uma série de identificações ao longo da vida, seja em termos positivos, seja em termos negativos.

  1. À luz dessa descoberta é que podemos melhor compreender o significado prático das palavras de Paulo apóstolo quando disse: “Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Depois de ter seu “eu” identificado ao longo da vida com várias pessoas, ele viveu a experiência de se identificar com Jesus Cristo. Seu estilo de vida, sua maneira de ser, sua expressão pessoal passou a ter Jesus Cristo como modelo.

Desenvolvimento

  1. Se você também quer deixar de lado todo e qualquer tipo de identificação que tenha tido ao longo de sua vida para se identificar unicamente com Jesus Cristo, tornando-se assim um autêntico cristão, existe alguns passos a ser percorrido e que foram deixados por Jesus Cristo e seguidos por Paulo apóstolo. Ele dizia a muitas pessoas de seus dias que já eram crentes: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mateus 16.24).

1.1. Um dos passos a serem dados é a atitude de “negar a si mesmo”. É a atitude de abandonar o “eu” que se formou ao longo dos anos identificado com várias pessoas. Significa deixar de lado as ideias que fazem parte de seu ego e adotar as ideias de Jesus Cristo. Significa deixar de lado seus sentimentos que tem direcionado seu coração e adotar os sentimentos de Jesus. Significa deixa de lado sua vontade que tem determinado suas decisões e adotar a vontade de Jesus. Paulo dizia: “Vivo não mais eu”.

1.2. Outro passo é “tomar a sua cruz”. Diferentemente do que significa em nossos dias como símbolo religioso, no primeiro século a cruz era o principal instrumento de morte adotado pelo império romano. Falar em cruz era falar em morte. Além de ser um instrumento de sofrimento, a cruz determinava a morte do indivíduo. Nos ensinos de Jesus, a expressão significava, portanto, a morte do “eu” que já havia sido abandonado. O “ego” deixa de existir no pleno sentido da palavra, sem risco de retorno em comportamentos, atitudes, sentimentos, pensamentos e vontade. Em última análise: eu deixo de existir. Paulo dizia: “Já estou crucificado com Cristo”.

1.3. Final e consequentemente vem o ensino de “seguir a Jesus Cristo”. Se as identificações com outras pessoas foram deixadas de lado e o ego deixou de existir pela morte, uma nova identificação passa a ter lugar. Não é apenas “seguir” no conceito das atuais mídias sociais. É adotar os ensinos de Jesus Cristo como seu novo estilo de vida. É ter a personalidade de Jesus como modelo. Paulo apóstolo dizia: “sou imitador de Jesus Cristo” (I Coríntios 11.1).

  1. O resultado da adoção desses passos é o surgimento de uma nova identificação e, principalmente, de modo consciente. Se antes a identificação podia ocorrer de modo natural e até inconsciente, chegando ao ponto de o indivíduo ser resultado involuntário de outras personalidades, na identificação com Jesus a atitude é consciente e intencional. Aliás, não poderia deixar de ser, diante das palavras de Jesus que também dizia: “Aquele que quiser”, “Quem quiser”. Identificamo-nos com Jesus Cristo porque assim queremos, porque essa é nossa escolha, porque fizemos essa decisão.

Conclusão

É evidente que qualquer um pode continuar iludido com o pensamento de que é totalmente ele próprio e não o resultado da influência de outras pessoas. Também qualquer um pode continuar adotando atitudes e comportamentos de quem quer que seja, como por exemplo, Marx, Freud, Buda, Maomé... Todavia, em nossos dias também existe a possibilidade de ser um autêntico cristão, adotando os valores, princípios, idéias e conceitos de Jesus Cristo. Em nossos dias, também é possível alguém dizer: “Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim”.