57. As Finanças Familiares

II Reis 4.1-7

Introdução

  1. Finanças familiares tem sido um assunto frequentemente abordado em artigos, reportagens e notícias através dos meios de comunicação e das mídias sociais. Um dos principais motivos é oferecer aos casais os elementos técnicos e estratégicos para manter os gastos sob controle, objetivando principalmente sair do “vermelho” e ainda ter saldos para serem poupados com vistas a necessidades futuras.
  2. Os especialistas ao emitirem seus comentários não entram propriamente na questão dos valores que uma família tenha como receita mensal, seja com base em salário mínimo, seja em salários médios ou elevados. A ideia dos profissionais é de que ninguém deve “gastar mais do que ganha”, aprendendo a viver dentro de suas limitações e aprendendo a poupar o que for possível. Um comentarista escreveu: “Segundo dados, 55,6% das famílias brasileiras estão endividadas. Se você quer passar da metade que deve dinheiro para a outra metade que não deve, você precisará controlar suas finanças” (https://riconnect.rico.com.vc/blog/orcamento-familiar). Uma outra comentarista também escreveu sobre as finalidades, mencionando: garantir estabilidade no médio e longo prazo, estabelecer as prioridades da família e ensinar os filhos a ter responsabilidade financeira. Acrescenta as seguintes ações: faça um diagnóstico de sua saúde financeira, levante o que pode ser cortado, reduza os gastos desnecessários, controle os gastos que são fixos, faça planos de curto, médio e longo prazo (https://blog.sofisadireto.com.br/orcamento-familiar-equilibrio-das-financas).
  3. Em épocas de eventos dramáticos como desemprego em massa, morte de membros que sustentam a família, perdas por roubos e furtos, epidemias e pandemias a situação se agrava e torna impossível a atitude de elaborar orçamentos. Um desses efeitos foi apontado recentemente num estudo sobre o número de famílias brasileiras: “endividamento das famílias sobe a 67,5% e volta a bater recorde”. Notícia divulgada em 04/0521. (https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/05/04/proporcao-de-familias-endividadas-sobe-para-67-5-em-abril-diz-cnc). Na verdade, o planejamento familiar tem o objetivo de preparar as famílias exatamente para essas ocasiões, quando poderia lançar mão de recursos poupados para fazer frente a crises, pelo menos temporariamente.

Desenvolvimento

  1. Para tornar ainda mais clara essa realidade humana, uma esposa compartilhou a seguinte experiência: “Obrigado pela sua orientação… mas tenho que relatar o que se passa comigo. Nós dois não conseguimos controlar os gastos nem mesmo ter um dialogo saudável, pois sempre brigamos. Tenho três filhos e sempre que eles pedem alguma coisa eu acabo comprando pra eles sem falar com o marido. Depois fico louca pra pagar. Como trabalho junto com ele e ele não me dar nenhum centavo, muitas vezes tenho que pegar dinheiro escondido. Hoje mesmo tive vontade de sumir... fiquei me lembrando que depois que me casei com ele nunca mais fiquei sem dever nada. Hummmmmm, que sufoco. Me ajude. Lenita. 02.06.2010”. Uma outra esposa também compartilhou sobre a decisão de fazer o planeamento financeiro familiar através da planilha de custos: “Eu não consigo baixar a planilha de gastos pessoais. Você pode mandar pra meu email. Gostei de tudo e quero começar organizar a minha finança. “obrigada”. Edneire. 30.07.2010”.
  2. Considerando os dramas que ocorrem e a atitude preventiva de elaborar orçamentos, apresentamos algumas atitudes recomendadas por especialistas:

2.1. Gaste menos do que você ganha

2.2. Documente tudo: os ganhos e as despesas

2.3. Avalie as despesas para verificar reais necessidades

2.4. Seja disciplinado como norma de conduta financeira, sem ceder aos desejos e impulsos

2.5. Poupe sempre, tendo um referencial de 10%

2.6. Busque soluções para endividamento terminar num tempo determinado (Autor: Economista Celso Ricardo).

  1. Como também é um assunto com dimensões espirituais, lembrando que Jesus Cristo falou mais sobre dinheiro do que qualquer outro assunto em seus discursos, o tema deve ser objeto de orações. O estudo de caso da situação da viúva Sunamita, que em oração a Deus disse ao profeta Eliseu que precisava da intervenção de Deus, pois só um milagre poderia tirá-la do endividamento decorrente da morte de seu esposo As seguintes súplicas também podem expressar o desejo de ter a intervenção divina para que os problemas possam ser resolvidos, nos estimula aos seguintes tipos de orações:

3.1. Jesus Cristo, cura-me da compulsão de comprar. Sara esta minha doença, para tua honra e glória em meu casamento. Amém!”

3.2. Deus Eterno, ajuda-nos a controlar nossos gastos através de um orçamento mensal... ajuda-nos a anotar mensalmente nosso orçamento. Em nome de Jesus. Amém!”

3.3. Pai Celestial, precisamos quitar nossas dívidas. Dá-nos orientações sobre como fazer. Dá-nos forças para vencermos essa luta. Tudo para teu louvor em nossa vida. Amém”.

3.4. Jesus, o dízimo faz parte de teus ensinos. Nós queremos te obedecer. A partir de hoje vamos entregar nosso dízimo, todos os meses. Abençoa esta nossa decisão para sempre. Amém!”

3.5.  Senhor Deus, hoje nós admitimos que poupar também é importante. Precisamos de tua ajuda para termos uma poupança. Dá-nos a alegria de termos um bom dinheiro daqui a alguns anos. Amém

Conclusão

Reconheço que para a maioria da população pobre de nosso país, que está em torno de 70%, incluindo os que estão abaixo da linha de pobreza, esse é um grande desafio, quase utópico e irreal, para ser colocado em prática. Porém, na verdade, todos precisam aprender a guardar algum valor num cofrinho doméstico ou numa conta bancária. Os pobres precisam aprender a guardar o mínimo possível e os que ganham mais precisam aprender a guardar o máximo que for possível. Na linguagem do apóstolo Paulo, todos precisam aprender a viver com o que tem, experimentando satisfação: “Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos” (I Timóteo 6.8). A satisfação existencial não é decorrente do muito que se tem em termos materiais, mas de um estado espiritual decorrente da presença de Deus em nosso viver, o que foi claramente afirmado pelo profeta Habacuque: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas (Habacuque 3.17-19).