Habacuque 3.17-19
CONFIAR NA ADVERSIDADE
Introdução
- É fácil falar de confiança em Deus quando os acontecimentos são favoráveis, os resultados são positivos, os ventos sopram na direção certa, o sucesso é inegável. Por isso, a virtude de Habacuque foi expressar confiança em Deus quando os acontecimentos eram contrários, os resultados foram negativos, os ventos sopraram na direção oposta, o fracasso era notório.
- Na verdade, é essa atitude de confiar em Deus quando da adversidade, que tem feito a diferença na vida de muitos crentes que experimentam perseguição em certos países, que sofrem calamidades por ocasião de terremotos, tsunamis, vulcões, que perdem todos os seus bens e direitos e se tornam refugiados, que são surpreendidos por pessoas desonestas que usurpam seus recursos financeiros, que são injustiçados ao protestarem contra a inversão de valores e a quebra das leis.
Desenvolvimento
- Uma vez que experimentam adversidades, fica até parecendo, para esses crentes e para quem está de fora olhando, que Deus os desamparou, que cometeram algum pecado, que não tiveram fé suficiente para experimentarem as bênçãos de Deus.
1.1. Essa foi, por exemplo, a interpretação que deram ao que estava acontecendo na vida de Jó. Seus amigos que foram ao seu encontro para consolar, na verdade, acabaram levantando a tese de que Jó tinha feito alguma coisa errada para que tamanha desgraça ocorresse em sua vida. Jó resistiu e continuou afirmando sua fé em Deus mesmo na adversidade.
1.2. Esse foi, por exemplo, o que aconteceu a uma parte dos crentes cujos nomes foram arrolados na galeria da fé, no capítulo 11 do livro aos hebreus. Depois de informar que muitos deles haviam experimentado milagres em virtude da fé que demonstram ter, o autor arrola outros crentes também possuidores de grande fé, mas que tiveram experiências amargas. Diz o texto que “experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados
(Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra” (Hebreus 11.36-38). Foram capazes de crer em Deus mesmo na adversidade.
- No caso do profeta Habacuque, que vivia na cidade de Jerusalém por ocasião do avanço dos caldeus (babilônicos), por volta de 597 AC, durante o período do reinado do rei Joaquim, o que seus olhos viram foi realmente uma época de crise espiritual, quando o povo estava às vésperas de uma invasão pelos inimigos.
2.1. Se no princípio do seu livro, o conteúdo mostra uma atitude de queixa, quando ele pergunta a Deus até quando não seria ouvido em sua oração (Habacuque 1.1), pois Deus estaria permitindo a ação da maldade, ao final do livro, sua atitude é expressar em sua oração uma total confiança em Deus.
2.2. Mesmo que a nação de Judá viesse a ser destruída pelos babilônios e ele sofresse as consequências, conseguiu chegar a um nível de confiança em Deus, que seria capaz de passar por todas as perdas e, assim mesmo, continuar confiando em Deus.
- Se o que está diante de nós é a adversidade, que tem como efeito a possibilidade de abalar a nossa confiança no Senhor, precisamos ter em mente razões para permanecer confiantes, inclusive na desventura. Algumas dessas razões são saber que Deus tem todo o poder para nos sustentar, Deus nunca nos abandona entregues à própria sorte, Deus se comprometeu a cuidar de cada um dos seus filhos, Deus é aquele que transforma o mal em bem, Deus promove compensações em virtude de perdas, Deus já mostrou que faz reposição do que tenhamos perdido, Deus é bom o tempo todo.
Conclusão
Confiem em Deus em todas as circunstâncias da vida, sejam as favoráveis, sejam as adversas. Tenham sempre em mente o ensino do apóstolo Paulo quando, ao também passar por adversidades, dizia: “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus”.