Salmo 144.3,4
QUEM SOMOS NÓS?
Introdução
- Diferentemente dos animais, dos peixes e das aves, o ser humano é a única criatura que tem condições de ter conhecimento inteligente e consciente de si mesmo e que busca cada vez mais saber quem é neste mundo. Foi nesse sentido que o filósofo antigo Sócrates dizia: “Conhece-te a ti mesmo”. É um aforismo que revela tanto a possibilidade quanto o interesse que cada pessoa possa ter de si mesma.
- Como resultado dessa possibilidade e desse interesse é que surgiram e se desenvolveram a Psicologia, a Antropologia e a Arqueologia. Procurando estudar o ser humano, as ciências tem apresentado teorias sobre a origem, desenvolvimento, transformações, caracteres raciais, elementos culturais, aspectos socias, constituição pessoal.
- Refletindo e procurando responder à pergunta do salmista que teve exatamente esse interesse em saber quem era como ser humano, não vou conduzi-los a nenhuma dessas teorias oferecidas pelas ciências e que podem ser encontradas em livros, documentários e aulas nas escolas e faculdades. Vou responder, porém, à luz da relação que ele fez com a experiência do amor de Deus e de sua efemeridade. Ele perguntava quem ele era para ser tão amado por Deus, mesmo sendo finito e limitado. As figuras que ele usa são duas: sopro e sombra. Ele dizia: sou como um sopro, uma sombra.
Desenvolvimento
- O salmista expressou a percepção de que, em sua experiência, ele sentia-se muitíssimo amado por Deus. Esse é um referencial que tem feito a diferença na vida de muitas pessoas ao longo dos séculos. Além de experimentarem o amor de seus pais, dos parentes, dos cônjuges e dos amigos ou de não terem nenhum tipo de experiência afetiva, essas pessoas através dessa percepção dão sentido à vida, preenchem a solidão, experimentam proteção, preenchem o vazio da existência.
1.1. É um sentimento que surge da crença de que Deus existe, de que nos criou à sua imagem e semelhança e de que procura sempre nos abençoar, principalmente em meio às adversidades, dificuldades, problemas e sofrimentos. O salmista dizia nesse sentido: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Salmo 42.1,2). “Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica. Porque inclinou a mim os seus ouvidos; portanto, o invocarei enquanto viver” (Salmo 116.1,2).
1.2. É um sentimento que se aprofunda no coração na medida em que a pessoa também acredita em Jesus Cristo, experimentando seu amor principalmente através do seu sacrifício na cruz do Calvário, quando deu a sua vida pela nossa vida. Sentindo esse amor de Deus através de Jesus Cristo, o apóstolo João escreveu João 3.16. Ainda afirmando esse amor de Deus através de Jesus Cristo, o apóstolo Paulo escreveu Romanos 5.8.
- As dúvidas do salmista, portanto, não eram quanto ao amor de Deus, porque ele experimentava esse amor. A dúvida era sobre si mesmo sendo objeto desse amor.
2.1. Em sua autocrítica, ele se via a si mesmo como alguém que não poderia ser tão amado sendo tão passageiro neste mundo. Com essa interpretação, o profeta Oseias escreveu: “Por isso serão como
a neblina da manhã, como o orvalho que bem cedo evapora, como palha que no redemoinho vai-se de uma eira, como a fumaça que sai pela chaminé” (Oséias 13:3). Aliás, nessa linha de pensamento, o apóstolo Tiago escreveu: “Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tiago 4:14).
2.2. Ele sua autocrítica ainda não compreendia que mesmo sendo passageiro, efêmero, transitório neste mundo, Deus em seu amor nos preparou para a eternidade. É verdade que o ser humano em sua vida terrena é um sopro, uma nuvem, um orvalho que logo desaparece, mas o ser humano em sua constituição também é espírito que sobrevive à morte física. Por isso, Jesus Cristo disse o que está escrito em João 6.47. Por isso, Jesus Cristo disse a um dos pecadores na cruz do calvário o que está em Lucas 23.43. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu o que está em Filipenses 1.21-23.
Conclusão
Respondendo à pergunta do salmista a respeito do amor de Deus apesar de sua finitude, a Bíblia esclarece que realmente Deus nos ama e nesse seu amor Ele nos concede a salvação eterna. Não vamos desaparecer no pó da terra, após a morte física. Iremos em espírito para o céu, a fim de desfrutar da vida eterna, sentindo seu amor para sempre.