Mateus 26.39, 42, 44
Introdução
- Um dos mais importantes convites que Deus nos faz é para ter uma vida de oração. Ocorre, todavia, que um dos problemas para quem deseja viver essa experiência diz respeito ao ficar falando com Deus as mesmas coisas.
- Para contornar essa dificuldade, um dos recursos apresentados é dividir o tempo da oração pelas partes que se encontram na Oração do Pai Nosso ensinada por Jesus. Para não ficar repetindo os conteúdos, faz-se a oração seguindo o modelo, isto é: adoração a Deus, enfoque nos interesses de Deus, apresentação de necessidades pessoais, sociais e espirituais.
- Outro método é lançar mão do chamado Círculo de Atitudes na Oração. Essa metodologia relaciona atitudes a serem adotadas quando uma pessoa se colocação em comunhão com Deus. Exemplo de atitudes: Louvor, Adoração, Leitura Bíblica, Intercessão, Louvor, Súplica pessoal.
Desenvolvimento
- Ocorre, todavia, que mesmo sendo relevantes e válidas essas estratégias para dinamizar a comunhão com Deus e proporcionar diversificação de assuntos a tratar, o desafio permanece para quem quer realmente gastar tempo com Deus. Chega uma hora que a repetitividade se faz presente.
- Assim mesmo, Jesus disse que “não somos ouvidos pelo muito falar”. Isto significa, em última análise, que a virtude da oração não é a abundância de expressões rebuscadas, eruditas, diversificadas, abrangentes.
- Consequentemente, a única maneira de resolver esse problema é olhar para Jesus em sua vida de oração e descobrir, através desse episódio no Jardim das Oliveiras, que para ele não havia nenhum constrangimento dizer ao Pai celestial as mesmas palavras. Não era constrangedor ser repetitivo em sua vida de comunhão com o Pai Celestial.
- Diante do quadro dramático que estava para ocorrer, Jesus expressou seus sentimentos e pensamentos na oração que foi registrada. Voltando a falar com Deus, “disse as mesmas palavras”. Na terceira vez nada modificou. Acredito que se orasse por 10 vezes, seria para fazer a mesma oração.
- Além de aprender a não se sentir repetitivo, podemos também fixar definitivamente em nossa compreensão o significado da palavra “perseverança” aplicado à vida de comunhão com Deus. O que caracteriza perseverança em oração é exatamente a capacidade de insistir na mesma idéia, persistir na mesma atitude, permanecer no mesmo propósito, ser constante no pedido.
Conclusão
Paulo apóstolo também aprendeu assim. Em sua oração “o espinho na carne”, ele orou dizendo as mesmas coisas. Também teria pedido para retirar o “espinho da carne” por 10 ou 20 vezes. Ficou na terceira vez porque percebeu que já tinha sido ouvido. Se o espinho não seria retirado, ele percebeu a importância da graça de Deus no lidar com seu sofrimento.