81. Os Famintos Comeram

II Reis 7.9,10,16

Introdução

  1. Certamente alguns de vocês ainda se lembram de uma campanha lançada há alguns anos, que se chamava “Fome Zero”. O Governo Federal da época percebeu a multidão de famintos e fez essa campanha para aliviar a fome então existente.
  2. Dessa época até os nossos dias a situação não melhorou muito. “Com a crise econômica agravada pela pandemia, quase 20 milhões de brasileiros dizem passar 24 horas ou mais sem ter o que comer” (https://www.poder360.com.br/brasil/mais-de-20-milhoes-passam-fome-no-brasil-e-favelas-dobraram-em-10-anos/).
  3. Infelizmente essa amarga situação do povo vem de épocas antigas.

3.1. Nos dias de Jesus, diante de multidões que também não tinham o que comer, ele fez a multiplicação dos pães e dos peixes para 5 mil e depois para 4 mil (Mateus 14.21; 15.38).

3.2. Na época da igreja primitiva também houve uma grande fome e os crentes de Antioquia levantaram uma oferta para os irmãos da Judéia (Atos 11.28-30).

3.3. Ocorreu em Israel, na época do profeta Eliseu, chegando aos limites da tragédia, conforme nos relata o texto bíblico.

Desenvolvimento

  1. Nessa época, a fome estava ocorrendo porque a cidade de Samaria tinha sido cercada pelo exército da Síria. A cidade sitiada começou a passar fome. No desespero, eles oraram a Deus pedindo socorro e deus respondeu através do profeta Eliseu, prometendo fartura (II Reis 7.1).

1.1. O método que Deus usou para resolver o problema naquele momento foi dispersar miraculosamente o exército sírio. Os soldados fugiram e largaram o arraial onde estavam acampados cheio de comida.

1.2. Alguns leprosos que estavam fora da cidade, pois não podiam morar na mesma, chegando ao arraial para suplicarem ajuda, encontraram tudo completamente abandonado. Então, sentaram e começaram a comer como nunca tinham comido antes diante de tanta fartura de alimentos (II Reis 7.8).

1.3. De repente, foram tomados por um sentimento de solidariedade: lembraram dos outros que estavam na cidade passando fome. Conscientemente concluíram que deveriam anunciar aos outros sobre a fartura, para que todos participassem (II Reis 9-11).

1.4. O povo saiu correndo ao local e também comeram e beberam com fartura como resultado da solidariedade dos 4 leprosos que não pensaram apenas em si mesmos.

  1. Nos dias atuais, independentemente de qualquer campanha governamental municipal, estadual ou federal, cada igreja cristã, exatamente por ser igreja e ser cristã, também precisa ser solidária a essa multidão de pessoas que está vivendo abaixo da linha de pobreza, muitas vezes sem ter o que comer no dia.

2.1. É verdade que a Aliança Batista Mundial, a Convenção Batista Brasileira e as Convenções Estaduais tem departamentos que procuram socorrer os flagelados, refugiados e vítimas das epidemias e das crises de fome, através dos dízimos que nós entregamos e que chegam até essas organizações.

2.2. Todavia, a sensibilidade de cada igreja e de cada um de nós deve ir muito mais além. Se as igrejas não organizarem pelo menos a entrega de cestas básicas e se os crentes não fizerem doação de alimentos e dinheiro para essas cestas básicas, ainda não conseguimos ouvir ou entender as palavras de Jesus quando disse diante das multidões famintas: “Dai-lhe vós de comer” (Marcos 6.37). É muito bonito orar pedindo a Deus para saciar a fome dos famintos, mas Deus já nos disse que esta é uma tarefa nossa.

Conclusão

Como igreja cristã nos também precisamos fazer ação social em favor dos pobres, principalmente em favor dos que estão na miséria. De maneira prática, podemos participar desse desafio através da entrega dos dízimos, a partir dos quais a igreja pode deliberar uma verba mensal com esse propósito. Mas também a igreja pode promover campanhas de ofertas de alimentos e dinheiro para que cestas básicas sejam mensalmente entregues a famílias carentes. Além disso, cada crente, sensibilizado e solidário, também pode perceber em sua rua, vizinhança e círculo social quais famílias estão precisando de sua doação particular direta e estender sua mão de caridade e amor. Fazendo assim, veremos também em nossos dias os famintos comerem.