119. Traição Cristã

Marcos 14.18-21

TRAIÇÃO CRISTÃ

Introdução

  1. A Revista SuperInteressante publicou há algum tempo um artigo onde relata que a história e a literatura registram casos de pessoas que traíram umas às outras. Entre os mais famosos, o artigo mencionou o imperador Júlio César que foi traído por seu general Marcus Brutus, na antiga Roma. Na história do Brasil, o artigo mencionou Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, que foi traído pelo seu companheiro Joaquim Silvério dos Reis. De todas as trações que ocorreram, a mais famosa e mais lembrada foi a de Judas Iscariotes, que traiu Jesus Cristo por 30 moedas de pratas, marcando sua traição com um beijo no rosto (https://super.abril.com.br/coluna/superlistas/cinco-grandes-traicoes-da-historia/).
  2. A bem da verdade, todavia, além dos casos que foram registrados na história, segundo artigo dessa revista, a atitude de pessoas traírem umas às outras continua a acontecer várias vezes e em muitos lugares, inclusive a atitude de trair Jesus Cristo por parte de pessoas que se tornam crentes e membros de igrejas. Pessoas que durante algum tempo são fiéis acabam virando as costas para Jesus, chegando ao ponto de até mesmo blasfemar contra Ele.

Desenvolvimento

  1. Pensando especificamente no caso de Judas Iscariotes, sua traição foi previamente revelada por Jesus, quando estavam celebrando a Páscoa e se preparando para instituir a Ceia.

1.1. Jesus revelou antecipadamente: “Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me”. Isto significa que Jesus não foi pego de surpresa e nem mostrou, consequentemente, qualquer tipo de decepção. Pelo contrário, desde o princípio Jesus sabia que Judas seria usado por Satanás para que ele fosse preso, julgado, condenado e morto.

1.2. O interessante no caso de Judas Iscariotes é que, na verdade, quando Jesus revelou que um deles iria trair, todos os outros ficaram inquietos, se incluindo como possíveis traidores. Ficaram perguntando: “Sou eu, Senhor?”. No original, a pergunta deles é mais sugestiva. Eles diziam: “Não sou eu, Senhor, sou?”. Isto significa que, humanamente falando, todos eles e todos nós estamos sujeitos a essa fraqueza.

  1. Analisando mais profundamente o que ocorreu com Judas Iscariotes, percebemos que na verdade sua experiência cristã não era autêntica, verdadeira, genuína. Ele viu em Jesus Cristo sua oportunidade de ganhar dinheiro. Seu interesse em Jesus era financeiro.

2.1. Quando quis vender o vaso de alabastro que Maria quebrou sobre o corpo de Jesus para dar aos pobres, João apóstolo esclareceu que ele queria o dinheiro para si mesmo (João 12.5,6).

2.2. A traição também foi negociada ao valor de 30 moedas de prata, o que ele viu como ocasião para aumentar suas posses financeiras (Mateus 27.14-16).

  1. Analisando outros casos que possam ocorrer em nossos dias, podemos concluir que pessoas não tenham experiências cristãs verdadeiras, genuínas, verdadeiras e cometam traição porque veem em Jesus a possibilidade de realizar interesses pessoais.

3.1. Por exemplo: se aproximar de Jesus e da igreja com objetivo de arranjar um casamento ou ter um relacionamento pecaminoso, vendo os crentes e as crentes como pessoas a serem conquistadas, seduzidas, envolvidas.

3.2. Por exemplo: se aproximar de Jesus e da igreja com o objetivo de vender uma imagem de pessoa correta, distinta e nobre, escondendo atrás dessa aparência um estilo de vida dissoluto, carnal, mundano, corrupto.

3.3. Por exemplo: se aproximar de Jesus e da igreja com o objetivo de terem atendidas apenas suas necessidades básicas, conseguindo bolsas de alimentos, compra de remédios, aluguel de casa para morar, empréstimos de dinheiro.

  1. Se as pessoas não tem uma experiência genuína, autêntica, verdadeira com Jesus Cristo, elas ficam sujeitas a influência de Satanás, assim como ocorreu com Judas Iscariotes. Lucas registra esse fato dramático: “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lhe entregaria;
    Os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro
    ” (Lucas 22.3-5). Satanás estava, portanto, por trás da traição de Judas.

4.1. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos efésios fazendo essa recomendação: “Não deis lugar ao Diabo” (Efésios 4.27).

4.2. Por isso, Pedro apóstolo acrescentou ainda mais prudência ao escrever sua carta: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pedro 5.8).

Conclusão

A única maneira de evitar qualquer tipo de traição em nossa vida, principalmente traição a Jesus Cristo, é uma verdadeira, genuína e autêntica experiência de conversão. O sincero arrependimento de pecados e a leal fé em Jesus Cristo são a base da conversão que nos torna fieis a Deus. Jesus prometeu: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10).