231. Oração do Enfermo

Salmo 30.2

ORAÇÃO DO ENFERMO

INTRODUÇÃO

  1. Sobre as atitudes de uma pessoa enferma, longe de mim, não recomendar sua consulta imediata a um profissional da medicina, tanto para diagnóstico, quanto para prescrição das ações necessárias, quais sejam: medicação, exames, internação e cirurgias.
  2. O que eu recomendo, no entanto, é que antes, durante e depois dessa consulta médica, a atitude do crente seja semelhante a do salmista, quando também se achou enfermo. Ele disse: “Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste”. No meu entendimento, a oração a Deus por parte do enfermo não tem o objetivo de excluir a busca dos recursos médicos e nem a consulta médica implica em negligenciar a oração.

DESENVOLVIMENTO

  1. Para diminuir o ambiente de tensão entre religião e medicina, vários especialistas têm feito estudos sobre os efeitos da fé no organismo humano, principalmente nas atividades do cérebro. Em artigo publicado pela professora Célia Maria Dias Madrugada, no site do Conselho Federal de Medicina, a mesma declarou: “Na nossa comunidade universitária encontra-se também em curso uma pesquisa sobre a influência da fé na evolução dos tratamentos dos doentes portadores de patologias crônicas e graves. A ciência biológica nos diz que a fé é o resultado da interconexão de diversas regiões cerebrais. Foi demonstrado que orações repetidas diminuem os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, baixam a pressão sanguínea e reduzem a velocidade das ondas cerebrais. Há evidências que a medicina, a psiquiatria, a psicologia, a psiconeuroimunologia se propõem a respeitar a importância da fé e das crenças, religiosas ou não, do paciente na evolução de sua doença. Acreditamos que diante dos fatos, o bom senso mostra que a fé e a ciência podem se relacionar e se completar” (https://portal.cfm.org.br/artigos/importancia-da-fe-na-medicina/).
  2. Em outro artigo publicado por um site médico (SANAR), Barbara Figueiredo, escreveu: “Diversos estudos já nos mostraram que pacientes religiosos apresentam desfechos diferentes em suas doenças, como internações mais curtas, consumo menor de analgésicos e menos incidência em algumas doenças, como as coronarianas (infarto do miocárdio) e hipertensão. Tantas foram as publicações demonstrativas que, em 2012, pesquisadores da Duke University Medical Center, nos EUA, fizeram um levantamento e observaram que a lista continua com resultados positivos observados nos casos de doenças endrocrinológicas, imunológicas e até no Alzheimer” (https://www.sanarmed.com/a-significancia-da-religiosidade-na-pratica-medica-colunistas).
  3. Por outro lado, também tem sido observado que não são poucos os religiosos que ignoram o valor da medicina e, minimizando a gravidade das doenças, aproveitam-se da fé, levam pessoas a rejeitar qualquer busca de recursos médicos, afirmando em suas convicções, verdadeiras ou fraudulentas, que Deus vai proporcionar o milagre da cura.

3.1. Interpretam radicalmente que, se houver busca de recursos médicos, os pacientes não estarão exercendo fé ou inferiorizando-a, negando que Deus tenha poder de curar doentes.

3.2. Desde os tempos mais antigos, os registros bíblicos mostram Deus tanto querendo curar doentes, quanto Deus fazendo cura de enfermos, principalmente durante o ministério de Jesus Cristo.

3.3. O que esses textos bíblicos mostram, igualmente, além da intervenção divina direta, que chamamos de milagre, é que várias curas de doenças e enfermidades foram feitas por Deus através de recursos naturais, tais como Naamã mergulhar sete vezes nas águas do rio Jordão, Ezequias usar uma pasta de figo, o cego receber em seus olhos uma mistura de terra e saliva por parte de Jesus Cristo, Paulo recomendar que Timóteo usasse um pouco de vinho com água e os presbíteros esfregarem azeite.

CONCLUSÃO

Embora os cientistas estejam reconhecendo o valor da fé em si mesma como elemento coadjuvante no processo total de cura em certos pacientes, razão pela estão recomendando respeitar a religiosidade das pessoas, sem caminharmos para os extremos que têm sido tão comuns ao longo dos tempos, o conceito de fé a ser exercida em dias de enfermidades é aquele em que Deus, o Pai Celestial, o Todo-poderoso é o objeto da oração. Mesmo fazendo consulta médica, a pessoa não deixa de orar a Deus, para que seja sarada. Jesus disse: “Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível”. Tiago lembrou, mesmo usando azeite: “A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará”. E, se Deus não levantar o doente da cama, Deus o levará salvo para sua presença na eternidade, desfrutando das bênçãos do paraíso celestial. Deus pode todas as coisas!