Atos 9.31
A MULTIPLICAÇÃO DAS IGREJAS
Introdução
- Ainda que todos os objetivos deste livro escrito por Lucas foram muito importantes, penso que o objetivo de mostrar o impressionante crescimento das igrejas foi o mais relevante.
1.1. Lucas, como historiador, quis mostrar a maravilhosa descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Quis mostrar a quebra de barreiras geográficas na expansão do evangelho. Quis mostrar a inclusão de vários povos e nações no projeto de Deus. Quis mostrar que não houve nenhum impedimento suficiente para que o evangelho de Jesus Cristo não chegasse a todas as camadas sociais da época.
1.2. Todavia, o crescimento das igrejas através da multiplicação foi o fenômeno mais importante como resultado de todos esses outros objetivos. O crescimento das igrejas através da multiplicação foi tão relevante que até hoje vários estudos foram feitos, para que os mesmos motivos também sejam aplicados nos dias atuais. Um estudioso ao comparar o crescimento das igrejas naquela época com o crescimento atual fez o seguinte comentário: “Só me resta balançar a cabeça de vergonha ao comparar o nosso método evangelístico com o dos primeiros cristãos”.
Desenvolvimento
- Um dos fatos que o historiador Lucas mencionou como um dos motivos para tamanho crescimento foi a prática da evangelização todos os dias em todos os lugares. Ele escreveu: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo” (Atos 5.42). Em nossos dias, algumas igrejas não evangelizam nunca. Outras igrejas evangelizam nos cultos de domingo à noite no templo, mesmo que não convidem visitantes. Pensando de modo diferente, à luz do modelo da igreja primitiva, Oswaldo Smith, em Toronto, no Canadá, radicalizou, declarando: “A tarefa suprema da igreja é a evangelização”. Para ele, o testemunho pessoal evangelístico e a pregação evangelizadora no púlpito eram mais importantes do que qualquer entretenimento que uma igreja queira oferecer para atrair pessoas.
- No propósito de levar as igrejas atuais a terem o mesmo grau de resultado evangelístico, várias estudiosos tiveram a boa intensão de oferecer métodos e estratégias aos membros das igrejas em simpósios, congressos, retiros e cursos. Métodos e estratégias extraídos da Bíblia e métodos e estratégias extraídos de outras fontes seculares.
2.1. O historiador Lucas, no entanto, na apresentação do principal motivo para o crescimento das igrejas através da multiplicação, insistiu em informar que tudo foi resultado da unção do Espírito Santo. Repetindo a orientação de Jesus Cristo de que não saíssem de Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder, Lucas mostra os apóstolos reunidos em oração, por causa da perseguição, clamando pela atuação do Espírito Santo. Também foi na unção do Espírito Santo que as primeiras viagens missionárias foram feitas (Atos 1.4-8; 2.14-18; 4.31; 13.1-4).
2.2. Isto significa que não conseguiremos evangelizar e ver as igrejas crescendo com base em recursos humanos, levantamento de recursos financeiros, manipulação de necessidades pessoais e descobertas de novos métodos e estratégias. Talvez até possamos ter templos cheios de pessoas, mas certamente a maioria não será resultado da experiência de conversão, mediante o arrependimento de pecados e fé em Jesus Cristo. A verdade é que só através da atuação do Espírito Santo as pessoas são convencidas do pecado, da justiça e do juízo e tem experiências autênticas e verdadeiras.
Conclusão
- Lendo o livro de Atos, não podemos deixar de concluir que o fenômeno do crescimento das igrejas através da multiplicação é um imperativo divino, que move nosso coração para ter a mesma experiência. Lendo o livro de Atos poderíamos até interpretar que nosso crescimento hodierno seria a repetição natural desse fenômeno, principalmente ao vermos mega templos abarrotados de pessoas e os percentuais de crentes crescendo no meio da população de vários países. Ocorre, todavia, que infelizmente ainda existem bilhões de pessoas sem serem evangelizadas e milhares de cidades sem nenhuma igreja cristã ou com pequenas igrejas inexpressivas, sem falar na inegável quantidade de cristãos com experiências superficiais e sem compromisso com Deus. Estes inequívocos fatos nos levam a dizer que precisamos evangelizar muito mais do que temos feito até hoje, à luz do que nos mostra o livro de Atos.