144. Aprendendo a Orar

Lucas 11.1

APRENDENDO A ORAR

Introdução

  1. Diante do pedido feito pelos discípulos, inevitavelmente somos levados a concluir que eles estavam impressionados com o ministério de oração de Jesus Cristo. Foi com base na observação de como Jesus orava, que os discípulos tiveram a ideia de lhe pedir que tivesse o mesmo gesto de João Batista. Assim como os outros discípulos tiveram a oportunidade de aprender com João Batista, eles queriam ter a oportunidade de aprender com Jesus Cristo.
  2. Com base na atitude de João Batista e no pedido dos discípulos de Jesus, já poderíamos perceber que orações são práticas religiosas que podem ser aprendidas. Essa percepção foi confirmada quando Jesus atendeu o pedido e lhes ensinou o que hoje se chama de “oração modelo”, isto é, a oração do “Pai Nosso”. Com base nesse pressuposto de que orações podem ser aprendidas, várias igrejas já realizaram encontros chamados “Escola de Oração”. Nesses encontros os crentes aprendem como tornar suas orações ainda mais eficazes.

Desenvolvimento

  1. Além de João Batista e de Jesus Cristo terem ensinado a fazer orações, o interesse dos crentes em fazer orações que alcancem resultados também tem sido atendido quando espontaneamente começam a ler e a meditar em orações que foram registradas na Bíblia.

1.1. O exemplo clássico da aprendizagem em fazer orações está na leitura e meditação no livro de Salmos. Nesse livro, através das orações feitas por Davi, muitos crentes já aprenderam a compartilhar com Deus suas adversidades, a expor seus sofrimentos, a admitir suas queixas, a suplicar por sua intervenção, a confessar seus pecados, a declarar seu amor e a adorar. Foi através da leitura do livro de Salmos que muitos crentes aprenderam a dizer a Deus: “Ouve-me, Ó Deus, quando a ti clamo”, “Senhor, não me repreendas em tua ira e nem me castigues em teu furor”, “´=O Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome”, “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração”, “Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio”, “Eu te amarei de coração, ó Senhor, fortaleza minha”, “Deus meu, em ti confio, não me deixes confundido”, “Faze-me justiça, ó Deus, pleiteia a minha causa”, “Tem misericórdia de mim, Ó Deus, segundo a tua benignidade apaga as minhas transgressões”, “Apressa-te, ó Deus, em me livrar”, “Senhor, ouve a minha oração, chegue a ti o meu clamor”, “Livra-me, ó Senhor, do homem mal”, “Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu”.

1.2. Um outro exemplo são as orações feitas por Moisés, Neemias, Isaías, Jeremias, Daniel, Habacuque, Paulo. Em suas orações, esses servos de Deus expressaram confiança, indignação, temores, submissão, obediência, compromisso. Muitos crentes hoje em dia aprenderam com Moisés a dizer “Senhor, tu tens sido nosso refúgio de geração em geração”; com Neemias a dizer: “Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo”; com Isaías a dizer: “Como a andorinha, dou gritos agudos e gemo como a pomba. Meus olhos se cansam de olhar para o alto. Senhor, estou em agonia, socorrei-me”; com Daniel a dizer “Ó Senhor, nós e nossos reis, nossos líderes e nossos antepassa­dos estamos envergonhados por termos pecado contra ti. 9O Senhor nosso Deus é misericordioso e perdoador, apesar de termos sido rebeldes”; com Habacuque a dizer “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia“; com Paulo a dizer “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;
Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus”.

  1. Observando especificamente a oração do Pai Nosso ensinada por Jesus, os crentes podem aprender também a dividir suas orações em partes sequenciadas, isto é, começando com adoração, seguida por expressão de necessidades, confissão de pecados, submissão à sua vontade e terminando com pedido de proteção contra o mal. Resumindo de maneira metódica, a oração seria constituída por adoração, gratidão, intercessão, pedidos pessoais e consagração de vida.

Conclusão

Exatamente porque “ninguém nasce sabendo” e porque “ninguém já sabe o suficiente para não aprender mais”, todos deveriam entender que cada situação na vida deve nos levar a dizer: “Ó Deus, ensina-me a orar”. Afinal de contas, não foi sem motivo que Tiago escreveu que pessoas não recebem o que pedem porque pedem mal, isto é, não sabem pedir (Tiago 4.3). Podemos aprender a orar corretamente.