136. Comer Carne e Beber Sangue

João 6.52-56

COMER CARNE E BEBER SANGUE

Introdução

  1. Quando Jesus Cristo usou estas expressões em um determinado momento do seu ministério, as reações foram de choque, rejeição e contestação. Eram expressões tão estranhas e tão fortes que várias pessoas começaram a discutir sobre o significado delas.

1.1. João apóstolo que observou as reações, registrou-as com as seguintes palavras: “Disputavam os judeus entre si”. A palavra grega original significava uma acalorada e tumultuada discussão.

1.2. A razão principal do debate foi porque estavam interpretando literalmente. Entenderam que Jesus realmente falava de comer a carne do seu corpo e beber o sangue que circulava em suas veias.

  1. Mais tarde, em outro momento, quando institui a Ceia do Senhor, Jesus pode esclarecer que suas palavras eram figuradas. Sua carne estava representada no pão partido e seu sangue simbolizado no vinho: Mateus 26.26-28.

Desenvolvimento

  1. Esse esclarecimento feito por Jesus foi perfeitamente entendido pelo apóstolo Paulo quando deu instruções à igreja de Corinto para a celebração da Ceia. Paulo apóstolo, para evitar controvérsias decorrentes do texto de João, lançou mão do texto de Mateus, Marcos e Lucas (I Coríntios 11.23-26).
  2. Ocorre, todavia, que não satisfeitos com essa interpretação representativa, simbólica e figurada de comer a carne do corpo e beber o sangue das veias, ao longo dos séculos os debates continuaram no objetivo de conseguir uma interpretação diferente.

2.1. Teólogos de uma determinada igreja passaram a ensinar a doutrina da Transubstanciação, segundo a qual, na hora da consagração dos elementos, os mesmos são transformados: o pão vira carne e o vinho vira sangue, num fenômeno sobrenatural e miraculoso.

2.2. Teólogos de uma outra igreja divergiram dessa interpretação e criaram a doutrina da Consubstanciação, segundo a qual no momento da consagração das substancias, há uma união das mesmas. Isto é, a carne e o sangue se encontram no pão e no vinho sem modifica-los, mediante a fé.

2.3. Finalmente, teólogos de uma terceira igreja começaram a ensinar a doutrina da Presença Mística de Jesus na celebração da Ceia do Senhor. Não se trata da presença física, mas presença espiritual de Jesus na Ceia do Senhor que se une aos crentes através do ato de beber o vinho e comer o pão.

  1. Passados os anos e lendo as palavras de Jesus Cristo sobre comer sua carne e beber o seu sangue, sendo por Ele mesmo esclarecidos e também pelo apóstolo Paulo, nós não estranhamos e nem entramos em discussão com quem quer que seja para debater e criar novas doutrinas. Não fazemos de suas palavras um motivo de discórdia, celeuma, confronto ou confusão. Nós entendemos e acreditamos que Jesus falava representativa, figurada e simbolicamente como em outras expressões usadas por Ele ao dizer: “Eu sou a porta”, “Eu sou o caminho”, “Eu sou o Alfa e o Ômega”, “Eu sou a videira verdadeira”, “Eu Sou a Luz do Mundo”.

Conclusão

Vamos agora comer o pão partido representando e simbolizando o corpo e beber o cálice representando e simbolizando o sangue de Jesus Cristo, como memorial. Jesus mesmo disse e Paulo apóstolo repetiu: “Fazei isto em memória de mim”. É, portanto, um memorial simbólico e representativo.