157. Crentes Insensatos

Gálatas 3.1-3

CRENTES INSENSATOS

Introdução

  1. De acordo com os melhores dicionários, insensato significa desprovido de juízo, ausente de prudência, próximo da loucura.

1.1. Compreendendo este significado, eu jamais imaginei que um crente, membro de uma igreja cristã, poderia em algum momento ser chamado de insensato.

1.2. Para mim, o crente é uma pessoa que pauta sua vida pela sensatez, pelo bom senso, pelo juízo equilibrado, pela cautela, principalmente porque é uma pessoa iluminada pelo Espírito Santo e desenvolve naturalmente sua inteligência espiritual.

  1. Eu jamais poderia imaginar..., mas foi assim que Paulo apóstolo se referiu a um grupo de crentes da igreja de Galácia. Eram pessoas que tinham se tornado crentes em Jesus Cristo, que foram batizadas nas águas e que participavam dos cultos na igreja, porém tinham perdido a coerência religiosa.

Desenvolvimento

  1. Ao denunciar a insensatez de crentes na igreja na Galácia, Paulo apóstolo associou a atitude deles com o fascínio. Ele perguntou: “Quem vos fascinou?”.

1.1. Cada vez que um crente se deixa fascinar, encantar, extasiar por qualquer ensino que não seja o do evangelho de Jesus Cristo, ele corre o risco de perder o juízo.

1.2. No caso deles, tinham se deixado levar pelos ensinos que insistiam na necessidade de seguir as leis de Moisés como se elas fossem também exigência básica para ser crente em Jesus. Essa atitude era resultado da influência dos judaizantes, cujo comportamento foi descrito no Livro de Atos e contra o qual os apóstolos se opuseram no Concílio de Jerusalém: “Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos”. “Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés” (Atos 15.1,5). A conclusão do Concílio foi negar essa necessidade de associar o evangelho com as Leis de Moisés.

1.2. Em nosso caso, os crentes se tornam insensatos quando são fascinados, encantados, extasiados por doutrinas que vão surgindo e que afirmam ser o evangelho insuficiente. Consequentemente misturam os ensinos dos evangelhos com outros ensinos que são publicados em livros, divulgados em programas de televisão, difundidos em sites religiosos. Esses crentes passam a seguir uma “colcha de retalhos” ou se servir de uma “salada mista” de crenças.

  1. O resultado dessa insensatez é estabelecer uma religiosidade humana, pautada pelo esforço pessoal e que se chama “carnal”: “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?”.

2.1. A palavra grega para "carne" no Novo Testamento é “sarx”, um termo que muitas vezes nas Escrituras refere-se ao corpo físico, mas que em termos religiosos se refere à natureza humana que foi dominada pelo pecado. No seu testemunho pessoal aos Romanos, Paulo apóstolo declarou: “Eu sou carnal, vendido sob o pecado”. Por isso, “a carne luta contra o espírito e o espírito luta contra a carne” (Romanos 7.14; Gálatas 5.17).

2.2. Sob essa ótica, é que o evangelho de Jesus Cristo surge para quebrar toda e qualquer expressão da carne, dominada pelo pecado, que se manifesta em várias religiões. O evangelho surge para oferecer aos crentes uma vida genuinamente espiritual. Quem se limita aos ensinos do evangelho garante uma vida espiritual autêntica. Sem o evangelho ou com um evangelho misturado com outros ensinos, o que temos é uma vida religiosa carnal.

Conclusão

Sensato, portanto, é o crente que mantém seus olhos fitos unicamente em Jesus Cristo, como autor e consumador de sua fé.

Sensato, portanto, é o crente que se limita aos ensinos de Jesus e dos apóstolos que estão nas páginas do Novo Testamento.

Sensato, portanto, é crente que, consequentemente recebeu e é guiado pelo Espírito Santo de Deus, razão porque tem uma autêntica vida espiritual.