Atos 11.26
A IDENTIDADE DO CRENTE
Introdução
- Em termos esportivos, muitas pessoas gostam de se identificar de acordo com seu time de preferência. Assim, alguns dizem que são flamenguistas, outros vascaínos, outros corintianos, outros palmeirenses, outros atleticanos...
- Em termos políticos, da mesma forma, alguns gostam de se identificar como petistas, outros como pemedebistas, outros como socialistas e assim por diante.
- Em termos religiosos, os que passaram a crer em Jesus Cristo, na cidade de Antioquia, foram logo chamados de cristãos. Essa identidade foi se tornando oficial, a ponto do Rei Agripa, em certo momento de diálogo com o apóstolo Paulo, ter perguntado se ele queria torna-lo cristão (Atos 26.28). Anos mais tarde, escrevendo a vários crentes, Pedro apóstolo se referiu a eles identificando-os como cristãos (I Pedro 4.16).
Desenvolvimento
- Infelizmente, no entanto, em nossos dias, essa identificação ficou corrompida a ponto de nem todos os crentes desejarem ser assim chamados. Infelizmente, os cristãos que surgiram ao longo dos séculos e chegaram até nossos dias acreditam também em Maria, nos santos, nos espíritos, em superstições, em fetichismo. Muitos que se dizem cristãos em nossos dias também são viciados, participantes de corrupção, envolvidos com jogatinas, praticantes de iniquidades sociais.
- Consequentemente os crentes viram surgir a oportunidade de se identificarem como evangélicos, fazendo diferença em seu modo de crer e viver. Como evangélicos, distinguem-se dos cristãos por crerem apenas em Jesus Cristo como único Salvador e Senhor, terem a Bíblia como única regra de fé e prática e por terem um estilo de vida em que buscam a santificação.
2.1. Essa identificação, todavia, não se limita a um tipo de crente. Hoje ela abriga os chamados tradicionais, pentecostais, carismáticos e neopentecostais. A identificação tornou-se um guarda chuva que abriga vários tipos de religiosos, com os mais variados tipos de doutrinas. Tem em comum o fato de crerem em Jesus como único Salvador e ter a Bíblia como única regra de fé e práticas, mas as doutrinas são variadas, algumas até que se chocam.
2.2. Também quanto ao estilo de vida, já ocorreu de vir a público através dos noticiários e das mídias sociais comportamentos não recomendáveis de evangélicos, tanto se deixando levar por práticas de corrupção, quanto por ferirem a ética em relacionamentos não recomendáveis.
- Em nosso caso específico, ainda na busca de uma diferenciação, temos nos identificado como batistas. Quando assim fazemos, reconhecemos nossa tradição cristã e nossa identidade evangélica, mas afirmamos principalmente um conjunto de doutrinas exclusivamente baseadas na Bíblia, principalmente no Novo Testamento. Mesmo que admitamos também existirem vários tipos de batistas, considerando as origens em termos de geografia e de fundadores, temos em comum esse corpo de doutrinas.
Conclusão
Uma vez eu estava gravando algumas aulas para uma faculdade teológica interdenominacional sobre a Igreja Cristã. Sendo esse o assunto, coloquei como objetivo me limitar a ensinar apenas o que está no Novo Testamento. Quando terminei, fui surpreendido por um outro professor de outra denominação e de outra disciplina que me disse: “Você é realmente um batista”. Fiquei sem entender sua observação, pois realmente havia me limitado a ensinar o que diz o Novo Testamento. Dias depois é que entendi o motivo. Na verdade, se os batistas se limitam ao Novo Testamento, também naquelas aulas eu não conseguira deixar de ser batista.
Ser batista evangélico cristão é para mim a melhor opção, seja por razões históricas e doutrinárias, seja por razões éticas. Admitimos que não somos melhores do que ninguém, mas a verdade é que procuramos seguir o Novo Testamento ao máximo e confiamos apenas em Jesus Cristo, como Senhor, Salvador e Mestre.