80. Deus Nos Consola

Isaías 40.1,2                              

Introdução

  1. Reconheço que as mensagens duras, severas, exigentes, disciplinadoras, corretivas, condenatórias têm o seu valor, o seu lugar e sua hora. Reconheço que a vida com Deus inclui esse tipo de mensagem.
  2. Aliás, existem pessoas que gostam muito desse tipo de mensagem, principalmente quando estão pensando em outras pessoas que estão em pecado. Elas pensam: “Esta é a mensagem certa para Antonieta!” Elas dizem: “Dessa vez acredito que Petrolino vai tomar jeito!”
  3. Ocorre, todavia, que não consigo deixar de pensar, de acreditar, de falar da importância das mensagens consoladoras, confortadoras; das mensagens benignas e bondosas; das mensagens de perdão, de alívio e descanso. Aliás, eu penso, acredito e digo que nós precisamos muito mais de mensagens de consolação do que de mensagens de condenação.

Desenvolvimento

  1. Observem o conteúdo deste livro do profeta Isaías. Ainda que existam várias mensagens duras, havia chegado uma hora quando a mensagem a ser pregada deveria ser mensagem de consolação. As mensagens de consolação são imprescindíveis quando as pessoas já sofreram bastante, quer por pecados que tenham cometido, quer por razões que elas nem sabem por que estão sofrendo.
    • No caso daquele povo, eles já tinham pago em dobro pelo pecado que cometeram. Precisamos entender que todos nós, quando erramos nós sempre pagamos caro pelo erro que cometemos. Não há como errar e não pagar. Podemos ter certeza, mesmo que pareça o contrário, que quando nós erramos com Deus e uns com outros nós sofremos muito.
    • Mais ainda: a consolação não era apenas por causa do sofrimento, mas porque a iniquidade fora expiada, isto é: não havia mais pecado a serem condenados. Os pecados tinham ficado para trás. Os pecados haviam sido lançados no fundo do mar. Os pecados haviam sido lançados para trás das costas de Deus.
  2. Reflitam um pouco sobre aquela situação descrita na primeira carta de Paulo aos coríntios, quando um dos membros da igreja havia pecado.
    • De maneira dura, Paulo afirmou: “Eu na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e meu espírito, pelo poder de nosso senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” ( I Cor 5.3-5).
    • Na segunda carta, quando voltou a tratar do assunto, sua palavra foi diferente. Ele escreveu: “Porque se alguém me contristou, não contristou Amim, senão em parte, para não vos sobrecarregar a vós todos. Basta-lhe ao tal essa repreensão feita por muitos. De maneira que, pelo contrário, deveis antes perdoar-lhe e consolá-lo, para que o tal não seja de modo algum devorado de demasiada tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” ( II Coríntios 2.5-8).
  3. Entendam também: por mais que Deus mesmo nos console, através do seu Espírito Santo, que também é chamado de Consolador, a experiência de confortar as pessoas alcança efeitos ainda mais profundos quando a consolação de Deus é feita através de pessoas. Quando nos consolamos uns aos outros.
    • No caso daquele povo na época de Isaías: Deus manda as pessoas confortarem umas às outras, principalmente dizendo palavras benignas. As palavras benignas são doces como favos de mel.
    • No caso de Paulo aos Coríntios, ele escreve: “Bendita seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus” (II Cor. 1.3,4).

Conclusão

       Havia um médico numa cidade que atendia os pacientes com muita eficiência. Era procurado por causa e sua competência. Um dia ele também ficou doente. No hospital, sentindo as dores e os sofrimentos da doença, ele compreendeu então a dor e os sofrimentos daquelas pessoas que o procuravam. Ficou bom e voltou a clinicar. Agora, todavia, as pessoas o procuravam não apenas por causa de sua eficiência e competência. Procuravam-no porque ele demonstrava simpatia e empatia. Lidava agora com os doentes de maneira mais amorosa.

       Então, procurem confortar uns aos outros, movidos não apenas por um sentimento e simpatia ou até mesmo de empatia. A simpatia é quando compreendemos a dor do outro. Empatia é quando nós sofremos com o outro. São atitudes nobres, mas procurem se consolar uns aos outros porque é isto que Deus faz com cada um de nós. Deus também quer nos consolar. Ele nos consola para nos consolemos uns aos outros.

      Quando os membros de uma igreja cristã consolam uns aos outros, acontecem dois resultados extraordinários: essas pessoas que estão em sofrimento passam a confiar ainda mais em Deus e essas pessoas passam ainda mais a amar a igreja a que pertencem.