II Reis 6.15-17
ABRIR OS OLHOS
Introdução
- Na maioria das situações que possam ocorrer, a expressão “abrir o olho”, como figura de linguagem, significa “abrir o entendimento, perceber alguma coisa, ficar atento ou alerta para algo”.
- Na experiência vivida por Eliseu com o seu discípulo, a expressão tinha significado literal e espiritual. Eliseu pediu a Deus que “abrisse os olhos” do seu ajudante, para que ele pudesse realmente ver o exército angelical que estava presente no monte para defendê-los, numa possível batalha contra o exército sírio que os cercara. Sendo um exército angelical, só poderia ser visto se os olhos espirituais do ajudante pudessem ser abertos.
Desenvolvimento
- Este episódio na vida de Eliseu nos leva a perceber o que a Bíblia nos tem mostrado, isto é, que, além da realidade material e tangível que nos cerca, existe uma realidade espiritual, invisível, fora do alcance de nosso olhar físico.
1.1. Paulo apóstolo escreveu sobre a existência dessa realidade invisível em sua carta aos colossenses: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1.16).
1.2. Moisés fez importantes decisões em sua vida porque levava em consideração essa realidade invisível, segundo o autor da carta aos hebreus: “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível” (Hebreus 11.27).
1.3. Estevão, nos momentos finais de sua vida, quando estava sendo apedrejado até morrer, teve também os seus olhos abertos para ver Jesus em pé para recebê-lo ao chegar no céu: “Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus” (Atos 7.56).
- A fim de que as pessoas possam ter a mente aberta para a existência dessa realidade invisível aos olhos físicos, basta considerar, prá início de conversa, por exemplo, a existência da energia elétrica, dos átomos com seus prótons e elétrons, dos vírus. Hoje em dia, através da nanotecnologia, a ciência produz materiais e equipamentos invisíveis, entre os quais os microchips.
2.1. Numa exposição apresentada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, em 2017, com o título “Mundos Invisíveis”, a Academia Brasileira de Ciências informou: “Invisíveis a olho nu e aos olhos vestidos que habitam fora do laboratório, dendritas, capilares e fibras – estruturas minúsculas que formam o organismo dos seres vivos – ganham a atenção do grande público, ampliados em tamanho de telas que transformam ciência em arte. Acostumados a estar sob as pequenas lentes do microscópio e do olhar minucioso de biólogos, neurologistas ou químicos, essas e outras estruturas corriqueiras no dia a dia de cientistas são colocadas sob uma nova perspectiva na mostra “Mundos Invisíveis” (http://www.abc.org.br/2017/10/06/o-invisivel-a-olho-nu/).
2.2. O Parque de Ciências da USP divulgou recentemente essa informação: “Microrganismo é o nome que damos aos seres unicelulares e que não podemos ver a olho nu, a vida invisível que nos cerca em todos os ambientes. Mas não é tão simples assim, esse nome abrange vários grupos desses seres vivos, as arqueas, as bactérias, os fungos, os protozoários e um que não possui nem célula: os vírus” (https://www.parquecientec.usp.br/p%C3%A1gina-inicial).
- Analisando a realidade espiritual invisível, a causa de não a enxergar é lamentável, porque diz respeito tanto à uma limitação racional humana quanto à influência do Diabo.
3.1. Comentando a dificuldade dos discípulos em perceber o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus disse: “E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? não considerastes, nem compreendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido?” (Marcos 8.17). O excesso de argumentação, isto é, de racionalidade acaba endurecendo o coração.
3.2. Escrevendo aos coríntios, Paulo apóstolo foi uma pouco mais além: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Coríntios 4.3,4). Esta é a explicação sobrenatural porque muitos não acreditam em Jesus Cristo.
Conclusão
O discípulo de Eliseu viu o exército angelical pronto para defende-los, porque Eliseu orou por ele. Tenho certeza de que esta continua sendo a maneira como as realidades invisíveis de Deus podem ser vistas em nossos dias. Podemos orar por pessoas para que seus olhos sejam abertos e podemos orar por nós mesmos, pedindo: “Ó Deus, abre os meus olhos”.