Atos 8.34,35
Introdução
Evangelização pessoal é a evangelização feita por 1 crente para 1 não crente (ou 2 crentes para 2 ou 3 não crentes). Poderia ser chamado em nossa linguagem contemporânea de “corpo a corpo espiritual”.
Essa atuação de 1 crente junto a 1 não crente pode acontecer em qualquer lugar: na rua, na casa, na praça, na escola, no trabalho, no passeio, na diversão.
A ocasião para 1 crente ministrar a 1 não crente pode acontecer a qualquer momento, seja pela manhã, à tarde ou à noite. Pode ser resultado de um planejamento motivado por Deus, quando 1 crente resolve procurar 1 não crente para falar, mas também pode acontecer numa oportunidade que Deus dá, que não deve ser perdida.
Consiste na atitude de falar sobre Jesus Cristo tendo como base um texto da Bíblia. Nesse exemplo registrado no livro de Atos, temos 1 crente chamado Filipe falando sobre Jesus a 1 não crente da Etiópia (África), cujo nome não sabemos, tendo como base um texto do livro do profeta Isaías.
O texto bíblico texto pode estar nas mãos da pessoa para ser lido ou pode ser citado de memória, porque foi gravado na mente. O melhor é sempre ter o texto nas mãos, mas às vezes a ocasião e o lugar impedem ter a Bíblia na mão. Neste caso, o texto é citado de memória.
Desenvolvimento
- Antes de explicar como se faz a evangelização pessoal, quero explicar para você as razões por que hoje a maioria dos crentes não faz evangelização pessoal.
1.1. Nós deixamos de fazer evangelização pessoal quando entregamos nas mãos de um famoso pregador essa tarefa. É chamado de evangelização de massas. Um pregador fala a centenas e milhares de pessoas num ginásio de esportes, num estádio de futebol, numa praça pública ou em outros lugares, onde multidões podem se ajuntar para ouvir um famoso pregador.
1.2. Nós deixamos de fazer evangelização pessoal quando deixamos essa tarefa por conta do nosso pastor, entendendo que ele foi convidado pela igreja para fazer essa tarefa em nosso lugar quando prega no púlpito da igreja ou nas casas ou em qualquer outro lugar, onde houver essa possibilidade. É chamado de evangelização de púlpito.
1.3. Nós deixamos de fazer evangelização pessoal quando esperamos que o professor da Escola Bíblica Dominical, em sua classe na igreja, fale aos não crentes que lá estão presentes, além de ministrar os ensinos bíblicos para os que já se tornam crentes. É chamado de evangelização através da EBD.
- Agora, quero deixar bem claro para vocês que a evangelização pessoal foi a que predominou na ocasião quando Jesus Cristo deu início à obra de evangelização, que foi continuada pelos apóstolos.
2.1. Além de ter existido a evangelização de massas (Jesus e os apóstolos falaram a multidões reunidas), além de ter existido a evangelização de púlpito (Jesus e os apóstolos pregaram para grupos de pessoas no templo e nas casas), além de ter existido a evangelização através do ensino ( Jesus e os apóstolos ensinavam aos que já haviam se convertido), a evangelização pessoal ou de “corpo a corpo espiritual” foi a que predominou.
2.2. Pelo estudo bíblico no evangelho de João, podemos ver que Jesus mesmo fazia evangelização pessoal (Jesus e Nicodemos, Jesus e a Samaritana, Jesus e Levi, Jesus e Paralítico do Tanque de Betesta, Jesus e a Mulher Adúltera, Jesus e o Cego de Nascença, Jesus, Marta, Maria e Lázaro).
2.3. Pelo estudo nos evangelho de Lucas podemos ver que Jesus mandou que seus discípulos fizessem evangelização pessoal quando nomeou os 12 (Lucas 6.13; 8.1), quando mandou os 70 (Lucas 10.1) e quando mandou que todos os crentes testemunhassem no mundo. Aliás, para que o mundo seja evangelizado só através de todos os crentes (Atos 1.8 – Atos foi escrito por Lucas).
- A esta altura, certamente todos vocês já estão pensando e até querendo também fazer evangelização pessoal. Então vamos voltar à história de Filipe e o Etíope para observar como se faz evangelização pessoal (Atos 8.26-38 – leitura responsiva).
3.1. Primeiro, vamos observar alguns detalhes importantes: a) evangelização pessoal tem como ponto de partida a vontade de Deus (um anjo e o Espírito disseram a Filipe para fazer a evangelização pessoal); b) A obediência prevaleceu no coração de Filipe, pois ele não levantou dúvidas, não disse que estava sem preparo espiritual e bíblico e nem deu desculpas dizendo que teria outras tarefas para fazer; c) a Bíblia foi usada como base para a evangelização pessoal (o Etíope já estava até com a Bíblia na mão, no texto do profeta Isaías); d) a evangelização pessoal só terminou quando o etíope foi batizado, tornando-se membro da igreja, pois a evangelização pessoal que não tem como resultado o batismo das pessoas é uma evangelização
3.2. Vamos agora prestar atenção em como se faz evangelização pessoal hoje. Vamos focar o texto de Atos 8.35, fazendo sua leitura. Aprendamos: a) é preciso que haja um texto bíblico em mãos ou citado de memória, seja apresentado pela pessoa a ser evangelizada, seja apresentado pelo crente. No caso da história o texto foi apresentado pelo Etíope e era do profeta Isaías; b) é preciso que Jesus Cristo se torne o objeto central da evangelização e não a interpretação do que esteja ao redor. Se a conversa girar em torno de qualquer outra personagem religiosa (Abraão, Moisés, Davi, Isaías, Paulo, Pedro, Maria, São Sebastião, São Vicente, Lutero, Calvino, Edir Macedo, RR Soares, Silas Malafaia e outros) e se girar em torno de doutrinas ou ainda de comportamentos de crentes atuais, não haverá realmente uma evangelização pessoal. Toda a conversa tem que girar em torno e Jesus Cristo; c) a evangelização não se resume a mencionar o “nome de Jesus”. A fala evangelística menciona os ensinos de Jesus ou os milagres de Jesus ou as promessas de Jesus ou o nascimento de Jesus ou a morte de Jesus ou a ressurreição de Jesus ou a ida de Jesus para o céu ou a volta de Jesus a este mundo; d) na fala ou conversa evangelística você não apresenta tudo de uma vez, pois o tempo seria insuficiente, devendo ser apresentado aquilo que for o mais oportuno ou necessário no momento;
- Considerando que toda evangelização objetiva levar a pessoa a “crer em Jesus”, para depois ser batizada nas águas e ser discípula de Jesus, logo após a conversa você deve perguntar se a pessoa quer receber Jesus em sua vida, em seu coração.
4.1. Se a pessoa disser que sim, então você também precisa mencionar a necessidade da pessoa se arrepender dos seus pecados, pois a conversão verdadeira acontece mediante o arrependimento de pecados e a fé em Jesus Cristo. Então, você também pergunta se a pessoa reconhece que é uma pecadora e se está disposta a deixar seus pecados.
4.2. A oração também deve ser ensinada para a pessoa, não devendo ser longa, mas objetiva. Seu conteúdo pode ser mais ou menos assim: “Jesus Cristo, Filho de Deus, eu reconheço que sou um pecador e quero deixar meus pecados. Também quero te receber em minha vida como meu Salvador e Senhor. Eu abro a porta do meu coração e te recebo. Obrigado por habitar em meu coração desde agora e para sempre. Amém”.
4.3. Se a pessoa não se torna crente em Jesus, a evangelização pessoal continua em outras oportunidades se outras oportunidades existirem até que a pessoa creia e se torne membro da igreja.
4.4. Caso não exista a possibilidade de outra oportunidade, então a única oportunidade que você terá deve ser usada da melhor maneira possível, orando pela pessoa para que ela possa se tornar crente o mais breve possível.
Conclusão
Esteja preparado para fazer evangelização pessoal sendo obediente à voz do Espírito, lendo e memorizando a história de Jesus, ajudando a pessoa a fazer a oração da salvação e acompanhando pessoa até o batismo em nossa igreja. Com o batismo vem o Discipulado, que é um outro assunto para uma outra ocasião. Amém!