I Tessalonicenses 4.16,17; I Coríntios
ARREBATAMENTO DA IGREJA
Introdução
- Na escatologia, além dos estudos sobre o fim do mundo, a volta de Jesus Cristo, o céu e o inferno, o estado intermediário, o Juízo Final, o Armagedom, a grande tribulação, novos céus e nova terra, também estudamos aquilo que tem sido chamado de o arrebatamento da igreja ou o arrebatamento dos crentes.
- Embora existam controvérsias sobre o momento quanto irá ocorrer, isto é, se antes ou depois da grande tribulação, o ensino foi muito claro nas palavras escritas pelo apóstolo Paulo aos tessalonicenses. Ele disse: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”. Os que forem ressuscitados e os que estiverem vivos e forem transformados serão arrebatados para se encontrar com Jesus no céu.
Desenvolvimento
- A palavra grega usada pelo apóstolo Paulo é “apantesis”, que só aparece em mais outros dois textos: Mateus 25.6 (Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro) e Atos 28.15 (E de lá, ouvindo os irmãos novas de nós, nos saíram ao encontro à Praça de Ápio e às Três Vendas). O texto de Mateus fala da parábola das dez virgens e o texto de Atos fala do encontro dos crentes de Roma com o apóstolo Paulo.
- Embora os textos de Mateus e de Atos não sejam escatológicos, sua importância está no fato de que explicam o significado da palavra usada pelo apóstolo Paulo, quando escreveu sobre o arrebatamento. A idéia é de que houve um encontro das moças do cortejo com o noivo que chegava e um encontro dos crentes de Roma com o apóstolo Paulo que também chegava na cidade. A idéia, portanto, é que os crentes ressuscitados e os crentes vivos e transformados irão se encontrar com Jesus Cristo nos ares, quando da sua volta a este mundo.
- Com esse esclarecimento é que podemos também interpretar o texto de Mateus 24.31, 40,41: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra”.
- O teólogo Harald Schaly escreveu sobre esse momento, considerando inclusive como evento público: “Parece que estas passagens indicam que o arrebatamento da igreja nem tem nada de oculto e secreto, mas pelo contrário, que a volta de Cristo e o arrebatamento serão ruidosos e alarmantes, pois será com “grande brado” e “assim como relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente” (O Premilenimo Dispensacionalista à Luz do Amilenismo, Juerp, 1984, pg. 64).
- A grande dificuldade que tem existido entre os que estudam o assunto é sobre o momento quando vai ocorrer: se antes ou durante a grande tribulação.
5.2. Para aqueles que entendem que será antes, o fazem porque interpretam que o objetivo do arrebatamento é livrar os crentes da grande tribulação ou ira divina que irá assolar o mundo. Os crentes serão, portanto, removidos da terra e transportados para a dimensão celestial, escapando de viver uma inigualável aflição que irá ocorrer.
5.3. Para outros teólogos, os crentes em Jesus Cristo passarão por mais uma tribulação, mesmo que seja inigualável em comparação às anteriores porque o entendimento deles é que os “escolhidos” que serão arrebatados serão do povo de Israel. Para esses teólogos há uma diferença entre a Igreja e Israel, assim como entre a grande tribulação e o derramamento da ira divina. Citam os seguintes textos: “Jesus nos livra da ira vindoura” (I Tessalonicenses 1.10), “Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação” (I Tessalonicenses 5.9). Essa diferenciação, todavia, não existe nos textos bíblicos, mas apenas nas discussões teológicas. Biblicamente a grande tribulação e o derramamento da ira divina são a mesma coisa e os escolhidos são os crentes em Jesus, sejam eles judeus os gentios.
Conclusão
Um menino muito curioso, depois de ouvir um sermão sobre o arrebatamento da igreja e ter dificuldade em visualizar a cena, pediu ao seu pai que lhe mostrasse, em casa, algo parecido que o ajudasse a compreender. Então, o pai pegou uma pequena caixa de madeira, encheu de grãos de pedra e pequenos pedaços de ferro. Depois, com um imã, passando sobre a superfície, mostrou ao filho os pedaços de ferro sendo atraídos para o alto pelo imã enquanto os grãos de pedra permaneciam na caixa e disse que será assim que irá acontecer. O menino ficou com os olhos brilhando, mostrando que havia entendido o que será o arrebatamento da igreja.