17. A Criança na Igreja

I Samuel 2.11

Introdução

  1. Nestes dias, quando meninos e meninas estão sendo cada vez mais atraídos por traficantes de drogas, pervertidos sexuais, guerrilheiros da violência, exploradores de jogos, religiosos fanáticos e aproveitadores da miséria, eu pergunto: “O que as igrejas de Jesus Cristo estão fazendo para proteger e salvar as crianças?”
  2. Somos capazes de recitar as palavras de Jesus, que disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais” (Marcos 10.14). Todavia, não promovemos especificamente a evangelização das crianças, não investimentos na sua educação religiosa, não estimulamos os retiros de formação moral para elas, não as incentivamos a participar dos programas musicais, criamos obstáculos ao batismo quando desejam, criticamos comportamentos delas nos cultos...
  3. O menino Samuel foi deixado pela mãe no templo para ter uma formação espiritual e se tornar sacerdote. Não estou pensando que nossas crianças se tornem pastores ou missionários. Penso apenas que os pais que fazem parte de nossa igreja precisam enxergar melhor as necessidades espirituais das crianças, incluindo o templo como um dos preciosos lugares onde elas sempre devem estar. Penso que as igrejas precisam se preparar melhor para receber as crianças e inclui-las em suas atividades.

Desenvolvimento

  1. Tenho percebido, na iluminação do Espírito de Deus e na observação do que tem acontecido que a razão principal e não se acreditar que as crianças tem condições de viver experiências espirituais verdadeiras mesmo na idade em que se encontram. Duvidamos que as crianças tenham consciência do que expressam em termos religiosos e achamos que elas não estão sabendo o que fazem. Ficamos temerosos de que as crianças não tenham verdadeira experiência de conversão e que sejam batizadas por influências outras.
  2. Exatamente para ajudar os pais e os líderes das igrejas, quero que vocês conheçam a síntese da dissertação do Pr. Wander Ferreira Gomes, Mestre em Psicologia, Professor do STBSB e pastor da Igreja Batista do Recreio, no RJ. O título de sua dissertação teve foi “O Pensamento Religioso da Criança”. Foi aprovada com conceito “A” e registrada no livro de Atas da Universidade Gama Filho, no RJ (Revista Educador, nº 26, pg. 5-7).

2.1. Ele mostrou que existe paralelismo entre o pensamento lógico e o pensamento religioso na infância, evidenciando um ato inteligente.

2.2. Baseou sua pesquisa na Teoria do Desenvolvimento de Piaget, salientando que os acontecimentos na infância vão influir na vida adulta.

2.3. Segundo Piaget, entre 7 e 11 anos a criança pensa logicamente, significando que já a partir desta etapa as ações cognitivas se organizam num sistema de inteligência.

  1. No objetivo de esclarecer ainda mais a cada um de vocês, também quero que saibam os resultados do trabalho de James Powler, psicólogo cristão. Ele mostrou a presença da fé nas várias etapas do desenvolvimento infantil. Na pré etapa existe a crença indiferenciada; na etapa 1, a crença intuitiva-projetiva; na etapa 2, a crença místico-literal e na etapa 3, a crença é sintético-convencional. São diferentes tipos de fé, mas está sempre presente na criança (Revista Educador, nº 32, pg. 16-21).

Conclusão

  1. Eu não gostaria de pregar essas descobertas científicas para não parecer esnobismo acadêmico. Mas precisamos, ainda a tempo, lembrar que os professores nas escolas públicas e particulares acreditam na capacidade de aprendizagem da criança quanto aos conteúdos gerais. Assim, nós também precisamos acreditar na capacidade das crianças quanto à capacidade de aquisição dos conteúdos espirituais, principalmente quanto a exercer a crença em Jesus Cristo.
  2. É pensando assim que os pais vão se esforçar para trazer seus filhos à igreja e a igreja vai se preparar cada vez mais para atender às necessidades religiosas das crianças. Sem a influência da igreja e de seus pais, as crianças continuarão expostas à influência dos traficantes, pervertidos, guerrilheiros, exploradores, fanáticos e aproveitadores.