203. Uma Igreja Unida

Filipenses 2.1-5

UMA IGREJA UNIDA

Introdução

  1. Um dos capítulos da história do cristianismo e da história de várias igrejas é a experiência da divisão, da separação, do isolamento. Aconteceu durante os primeiros séculos quando surgiu o catolicismo, nos séculos posteriores quando surgiu o protestantismo, nos tempos mais recentes, quando surgiram as denominações evangélicas e, na atualidade, quando igrejas locais geram novas igrejas por conflitos e desentendimentos.
  2. Todavia, no projeto de Jesus Cristo quando instituiu a igreja, o que estava em seus planos era a unidade. Tanto é assim que em sua oração sacerdotal, pede ao Pai Celestial para que todos os seus discípulos sejam um. Ele orou assim: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.21). Sua origem divina também estaria provada perante o mundo, através da unidade da igreja.

Desenvolvimento

  1. Foi considerando esse projeto de unidade proposto por Jesus Cristo, inclusive tendo-o como modelo, que o apóstolo Paulo escreveu à igreja de Filipos e extensivamente a todas as igrejas que evitassem a divisão, a separação e o isolamento. Para experimentar essa unidade, o apóstolo revela como segredo a atitude de “ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Em outras palavras é “sermos imitadores de Deus” (Efésios 5.1). Ou ainda uma outra forma de dizer é “andar como ele andou” (I João 2.6). Em linguagem contemporânea seria “não perder de Jesus de vista na hora dos conflitos, dos desentendimentos, das divergências”.
  2. Apresentando recomendações práticas sobre como alcançar a unidade, o apóstolo Paulo menciona “ter o mesmo modo de pensar”, “ter o mesmo amor”, ter o mesmo ânimo”. Essas três recomendações incluem a razão, a emoção e a vontade. Significa o ser humano por inteiro na hora de tomar as decisões. Isto é, não se deixar levar apenas pela razão ou pela emoção ou pela vontade. A maneira de conseguir esse resultado é ter a personalidade controlada pelo Espírito. É fazer o que ele também escreveu aos gálatas: “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5.16).
  3. Um outro detalhe recomendado pelo apóstolo, para que a unidade na igreja seja determinante dos rumos, é a maneira como olhamos para o nosso semelhante, isto é, nosso irmão membro da igreja. Ele disse para olhar para o nosso semelhante como alguém a nós superior e alguém que nos desperta o altruísmo.

3.1. O outro é alguém a quem consideramos superior, isto é, mais importante. A expressão original “hyperéchō” que dizer alguém que se eleva, sobressai acima”. Foi uma atitude demonstrada por Jesus Cristo, a quem devemos imitar, quando lavou os pés dos discípulos: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.13-16).

3.2. As necessidades do outro são mais importantes do que as nossas. Pensar assim significa ser altruísta, isto é, um amor pelo outro que é maior do que o amor por nós mesmos. Jesus disse que o segundo maior mandamento é “amar ao próximo como a si mesmo”.

Conclusão

Inegavelmente a história do cristianismo e a das igrejas tem mostrado uma tendência para a rupturas, mas Jesus Cristo e os ensinos apostólicos insistem na orientação para que a unidade seja o alvo determinante, principalmente nas horas de desentendimento, divergência, opiniões diferentes.  Em palavras mais populares não deve ser “cada um por si”, mas “todos por um”.