Filipenses 2.1-5
UMA IGREJA UNIDA
Introdução
- Um dos capítulos da história do cristianismo e da história de várias igrejas é a experiência da divisão, da separação, do isolamento. Aconteceu durante os primeiros séculos quando surgiu o catolicismo, nos séculos posteriores quando surgiu o protestantismo, nos tempos mais recentes, quando surgiram as denominações evangélicas e, na atualidade, quando igrejas locais geram novas igrejas por conflitos e desentendimentos.
- Todavia, no projeto de Jesus Cristo quando instituiu a igreja, o que estava em seus planos era a unidade. Tanto é assim que em sua oração sacerdotal, pede ao Pai Celestial para que todos os seus discípulos sejam um. Ele orou assim: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.21). Sua origem divina também estaria provada perante o mundo, através da unidade da igreja.
Desenvolvimento
- Foi considerando esse projeto de unidade proposto por Jesus Cristo, inclusive tendo-o como modelo, que o apóstolo Paulo escreveu à igreja de Filipos e extensivamente a todas as igrejas que evitassem a divisão, a separação e o isolamento. Para experimentar essa unidade, o apóstolo revela como segredo a atitude de “ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”. Em outras palavras é “sermos imitadores de Deus” (Efésios 5.1). Ou ainda uma outra forma de dizer é “andar como ele andou” (I João 2.6). Em linguagem contemporânea seria “não perder de Jesus de vista na hora dos conflitos, dos desentendimentos, das divergências”.
- Apresentando recomendações práticas sobre como alcançar a unidade, o apóstolo Paulo menciona “ter o mesmo modo de pensar”, “ter o mesmo amor”, ter o mesmo ânimo”. Essas três recomendações incluem a razão, a emoção e a vontade. Significa o ser humano por inteiro na hora de tomar as decisões. Isto é, não se deixar levar apenas pela razão ou pela emoção ou pela vontade. A maneira de conseguir esse resultado é ter a personalidade controlada pelo Espírito. É fazer o que ele também escreveu aos gálatas: “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5.16).
- Um outro detalhe recomendado pelo apóstolo, para que a unidade na igreja seja determinante dos rumos, é a maneira como olhamos para o nosso semelhante, isto é, nosso irmão membro da igreja. Ele disse para olhar para o nosso semelhante como alguém a nós superior e alguém que nos desperta o altruísmo.
3.1. O outro é alguém a quem consideramos superior, isto é, mais importante. A expressão original “hyperéchō” que dizer alguém que se eleva, sobressai acima”. Foi uma atitude demonstrada por Jesus Cristo, a quem devemos imitar, quando lavou os pés dos discípulos: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13.13-16).
3.2. As necessidades do outro são mais importantes do que as nossas. Pensar assim significa ser altruísta, isto é, um amor pelo outro que é maior do que o amor por nós mesmos. Jesus disse que o segundo maior mandamento é “amar ao próximo como a si mesmo”.
Conclusão
Inegavelmente a história do cristianismo e a das igrejas tem mostrado uma tendência para a rupturas, mas Jesus Cristo e os ensinos apostólicos insistem na orientação para que a unidade seja o alvo determinante, principalmente nas horas de desentendimento, divergência, opiniões diferentes. Em palavras mais populares não deve ser “cada um por si”, mas “todos por um”.