I Coríntios 7.9
A OPÇÃO DE CASAR
Introdução
- Em nossos dias, a opção de casar está se tornando cada vez menos atraente. Em seu lugar, cada vez mais outros tipos de relacionamentos conjugais estão sendo propostos. Um desses tipos opcionais é a união estável e outro tipo é a união aberta. A união estável já está na lei e a união aberta está sendo tolerada pela sociedade. Em ambas as situações, o que prevalece é o desejo de uma pessoa por outra, sem necessariamente assumirem os compromissos do casamento tradicional.
- Quando escreveu sua carta aos cristãos da cidade de Corinto, o apóstolo Paulo também foi surpreendido com perguntas as respeito do casamento e, entre as suas respostas, ele disse que um relacionamento irresponsável apenas com base na sexualidade não atende aos propósitos de Deus. Ele disse que é necessário também o casamento: “Se não podem se conter, casem-se; porque é melhor casar do que abrasar”.
Desenvolvimento
- Paulo apóstolo usou a palavra “πυρόω” (pyróô), cuja tradução literal é estar no fogo, queimar, estar inflamado, porque realmente referia-se á intensidade do desejo sexual de uma pessoa por outra. Quando num relacionamento entre duas pessoas o sexo vai determinando os rumos dos acontecimentos, o que pode se esperar é uma gravidez indesejada, um ajuntamento pecaminoso, um relacionamento sem compromisso.
- Por isso, ao escrever aos cristãos sobre outra opção, Paulo apóstolo recomendou o casamento. Aos olhos da legislação, matrimônio é “união entre um homem e uma mulher e sua relação conjugal. O casamento é união afetiva entre duas pessoas, que decidem compartilhar o resto da vida juntas e, mais que isso, escolhem uma data, na qual compartilharão a alegria desta decisão com todas as pessoas queridas, nas condições sancionadas pelo Direito, de modo que se estabeleça uma família legítima” (Jusbrasil). Aos olhos de Deus, o casamento é uma aliança entre um homem e uma mulher, com o compromisso de unidade pessoal, cuidado mutuo e durabilidade ao longo dos anos, selado com atos cerimonias e contrato assinado de acordo com o Código Civil.
- Na percepção do cristão, Deus é o mais interessado no casamento entre duas pessoas, porque foi ele o autor desse tipo de união conjugal. De acordo com o texto bíblico de Gênesis, Deus criou o homem e a mulher e os uniu através do casamento: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma carne” (Gênesis 2.24). Jesus Cristo confirmou esse ato de Deus, dizendo: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19.5,6).
- Pensando especificamente no significado das palavras originais, descobrimos que, em Gênesis, a palavra usada para “apegar-se” é “דָּבַק” (dâbaq) que significava “grudar-se, colar”. A palavra original grega para “unir” é “κολλάω” (kolláō) significava “colar, grudar, cimentar”. Por isso, o casamento ou matrimônio é muito mais do que uma união estável ou união aberta. É um compromisso de duas pessoas uma com a outra e com Deus, baseado principalmente no amor e não apenas na paixão.
- Aliás, pensando na diferença entre amor e paixão para determinar um casamento, é sempre bom lembrar que paixão é uma experiência efêmera, passageira, enquanto amor é uma experiência permanente, duradora. Por isso, o casamento deve ter como base o amor e não qualquer outro determinante. Digo isto, porque numa pesquisa promovida pela Unesco, há algum tempo, a respeito das motivações para casamentos na América Latina, constatou-se que eles são realizados considerando insegurança, pressão familiar, influência do meio, preconceito, medo da vida de solteiro, amparo financeiro e amor. Nessa pesquisa o amor apareceu em último lugar, quando deveria aparecer em primeiro lugar.
Conclusão
Faça a opção pelo casamento, porque esta é a vontade de Deus, mas não se case por qualquer motivo e nem com qualquer um. Este cuidado me faz lembrar a experiência compartilhada por uma moça. Ela disse: “Quando eu era menina, havia um garoto que eu adorava e queria casar com ele; aos 15 anos coloquei Deus na história e comecei a orar por um marido; aos 17 anos, imaginava que fosse bonito, alto, forte, simpático; aos 20 anos, queria alguém que fosse amável, dócil, humano, sensível; aos 25 anos, pensava que deveria ser universitário e estudioso, responsável; aos 27 anos, queria alguém com projetos financeiros e que aceitasse desafios; aos 30 anos, já estava esperando alguém que pelo menos não fosse cansativo, desagradável, grosseiro; aos 35 anos, voltei falar com Deus: Senhor, na idade em que estou e pelo que está parecendo, manda qualquer um que esteja vivo, mesmo careca, barrigudo e desdentado. Eu quero casar!”.
Faça a opção pelo casamento e acredite que Deus quer lhe dar alguém que realmente ama você.