133. Murmurações ou Orações

Êxodo 6.8; Filipenses 4.6

MURMURAÇÕES OU ORAÇÕES

Introdução

  1. A leitura desses dois textos nos faria ver que poderiam existir duas maneiras diferentes de ter atendidas as necessidades da vida.

1.1. Uma delas é a murmuração. Se em outros textos da Bíblia a murmuração é vista como uma atitude que somente traria prejuízos no relacionamento com Deus, o texto de Êxodo mostra claramente que a murmuração foi o meio pelo qual Deus atendeu a necessidades deles quanto à alimentação. Neste texto, inclusive, Moisés foi muito claro em esclarecer que o suprimento da necessidade alimentar deles viria como resultado das murmurações que haviam feito. Em consequência, eles murmuraram diversas vezes: quando os egípcios os perseguiram, quando faltou carne, quando faltou água, quando se cansavam,

1.2. O outro texto, nas páginas do Novo Testamento e, de acordo com os ensinos de Jesus Cristo, mostram que a maneira espiritual de ter atendidas as necessidades da vida é através das petições, isto é, das orações dirigidas à Deus. Nessa linha de pensamento, em outro trecho, o apóstolo Paulo declara que “Deus suprirá todas as nossas necessidades em Cristo Jesus” (4.19).

Desenvolvimento

  1. Antes que nos tornemos, à luz desse episódio dos israelitas, pessoas que passem a adotar a murmuração como meio de se dirigir a Deus, como se essa fosse a melhor expectativa do Pai Celestial, lembremo-nos de que a recomendação bíblica para os crentes em Jesus Cristo é exatamente a oposta. Jesus nos disse: “Não murmureis entre vós” (João 6.43). O apóstolo Paulo recomendou: “Fazei todas as coisas sem murmurações” e “Não murmureis, como alguns deles também murmuraram e pereceram pelo destruidor” (I Coríntios 10.10). Se no primeiro momento a murmuração trouxe a alimentação, no segundo momento a murmuração trouxe a destruição deles.
  2. Murmurar é se queixar, reclamando entre os dentes, lamuriando em voz alta ou sussurrando, amargurando as experiências negativas da vida. Admito que realmente não é fácil passar por certas experiências negativas, adversas, infortunas, infaustas, tormentosas, desfavoráveis, atribuladas. A primeira reação é ficar zangado, triste, deprimido, infeliz, aborrecido, fazendo da murmuração um estilo de vida.
  3. Ocorre, todavia, que esta não é a atitude cristã para se lidar com essas horas difíceis da vida. A atitude recomendada é também se colocar diante de Deus, mas com orações, petições, súplicas. A Bíblia ensina que “coisa alguma” deve nos angustiar, inquietar, perturbar.

3.1. Jesus Cristo nos ensinou desde o princípio: “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.311,33).

3.2. O apóstolo Pedro seguiu na mesma linha de recomendação de Jesus e do apóstolo Paulo: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (I Pedro 5.7). A maneira de “lançar sobre Deus a ansiedade” é fazer petições, súplicas, orações para que Deus resolva os problemas, desfaça as adversidades, supra as necessidades.

Conclusão

Todas pessoas tem problemas a serem resolvidos, variando apenas o grau com que os problemas são classificados. Mais ainda: varia também a maneira de lidar com esses problemas da vida. A diferença é que enquanto alguns lançam mão da murmuração, outros recorrem à oração.

Relata-se um episódio na vida de Lutero, quando enfrentando dificuldades, chegou em casa arrasado e começou a murmurar. Sua esposa ao ver essa atitude, perguntou-se se havia perdido a fé em Deus. Ele reagiu fortemente, declarando que tanto acreditava na existência de Deus, como em seu poder e no seu agir. Diante da resposta, a mulher lhe disse: “Então, homem de Deus, em vez de ficar murmurando pelos cantos da casa, vá falar com Deus e pedir que Ele supra suas necessidades.