120. Um Crente Amargurado

Salmo 73.21,22

UM CRENTE AMARGURADO

Introdução

  1. Gostaria imediatamente de identificar o autor deste salmo, principalmente porque confessou estar com seu coração amargurado ou azedo. Seu nome era Asafe e como cantor fazia parte dos levitas responsáveis pelo louvor a Deus, conforme registro no livro de I Crônicas 6.31, 39. Era tão importante que se tornou um dos líderes dos cânticos: I Crônicas 16.5. Compôs também outros salmos: 50, 73 e 83.
  2. Como crente que fazia parte do louvor, ele deveria sempre estar com o coração alegre, cheio de fervor e entusiasmo, adorando e agradecendo a Deus. Todavia, o que ele faz neste salmo é admitir um sentimento negativo, suficiente para lhe causar problemas pessoais e impedi-lo de louvar a Deus. Numa tradução ele diz que estava com o coração amargurado e em outra tradução com o coração azedo. Ambas as palavras tem o mesmo significado: começou a sentir-se infeliz como crente.

Desenvolvimento

  1. Analisando os efeitos desse sentimento negativo na vida de uma pessoa, descobre-se logo que ele corrói o interior da alma, afeta sua relação com outras pessoas e prejudica a comunhão com o Pai Celestial.
  2. No caso dele, as causas do sentimento de amargura ter surgido e se fixado foram sua atitude de olhar a vida de outras pessoas que estavam agindo erradamente e nada lhes acontecia como punição: 73.3-16.

2.1. Ele sentiu inveja da prosperidade dos ímpios enquanto sua vida pessoal dedicada ao Senhor não lhe proporcionava recompensas. O livro de Provérbios nos previne contra essa atitude: Provérbios 14.30.

2.2. Ele concluiu que seu esforço pessoal em agradar a Deus havia se tornado inútil. Era como se Deus pouco se importasse com seu empenho em santificar e purificar sua vida. Estava assim experimentando frustração espiritual, pois na sua avaliação não valia a pena servir ao Pai Celestial.

2.3. O clímax desses efeitos foi sua percepção de que a sensatez foi embora e se tornara embrutecido. Sua maneira de ser chegara ao ponto da irracionalidade sem conseguir entender o que realmente acontece neste mundo.

  1. Certamente o restante de sua vida teria sido com esse sentimento negativo e suas nefastas consequência. Quem o encontrasse na velhice ou às portas da morte diria: “Asafe está cada vez pior. Não há quem consiga conviver com ele. Talvez nem tenha um amigo que possa carregar seu caixão quando for sepultado”.

3.1. Houve, no entanto, uma atitude de sua parte que mudou esse destino dramático. Ele diz que resolveu entrar no santuário. Significa, em outras palavras, que sua ausência do templo estava contribuindo para sua amargura e que sua ida ao templo foi o que deu início às mudanças de seus sentimentos: 73.17-28

3.2. O templo ou a igreja será sempre um símbolo de comunhão com Deus, conforme expressou Davi no Salmo 84.2-4.

3.3. Ele retornou à atitude de adoração como expressão de sua confiança em Deus, conforme recomenda a Bíblia em Efésios 5.19,20

3.4. Ele compreendeu que a impunidade dos ímpios é passageira. Mais cedo ou mais tarde, neste tempo presente ou na eternidade, eles serão levados a julgamento, conforme ensina o Novo Testamento: II Coríntios 5.10; Romanos 14.12

3.4. Ele concluiu a suficiência de Deus para seu viver diário em qualquer situação, seja de prosperidade ou de adversidade conforme também fez Habacuque 3.17-19

Conclusão

A amargura ou um coração azedo não deve fazer parte da vida de um crente em Jesus Cristo. Se os acontecimentos da vida ou o comportamento dos ímpios estão afetando sua maneira de compreender o agir de Deus na história humana, continue confiando em Jesus Cristo e nunca deixe de participar da igreja. Acredite que sua dedicação a Deus e seu esforço pessoal para agradar ao Senhor, assim como suas boas obras, estão sendo consideradas por Deus, que lhe diz através do Espírito Santo: “Servo bom e fiel” ... Consequentemente faça do louvor seu estilo de vida diante dos homens e de Deus, tendo sempre um coração alegre e grato.