12. A Hora e a Vez dos Pobres

Mateus 11.1-5

 Introdução

  1. De acordo com as últimas estatísticas divulgadas pelo IBGE, através do SIS 2017, a quantidade de pessoas identificadas como estando na linha de pobreza, são cerca de 50 milhões (25%), ganhando em torno de quase R$400,00.
  2. Contando as outras pessoas que são identificadas como paupérrimas ou as remediadas, abaixo da dessa linha ou acima dela, o percentual é ainda mais elevado. Considerando, por exemplo, a renda familiar de até 2 salários mínimos, em 2010 o percentual era de 72% (IBGE, Censo Demográfico 2010), percentual que continua nesse índice. No Brasil de 2019 cerca de 12% da população ativa estava desempregada, isto é, 13 milhões de pessoas.
  3. Essa multidão de pobres continua sendo alvo de discursos e estratégias da parte de políticos que desejam chegar e se manter no poder governamental. Nos últimos tempos, não faltou esperança quando do início da “Nova República”, após o fim do regime militar. Depois de Sarney, Collor e Cardoso, Lula e Dilma foram os que mais focaram os pobres, prometendo que diminuiriam o número dos que estavam abaixo da linha da pobreza, tanto com o programa “Fome Zero” quanto com o programa “Bolsa Família”. Passados os dias do “eu era feliz e não sabia”, caindo na realidade do fim do “paraíso socialista terrestre brasileiro”, é assustador o número de pessoas que a partir do desemprego e das desigualdades sociais vai se multiplicando, muitos arrastados pelas drogas, criminalidade, prostituição...
  4. Em julho de 2011, o ex-presidente Lula declarou em discurso público em Salvador (BA) que os pobres não podiam esperar o paraíso prometido na eternidade, mas precisavam do paraíso aqui na terra imediatamente: “Bobagem, essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro...”. Mesmo que ele e tantos outros pensem dessa forma, eu acredito que as palavras de Jesus Cristo continuam sendo relevantes. Principalmente em nossos dias, quando os pobres são cada vez mais no Brasil. A mensagem de Jesus Cristo precisa continua sendo divulgada, exatamente para alcançar essa multidão. Os pregadores do evangelho precisam continuar repetindo as palavras de Jesus Cristo, principalmente em nossos dias: “Aos pobres é anunciado o evangelho”.
  5. Um modo espiritual de interpretar esse momento histórico brasileiro quanto à essa multidão é lembrar uma outra declaração de Jesus:Os campos estão brancos para a ceifa”. Este momento histórico brasileiro é mais uma oportunidade de proclamar aos pobres a salvação, o paraíso, a vida eterna, além de mencionar cura de enfermidades, libertação demoníaca e prosperidade financeira. Quais serão as igrejas que terão os “olhos abertos” e farão a grande colheita?

 Desenvolvimento

  1. Se os pobres continuarão sem a oportunidade de ter os bens materiais, eles devem ter pelo menos a hora e a vez de ouvirem o evangelho e ganharem o paraíso celestial e a vida eterna prometidas por Jesus Cristo.
  2. Afinal, os pobres sempre foram objeto da atenção de Deus nas prescrições de Moisés (Deuteronômio 15.7-11), nos salmos de Davi (Salmo 41.1-3), em Provérbios (Prov. 14.31), nos ensinos apostólicos (I Timóteo 6.17,18).
  3. Observando a composição das classes sociais que fizeram parte da igreja primitiva, percebe-se facilmente sua presença como maioria (Atos 2.45; 4.34,35).
  4. Em suas viagens missionárias, o apóstolo Paulo tanto se interessava em acudir os pobres através de ofertas levantadas como de apresentar o convite à salvação eterna (Gálatas 2.9,10).
  5. Um dos ensinos de Tiago em sua epístola é defender o lugar e honra que os pobres deviam ter na igreja local (Tiago 2.5).
  6. Teologicamente o “evangelho social” surgiu como movimento para fazer frente a um tipo de pregação que enfatizava unicamente a salvação da alma, os valores espirituais, a vida eterna. Muitos haviam esquecido que Jesus também havia dado atenção às necessidades temporais, materiais e terrenos.

Conclusão

  1. Em nossos dias não se pode ignorar que os pobres estão cada vez mais necessitados de ouvir sobre o céu e o inferno, além de terem outras carências materiais e temporais supridas. Se as igrejas continuarem enfatizando somente as necessidades temporais, materiais e terrenas, muitos experimentarão frustação com Deus porque não concedeu o mesmo milagre a todos e ficarão desiludidos espiritualmente.
  2. Mais grave e dramático ainda: multidões vão morrer sem Cristo e sem salvação, “pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” e “aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (Romanos 3.23; João 3.36).
  3. É preciso, portanto, aproveitar essa hora e dar aos pobres novamente a vez de ter a vida eterna prometida por Jesus Cristo a todo aquele que nele crer, além de atender suas necessidades materiais e temporais de cada dia. Um evangelho que cuida da alma/espirito e do corpo ao mesmo tempo!