I Coríntios 3.1-3
CRENTES CARNAIS
Introdução
- Além das pessoas que naturalmente vivem na carne, inclinados para os prazeres do mundo, influenciados ou dominados por Satanás e seus demônios, considerando apenas seus próprios interesses e indiferentes ao evangelho de Jesus Cristo, Paulo apóstolo ao escrever essa carta aos coríntios mencionou a existência de crentes que também são carnais.
- Até o dia quando se lê este texto pela primeira vez, a suposição é de que nas igrejas existiriam apenas pessoas que são crentes. Pessoas que teriam se convertido a Jesus Cristo, sido batizadas nas águas e teriam seus nomes registrados no rol de membros. Pessoas que ocupariam cargos na Diretoria, no Diaconato ou em Ministérios e até participariam financeiramente com a entrega de dízimos e ofertas. Pessoas que poderiam ser conhecidas como bons crentes, mas devido ao testemunho que tem dado passam a ser identificados como crentes carnais.
Desenvolvimento
- Para não parecer que esta seria uma acusação gratuita, sem qualquer fundamentação justa, interpretada como algum tipo de preconceito religioso, Paulo apóstolo apresenta uma argumentação para justificar sua afirmativa.
1.1. Inicia sua argumentação dizendo que sua expectativa era de que pudesse se dirigir a eles como a espirituais. Afinal de contas, todos os crentes quando se convertem, recebem o Espírito Santo (Efésios 1.13; I Coríntios 12.3). Uma vez tendo o Espírito Santo, todos os crentes são convidados a serem cheios do Espírito (Efésios 5.18). Todos os crentes são convidados a viverem essa experiência de plenitude espiritual vivida pelos primeiros crentes (Atos 2.4; 4.8,31; 6;5; 7.55; 11,24; 13.9).
1.2. Prossegue sua argumentação, dizendo que havia entre eles inveja, contendas e dissenções. Mais ainda: que diziam ser seguidores de líderes religiosos em vez de seguidores de Jesus Cristo. Essas atitudes estavam relacionadas como fruto da carne, descritas na carta que escreveu aos gálatas 5.19-21: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.
- Não se pode negar que eram crentes, porque foi assim que Paulo apóstolo a eles se referiu, inclusive chamando-os de irmãos ao longo de sua carta. Todavia, por terem se deixado levar pela força de sua natureza humana diante de situações que viveram, em vez de buscarem a espiritualidade, permitiram ter atitudes de pessoas não crente.
2.1. Em nossos dias, cada vez que também reagimos com determinadas atitudes, inevitavelmente estaremos deixando de ser espirituais e nos tonando carnais. Continuaremos sendo crentes, mas não seremos guiados pelo Espírito. Não estaremos andando no Espírito. Não estaremos cheios do Espírito.
2.2. Estaremos sendo carnais cada vez que reagirmos com certas atitudes dizendo, por exemplo: “não tenho sangue de barata” ou “não sou Jesus para dar a outra face”, “comigo é assim: bateu, levou”, “pago com a mesma moeda”.
Conclusão
Reconheço que há momentos e situações quando “o sangue esquenta” ou “a sedução é forte” ou “a tentação é irresistível”. Todavia, como crentes em Jesus Cristo, sempre teremos a escolha de nos deixar levar pela carne ou de ser cheio do Espírito. A liberdade em Jesus Cristo sempre nos dará a possibilidade de escolher.
Na vida cotidiana, os crentes são levados a fazer escolhas constantemente. Algumas delas não tem consequências, mas outras podem nos colocar em posições complicadas, trazendo riscos para nossa espiritualidade e eternidade. A melhor escolha é, portanto, fazer a vontade de Deus e não a nossa própria vontade.