168. A Mãe na Estruturação da Personalidade

II Timóteo 1.3

A MÃE NA ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE

Introdução

  1. A importância da mãe na estruturação da personalidade de um individuo foi o tema central de uma dissertação publicada em 2006, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, na qual os autores postulam “que a interação afetiva entre a mãe e o bebê tem papel fundamental na construção da personalidade”. Nessa dissertação de Mestrado, os autores esclarecem que: “a pobreza e a falta de oportunidade não explicam totalmente a escolha de uma vida marginal, embora tenham papel muito significativo... pois utilizar drogas, envolver-se com o crime ou desenvolver uma estrutura emocional frágil e imatura é algo que pode acontecer com qualquer sujeito, independente de sua classe social, sua condição cultural educacional ou religiosa.” Partindo dessa realidade, eles fazem a pergunta: “O que ocorreu de diferente para produzir esse resultado?” Ao longo de sua dissertação de mestrado, vão mostrar que “a base fundamental para a estruturação da personalidade de um indivíduo é principalmente a qualidade da interação entre o recém nascido e sua mãe. Uma mãe suficientemente equilibrada e amadurecida é essencial para atender as necessidades físicas e emocional de seu bebê e, auxiliá-lo na construção de sua personalidade.” (Saúde e Sociedade ISSN 0104-1290 versão impressa Saúde soc. v.15 n.2 São Paulo maio/ago. 2006).
  2. Se apenas a formação da personalidade requer um tipo de mãe assim, muito mais a formação de uma personalidade cristã. Foi exatamente este fato que Paulo percebeu ter acontecido com Timóteo e com Eunice. Ele nos informa que a presença da mãe foi para eles a base de uma personalidade saudável e cristã, cujo predicado maior era uma fé autêntica, genuína, verdadeira.
  3. Embora existam alguns crentes que não tiveram mães crentes, que são verdadeiros exemplos de fé e outros cujas mães até foram contrárias à sua experiência espiritual, esses exemplos se tornam exceções dentro da verdade de que, na maioria dos casos, é a mãe que vai influir decisivamente para que seus filhos e filhas desenvolvam uma personalidade cristã amadurecida espiritualmente, integrada à igreja local e efetivamente envolvia na obra do Senhor.

Desenvolvimento

  1. Para que em nossos dias as mãe ainda tenham tempo de exercer influência sobre seus filhos e filhas, quero destacar as principais atitudes de Eunice e Lóide no exercício de sua função maternal, além da afetividade para com seus filhos..

1.1. Neste texto mesmo você encontra uma atitude. Elas decidiram não ser hipócritas. O significado de “fé fingida” é exatamente ausência de hipocrisia. A expressão foi cunhada para falar dos atores nos teatros gregos. Assim como os atores representam papéis nos teatros, nas novelas, nos filmes, não sendo eles mesmos, assim também todos nós corremos o risco de não sermos nós mesmos na vida cristã. Não é uma questão de luta interior, em que a “carne luta contra o espírito e o espírito luta contra a carne”, mas uma maneira de ser dentro de casa, diante dos filhos, em que realmente a pessoa não acredita em Deus, não se entregou a Jesus, não ama a igreja e nem se interessa em servir na obra. Na igreja até parece crente, mas em casa, diante dos filhos, age como incrédula.

1.2. Em outro texto vocês encontram outra atitude. Elas resolveram ensinar bíblia a seus filhos. Embora a igreja ofereça um programa de educação religiosa e insistentemente chame seus filhos para estar aqui, nas classes de estudo bíblico, esse programa de 1 hora em 980 horas semanais e 7.200 horas mensais é insuficiente para efetivamente contribuir na formação de uma personalidade saudável e cristã, salvo raríssimas exceções. Em outras palavras: não basta trazer para a igreja; é preciso ensinar bíblia em casa. Agora, imaginem: se os pais não ensinam bíblia no ambiente familiar e nem trazem os filhos para a igreja então não vai adiantar a recitação do provérbio: “Instrui o menino no caminho que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios  22.6).

1.3. Na inferência dos dois textos você pode perceber uma terceira atitude delas. Não ficaram dependendo do pai. Vocês observaram que nem a figura e nem o nome do pai são mencionados? Por quê? O pai havia morrido? O pai não era crente? O pai não se importava com a formação dos filhos? O que quer que tenha acontecido (e que também aconteça em nossos dias), elas decidiram: “Eu vou realmente instruir minha filha. Eu efetivamente vou educar minha filha.  Darei a meu filho o exemplo o que é uma vida genuinamente cristã”.

  1. A esta altura, certamente, alguém estará indagando agora: “E quando os filhos não querem ser crentes, não querem vir para a igreja e nem querem ouvir conselhos?”.

2.1. Vou responder lançando mão novamente da dissertação do mestrado referida no início desta mensagem. Nessa dissertação, os autores fazem suas afirmações esclarecendo que na maioria dos casos, o tempo para que essa influência realmente ocorra é no período de idade entre 0 a 5 anos: “a base fundamental para a estruturação da personalidade de um indivíduo é principalmente a qualidade da interação entre o recém-nascido e sua mãe.”.

2.2. Se já deixaram a infância e estão na adolescência ou na juventude, a única solução é realmente ficar em orações, súplicas e intercessões. Aliás, uma vez envolvidos pelo mundo, seduzidos pelas drogas, mergulhados na criminalidade, optando pela promiscuidade – esses filhos e filhas dependerão muito das intercessões das mães. Somente as orações diante de Deus poderão proteger seus filhos e filhas do poder do Diabo e seus demônios. Acreditando na misericórdia e no poder de Deus, as mães que oram podem ter a esperança de um dia verem seus filhos também convertidos e batizados ou reconciliados.

 Conclusão

       Mães, nos primeiros anos de vida, nosso filhos e filhas necessitam de leite, papas e mingaus, sim! Necessitam de roupinhas e calçados, sim! Necessitam estar protegidos do calor, do frio e da chuva, sim! Nossos filhos e filhas, desde os primeiros anos de vida, precisam muito de afeto, carinho, atenção, afago, amor, sim! Porém, com tudo isto também precisa ser dado aos nossos filhos a quantidade de sinceridade necessária, assim como a quantidade de ensino bíblico no lar que sejam suficientes.

        Se os filhos e filhas já são maiores de idade e o tempo de formar a personalidade cristã passou, então nossos filhos e filhas necessitam de nossas intercessões para que venham a se converter, pois depois de grandes só o Espírito de Deus poderá lhes conceder uma personalidade verdadeiramente cristã!